Cap 2 — A deidade da Sua Pessoa
Por John M. Riddle, Inglaterra
O que pensais vós de Cristo é a prova
Que testa vosso estado e intenção;
Em tudo o mais não tereis razão
Tendo dEle equivocada compreensão.
(John Newton)
Introdução
“E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo; para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que O enviou” (Jo 5:22-23).
Em resposta à Sua pergunta: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?” os discípulos responderam: “Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros Jeremias, ou algum dos profetas”. Em resposta à Sua próxima pergunta: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” Simão Pedro replicou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16:13-16). Mas isso não é tudo. Um pouco mais tarde, tendo ouvido o que os homens tinham a dizer sobre Ele, e tendo ouvido o que Pedro tinha a dizer sobre Ele, Deus mesmo declara: “Este é o Meu amado Filho em quem Me comprazo” (Mt 17:5).
Mas havia incredulidade naquele tempo, como agora; a incredulidade moderna não é nova. Ele não foi reconhecido por muitos e teve que dizer para a mulher samaritana: “Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz, Dá-me de beber, tu Lhe pedirias, e Ele te daria água viva” (Jo 4:10). Seus próprios conterrâneos disseram: “De onde veio a Este a sabedoria e estas maravilhas? Não é Este o filho do carpinteiro? E não se chama Sua mãe Maria, e Seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as Suas irmãs? De onde Lhe veio, pois, tudo isto? E escandalizavam-se nEle” (Mt 13:54-57). Até mesmo da Sua família foi dito: “nem mesmo seus irmãos criam nEle” (Jo 7:5) As autoridades religiosas foram além: “Nós bem sabemos que Deus falou a Moisés, mas este não sabemos de onde é” (Jo 9:29). O seu sarcasmo é sutilmente velado. João resume tudo em duas frases: “Estava no mundo, e o mundo foi feito por Ele, e o mundo não O conheceu. Veio para o que era Seu e os seus não O receberam” (Jo 1:10-11).
Foi por causa desta incredulidade e falsa doutrina que dois livros do Novo Testamento foram escritos: o Evangelho de João e a I Epístola de João. O apóstolo afirma isto categoricamente perto do final do seu Evangelho: “Jesus, pois, operou também em presença de Seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em Seu nome” (Jo 20:30-31). Devemos notar que a segurança eterna do cristão se baseia na Divindade de Cristo. Alguém disse que “um Salvador que não é absolutamente Deus é como uma ponte quebrada bem no final”! Uma afirmação semelhante ocorre na primeira Epístola de João: “Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna” (5:13). A Epístola conclui com outra afirmação categórica: “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em Seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus [Ele é o verdadeiro Deus, JND] e a vida eterna” (5:20).
O Evangelho de João foi escrito para dar o conhecimento da salvação: “para que creiais … e para que, crendo, tenhais vida em Seu nome”. A primeira epístola de João foi escrita para dar a segurança da salvação: “para que saibais que tendes a vida eterna, vós os que credes”. Tanto o conhecimento da salvação quanto a segurança da salvação são garantidas porque o Salvador é o Filho de Deus.
O ensino do Velho Testamento
A deidade de Cristo é ensinada consistentemente através das Escrituras, tanto no Velho como no Novo Testamento. No que diz respeito ao Velho Testamento, destacamos o seguinte:
Salmo 45:6-7
Falando do Rei, está escrito:
“O Teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do Teu reino é um cetro de equidade. Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o Teu Deus Te ungiu com óleo de alegria mais do que a Teus companheiros.”
Esta é uma afirmação muito importante em relação à Sua deidade. Trata-se de uma Pessoa Divina dirigindo-Se à outra: “O Teu trono, ó Deus” — aquele a quem as palavras são dirigidas é Deus. Veja o v. 7: “por isso Deus, o Teu Deus, Te ungiu” — aquele que fala é Deus. Isto é confirmado no Novo Testamento: “Mas do Filho diz: Ó Deus, o Teu trono subsiste pelos séculos dos séculos …” (Hb 1:8-9).
Salmo 110:1
“Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-Te à Minha mão direita, até que ponha os Teus inimigos por escabelo dos Teus pés”.
O Hebraico, traduzido literalmente, diz: “O oráculo de Jeová ao meu Senhor.” Isto faz das próximas palavras uma mensagem direta de Deus para o Seu Rei. É um oráculo de Jeová — o Deus fiel do concerto, o Deus imutável. Aqui, o Senhor Jesus é chamado de Adonai, que significa “Soberano Senhor, Mestre, Possuidor, Proprietário” (Newberry). Também devemos notar Mateus 22:45: “Se Davi, pois, Lhe chama Senhor, como é Seu Filho?”
O Salmo registra a acolhida Divina gozada pelo Senhor Jesus na Sua ascensão: “Porque Davi não subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse o Senhor ao meu Senhor: assenta-Te à minha direita, até que ponha os Teus inimigos por escabelo de Teus pés. Saiba, pois, com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2:34-36). O escritor aos Hebreus pergunta: “E a qual dos anjos disse jamais, Assenta-Te à minha destra, até que ponha a Teus inimigos por escabelo de Teus pés?” (Hb 1:13).
Isaías 7:13-14
“Ouvi agora, ó casa de Davi … Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um Filho, e chamará o Seu nome Emanuel”.
O Novo Testamento estabelece com absoluta clareza o significado desta profecia: “Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um Filho, e chamá-Lo-ão pelo nome de Emanuel, que traduzido é: Deus conosco” (Mt 1:22-23). Esta é uma afirmação categórica: “para que se cumprisse”. Não, como em outros casos: “e outra vez diz a Escritura” (Jo 19:37), que indica a aplicação de uma passagem do Velho Testamento, em vez da sua interpretação e cumprimento. As palavras “chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel” explicam a razão da maneira da Sua concepção. E. J. Young, no seu livro The Book of Isaiah (O Livro de Isaías) cita João Calvino: “Calvino acertadamente sustenta que o nome não pode ser aplicado a alguém que não é Deus. Nenhum outro no Velho Testamento leva este nome. Por estas razões, a profecia precisa ser interpretada somente em relação àquele a quem estas condições se aplicam, isto é, Jesus Cristo, o Filho da Virgem e o Deus Forte”. “Emanuel”, que transmite a Sua divindade absoluta, junto com o da Sua humanidade perfeita, é uma descrição da Sua identidade, mais do que um nome pelo qual Ele foi conhecido na Terra.
Isaías 9:6
“Porque um menino nos nasceu, um Filho Se nos deu, e o principado está sobre os Seus ombros, e se chamará o Seu nome: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.”
O título “Deus Forte” enfatiza Sua deidade e, portanto, Seu poder. O trono de Davi parecia especialmente vulnerável quando Acaz reinava sobre Judá, e depois desapareceu totalmente. O último Reivindicador foi coroado com espinhos! Mas este trono será ocupado no final pelo “Deus Forte”! Davi era um rei poderoso, e o Senhor lhe deu “descanso de todos os seus inimigos em redor” (II Sm 7:1). Mas quem pode se comparar com o Rei final, de quem é dito: “Eis que reinará um rei com justiça” (Is 32:1)? “Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés” (I Co 15:25).
Isaías 40:3, 9
“Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai no ermo a vereda a nosso Deus … Tu ó Sião, que anuncias boas novas, sobe a um monte alto. Tu, ó Jerusalém, que anuncias boas novas, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus”.
Isto se refere, inicialmente, à pregação de João Batista: “Este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as Suas veredas” (Mt 3:3).
Quando Isaías declara: “Aqui está o vosso Deus”, ele usa a palavra Elohim para Deus. Isto deve ser comparado com: “Preparai o caminho do Senhor [Jeová], endireitai no ermo uma vereda a nosso Deus [Elohim]”, e “naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus [Elohim] a quem aguardávamos, e Ele nos salvará; este é o Senhor [Jeová], a quem aguardávamos; na Sua salvação gozaremos e nos alegraremos” (Is 25:9). Estas passagens enfatizam a deidade do Senhor Jesus, de quem João Batista disse: “Eu na verdade batizo-vos com água, mas eis que vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar a correia das alparcas” (Lc 3:16).
Zacarias 13:7
“Ó espada, desperta-te contra o Meu Pastor, e contra o homem que é o Meu companheiro, diz o Senhor dos exércitos. Fere ao Pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas”.
Isto enfatiza a Sua deidade: “O homem que é o Meu companheiro”. A palavra “homem” aqui significa “um homem forte”. A palavra “companheiro” tem diversas traduções: “o homem da Minha união”; “um homem coigual Comigo”; “o homem Meu igual”. É preciso dizer mais? Ele é o Divino Pastor. Ele é igual a Deus. Ele mesmo disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10:30).
Malaquias 3:1
“Eis que Eu envio o Meu mensageiro, que preparará o caminho diante de Mim, e de repente virá ao Seu templo o Senhor [Adonai], a quem vós buscais …”.
Este versículo enfatiza claramente a deidade do Senhor Jesus. Ele é o “Deus do juízo”, que diz: “Eis que Eu envio o Meu mensageiro, que preparará o caminho diante de Mim”. João Batista, “Meu mensageiro”, preparou o caminho para o Senhor Jesus que é, portanto, ninguém menos que o Próprio Deus. Isto é confirmado pela segunda afirmação: “… virá ao Seu templo o Senhor [Adonai], a quem vós buscais”. Este versículo notável enfatiza, portanto, tanto a deidade do Senhor Jesus, como a Sua identidade distinta.
O ensino do Novo Testamento
Estas belas passagens do Velho Testamento são plenamente corroboradas no Novo Testamento, onde o assunto da deidade do nosso Senhor é constantemente e consistentemente destacado. Ele é descrito como “a imagem do Deus invisível” (Cl 1:15), “a expressa imagem da Sua [de Deus] Pessoa” (Hb 1:3). No Novo Testamento, o Espírito Santo usa duas palavras gregas quando descreve o Senhor Jesus como a “imagem de Deus”.
Eikon
Esta palavra é usada em Colossenses 1:15, como vimos acima, e em II Coríntios 4:4: “para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”. Como a “imagem de Deus”, Cristo é “essencialmente e absolutamente a expressão perfeita e a representação de Deus. Como a ‘imagem do Deus invisível’, Cristo é a representação visível e a manifestação de Deus aos seres criados” (W. E. Vine). Compare Hebreus 10:1: “Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas”.
A mesma palavra eikon ocorre em Mateus 22:20: “de quem é esta efígie [imagem] e esta inscrição?”; I Coríntios 11:7: “O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e a glória de Deus”; Apocalipse 13:15: “E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta”. Em cada caso, “imagem” não é a realidade; ela representa e manifesta a realidade. No caso de uma moeda, a imagem irá mudar no prosseguir do reino; mas Cristo não. Ele não envelhece nem degenera! O Senhor Jesus, porém, não simplesmente representa a realidade, Ele é Deus absoluta e essencialmente. Ele não é a semelhança do Deus invisível, mas a “imagem do Deus invisível”. Somente Ele manifestou a Deus. Veja João 1:18: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho Unigênito, que está no seio do Pai, esse O revelou”; João 14:9: “Quem Me vê a Mim vê o Pai”. NEle estão manifestos a própria natureza e atributos de Deus pelo Seu poder, onisciência, santidade e amor. Neste aspecto temos que distinguir entre Adão e Cristo. Adão foi feito à “imagem de Deus” (Gn 1:26-27), e os homens são “feitos à semelhança de Deus” (Tg 3:9). Em contraste, o Senhor Jesus não foi feito à “imagem de Deus” — Ele é Deus.
Charakter
Esta palavra é usada em Hebreus 1:3: “o qual sendo o resplendor da Sua glória, e a expressa imagem da Sua [de Deus] Pessoa”. Charakter, que vem de um verbo que significa “estampar”, ou “gravar”, originalmente significava o instrumento usado para estampar, que nós chamamos de “carimbo”, ou “molde”, mas veio a significar também a marca feita pelo instrumento. Assim como todas as características da impressão correspondem exatamente ao instrumento que os faz, também Cristo possui a exata impressão da natureza e caráter divinos (M. R. Vincent/ W. E. Vine). As palavras “expressa imagem da Sua Pessoa”, ou “expressão da Sua substância” (JND) enfatizam que todos os atributos de Deus pertencem a Ele; nada está faltando. Veja Colossenses 2:9: “Porque nEle habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. Em relação a isto, temos que notar a ligação com o versículo anterior: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo, porque nEle habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. Por um lado, temos o vazio da filosofia, e por outro temos a perfeita revelação de Deus em Cristo. No primeiro caso é uma especulação, e no segundo é uma revelação. Em Cristo habita toda a plenitude (inteireza) da Divindade absoluta, essencialmente e perfeitamente: a própria Personalidade de Deus. Como W. Kelly destaca: “a plenitude da Divindade nunca habitou no Pai corporalmente, nem no Espírito Santo, mas somente em Cristo”. Deus é conhecido por causa da encarnação. Assim, “nEle habita corporalmente toda a plenitude da Divindade”. Não há nada de incerteza aqui. O Senhor Jesus é “Deus [que] se manifestou em carne” (I Tm 3:16). Ele é Aquele de quem João escreveu: “O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida” (I Jo 1:1).
A ênfase de João
Visto que, como notamos, João escreveu “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus” (Jo 20:31), podemos esperar que o apóstolo coloque uma grande ênfase neste fato, e agora destacamos a maneira como ele trata este assunto sobremodo importante. Isto nos levará a considerar outras passagens do Novo Testamento que tratam de diferentes aspectos deste grande tema.
Se o Senhor Jesus é Deus, Ele precisa ser eterno
Deus é eterno: “O Deus eterno é a tua habitação, e por baixo estão os braços eternos” (Dt 33:27). João se refere à eternidade do Senhor Jesus no começo do Seu Evangelho: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1:1). A expressão “o Verbo” equivale de modo abreviado à expressão “Palavra do Senhor” do Velho Testamento. Ela revela o Deus invisível. Temos que notar rapidamente o seguinte:
Sua eternidade
“No princípio era o Verbo”. João não diz “desde o princípio”, mas “no princípio”. Ele estava eternamente presente. A expressão “no princípio” se refere a uma condição, e não a um começo.
Sua igualdade
“E o Verbo estava com Deus”. Estas palavras são explicadas como sendo uma “intercomunhão perpétua”. Ele estava e permanece “face a face com Deus”. Isto é enfatizado em Filipenses 2:6: “Que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus”, onde a palavra “igual” está, realmente, no plural. O Senhor Jesus estava e está em igualdades com Deus. Em todos os aspectos e em cada detalhe, Ele corresponde à Deidade absoluta.
Sua Deidade
“E o Verbo era Deus.” Olhando novamente para Filipenses 2:6, temos que notar que embora Ele “tomou a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos homens” (v.7), Ele nunca “tomou sobre Si a forma de Deus” nem “foi feito à semelhança de Deus”. A palavra sendo, na expressão “sendo em forma de Deus”, enfatiza a Sua eterna deidade. W.E. Vine ressalta que o verbo “sendo” (huparcho) “evidencia a existência de uma pessoa anterior ao que é afirmado sobre ela”, e dá uma série de ilustrações, tiradas do Novo Testamento, incluindo Atos 2:30.
A palavra “forma” (morphe) “indica a forma especial ou característica de uma pessoa” (W.E. Vine). Vine cita Gifford (The Incarnation of Christ):
“Morphe é propriamente a natureza ou essência … como subsistindo permanentemente no indivíduo, e retida pelo tempo que o indivíduo existe … morphe Theo (a ‘forma de Deus’) é a natureza Divina verdadeiramente e inseparavelmente subsistindo na Pessoa de Cristo”.
A palavra é usada novamente no v.7: “tomou a forma de servo”.
As palavras consideradas acima, “sendo em forma de Deus”, devem ser comparadas com Hebreus 1:3: “O qual sendo o resplendor da Sua glória”. Isto enfatiza Sua natureza essencial, independentemente de tempo. Ele é o esplendor, a excelente resplandecência da glória de Deus. Foi dito que “a glória divina que foi vista na Shekinah, a nuvem que repousava sobre o Tabernáculo, é agora plenamente manifestada em Cristo, a verdadeira Shekinah”. Embora “Deus falou aos pais pelos profetas” (onde havia uma distinção de identidade entre Deus e os Seus servos) Ele, nestes últimos dias, “falou-nos … pelo Filho” (onde não há distinção de natureza entre Deus e Seu Filho). JND diz: “falou-nos na pessoa do Seu Filho” (Hb 1:1-2).
Sua personalidade distinta
“Ele estava no princípio com Deus”. Embora o Senhor Jesus dissesse: “Eu e Meu Pai somos um” (Jo 10:30), Ele também disse: “Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai” (Jo 16:28).
João tem mais a dizer em relação a este aspecto da Deidade do Senhor. Em resposta à pergunta: “Ainda não tens cinquenta anos, e viste Abraão?”, o Senhor disse: “Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, Eu Sou”. Os judeus entenderam perfeitamente a Sua reivindicação. Ele afirmara a Sua Deidade absoluta. “Então pegaram em pedras para Lhe atirarem” (Jo 8:57-59). Novamente, tendo dito: “Eu e o Pai somos um”, os judeus disseram: “Não te apedrejamos por alguma boa obra, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” (Jo 10:30-33). Num cenário completamente diferente, é João quem registra as palavras do Senhor: “E agora, glorifica-Me Tu, ó Pai, junto de Ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo 17:5). Ele havia glorificado o Pai na Terra (v. 4), e quem senão o Filho de Deus poderia reivindicar reciprocidade?
Outras passagens que enfatizam Sua eternidade
Há outras Escrituras que enfatizam a eternidade do nosso Senhor. Por exemplo, Miquéias 5:2: “de ti [Belém Efrata] me sairá O que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Isto contrasta maravilhosamente com a expressão: “os dias da Sua carne” (Hb 5:7). Quanto ao futuro Ele é chamado de o “Pai da Eternidade” (Is 9:6), e Hebreus 1:10-12 também indica Sua eternidade com as palavras: “Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra de Tuas mãos. Eles perecerão, mas Tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão, e como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas Tu és o mesmo, e os Teus anos não acabarão”.
Se o Senhor Jesus é Deus, Ele precisa ser onipotente
João nos diz que “todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1:3). Isto deve ser comparado com Colossenses 1:16-17, onde a expressão “todas as coisas”, ou “tudo”, ocorre quatro vezes. O relacionamento entre o Senhor Jesus e a Criação, nestes versículos, foi apropriadamente resumida, como segue:
Ele é o Arquiteto da Criação (Cl 1:16a)
“Porque nEle [en] foram criadas todas as coisas, que há nos [en] céus e na [api, que significa ‘sobre’] terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades …” A preposição en pode ser traduzida: “porque em Ele foram criadas todas as coisas”. Ele projetou tudo na Criação! Portanto, Ele está obviamente fora da Criação, Ele é distinto da Criação e Ele é maior do que a Criação. As palavras “tronos … dominações … principados … potestades” evidentemente se referem, não a autoridades humanas, mas a autoridades invisíveis. Isto fica claro pelo fato delas serem mencionadas em relação à Criação. Veja também Efésios 6:12, onde “principados e potestades” certamente se referem ao mundo espiritual.
À Sua voz a Criação surgiu num instante,
Todos os anjos, toda hoste brilhante;
Tronos e domínios, estrelas em seu lugar,
Todas as ordens celestiais, miríades a brilhar!
Todos os anjos, toda hoste brilhante;
Tronos e domínios, estrelas em seu lugar,
Todas as ordens celestiais, miríades a brilhar!
(Caroline Maria Noel)
Ele é o Agente da Criação (Cl 1:16b)
“Tudo foi criado por Ele”. A preposição agora é dia, que significa “através de”. JND diz: “o poder instrumental”. Ele não apenas projetou o Universo; Ele o construiu. “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1:3). “Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra de Tuas mãos” (Hb 1:10).
Ele é o Alvo da Criação (Cl 1:16c)
“Tudo foi criado por Ele e para Ele”. Compare com Hebreus 2:10: “Aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe”; Apocalipse 4:11: “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque Tu criaste todas as coisas, e por Tua vontade [ou, para o Teu prazer] são e foram criadas”. Podemos, portanto, estar absolutamente certos de que toda a Criação que “geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Rm 8:22) há de, no final, cumprir o seu propósito, e proporcionar gozo e prazer ao seu Criador.
Ele é anterior à Criação (Cl 1:17a)
“E Ele é antes [pro] de todas as coisas”. Ele precede a Criação. Ele precede a Criação porque, ao contrário dela, não tem origem nem derivação. Ele não tem “princípio de dias nem fim de vida” (Hb 7:3).
Ele é o Administrador da Criação (Cl 1:17b)
“E todas as coisas subsistem por Ele”, ou, “Todas as coisas subsistem juntamente por Ele” (JND). A Criação “se mantém junta” pelo Seu poder. O Senhor Jesus sustenta “todas as coisas pela palavra do Seu poder” (Hb 1:3). Ele criou “todas as coisas” e Ele mantém “todas as coisas”. A lei da gravidade e todas as outras “leis” na Criação são Suas leis. Nada se move nem funciona sem Ele! Cristo é “o poder unificador da Criação, do contrário, o universo estaria em caos” (T. Bentley).
Os sinais em João
Não é surpreendente, portanto, que João chame a nossa atenção para o toque do Deus-Criador nos milagres (sinais) que Ele fez. Já no primeiro caso, transformando água em vinho, João observa: “Jesus principiou assim os Seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a Sua glória” (Jo 2:11). É notável que a primeira praga no Egito foi água transformada em sangue, enquanto que o primeiro sinal dado pelo Senhor Jesus foi água transformada em vinho. Devemos também notar o seguinte:
Aquele que disse: “Ajuntem-se as águas debaixo do céu num lugar” (Gn 1:9), veio andando sobre o mar para os Seus discípulos, embora o mar estivesse agitado por causa de um grande vento que assoprava (Jo 6:18-19). Mateus nos diz que “os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus” (Mt 14:33). Numa ocasião anterior, os discípulos disseram: “Que Homem é este, que até os ventos e o mar Lhe obedecem?” (Mt 8:27). O Criador do vento e das ondas estava presente!
Aquele que disse: “Povoem-se as águas de enxames de seres viventes” (Gn 1:20, ARA), disse também: “Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes” (Jo 21:6). Não é de se admirar que João dissesse: “É o Senhor”; ele evidentemente ainda se recordava de um milagre semelhante, ocorrido cerca de três anos e meio antes.
Aquele que disse: “Façamos o homem à nossa imagem”, e que “formou o homem do pó da terra” (Gn 1:26; 2:7), concedeu mobilidade a um homem “que, havia trinta e oito anos se achava enfermo” (Jo 5:5). Ele deu a vista a um homem que era “cego de nascença” (Jo 9:1) e deu vida a um homem de quem foi dito: “já cheira mal, pois é já de quatro dias” (Jo 11:39).
Muitas outras ilustrações da onipotência do Senhor como Criador são encontradas nos Evangelhos sinópticos. Por exemplo, aquele que disse: “Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a espécie” (Gn 1:11) disse à figueira: “Nunca mais coma alguém fruto de ti … e eles, passando pela manhã, viram que a figueira tinha se secado desde as raízes” (Mc 11:14, 20).
O Sábado
Em relação ao Seu trabalho devemos notar as palavras do Senhor: “Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também” (Jo 5:17). Deus não guardava o sábado, e o Senhor Jesus continuou o Seu trabalho. Os judeus responderam a isso: “ainda mais procuravam matá-Lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era o Seu próprio Pai, fazendo-Se igual a Deus” (Jo 5:18). Compare isto com Romanos 8:32: “nem mesmo a Seu próprio Filho poupou”. Israel é descrito como filho de Deus (Os 11:1; Ml 1:6), mas aqui é o “Seu próprio Pai”, enfatizando a Sua igualdade. Por isso Ele disse, logo em seguida: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo, para que todos honrem o Filho como honram o Pai …” (Jo 5:22-23).
O Primogênito
Mas, tendo dito isto, há pessoas que insistem em dizer que embora o Senhor Jesus exercesse o Seu poder na Criação, Ele era, Ele próprio, um ser criado. Para apoiar isto, citam Colossenses 1:15: “O qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”. Esta afirmação é usada pelas “Testemunhas de Jeová” para apoiar sua afirmação blasfema de que a primeira criação de Deus foi o Seu Filho. É importante, portanto, entender corretamente a palavra “primogênito”. O Senhor Jesus é descrito como o “primogênito”, em cinco ocasiões no Novo Testamento, que são: Rm 8:24; Cl 1:15, 18; Hb 1:6; Ap 1:5. A palavra é usada no plural em Hebreus 12:23: “igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus”. No Velho Testamento o título “primogênito” não era sinônimo de “primeiro a nascer”. Veja por exemplo I Crônicas 26:10-11: “E de Hosa, dentre os filhos de Merari, foram filhos: Sinri o chefe (pois embora não fosse o primogênito, seu pai o constituiu chefe). Hilquias o segundo, Tebalias … Zacarias”. A posição de José ilustra isto. Veja I Crônicas 5:1-2: “Quanto aos filhos de Rúben, o primogênito de Israel (pois ele era o primogênito; mas porque profanara a cama de seu pai, deu-se a sua primogenitura aos filhos de José, filho de Israel; de modo que não foi contado na genealogia da primogenitura, porque Judá foi poderoso entre seus irmãos, e dele veio o soberano; porém a primogenitura foi de José)”. Podemos acrescentar os casos de Jacó e Esaú, e de Efraim e Manassés (Gn 48:5-20), e fica claro pelos acontecimentos nas famílias patriarcais que a palavra “primogênito” se referia ao cabeça, ou filho principal, na família. Ela descrevia o relacionamento singular entre o pai e o filho assim indicado. No Salmo 89:27, Davi é descrito como “meu primogênito mais elevado do que os reis da terra”. Ele é supremo entre os monarcas terrenos. Isto se aplica ainda muito mais ao Senhor Jesus, que é “da casa e família de Davi”! Veja Lucas 2:4.
As “Testemunhas de Jeová” também usam Apocalipse 3:14: “o princípio da criação de Deus”, para apoiar sua doutrina abominável de que Cristo é um ser criado. Entretanto, a palavra “princípio” significa “originador”. Ele não é, como eles sugerem, “o primeiro a ser criado”, mas o Criador! Ele é o “originador” da Criação. Como o “primogênito de toda a criação”, o Senhor Jesus tem tanto a primazia quanto a preeminência sobre a Criação.
Se o Senhor Jesus é Deus Ele precisa ser onisciente
Samuel, entre outros no Velho Testamento, aprendeu que “o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (I Sm 16:7), e Ana disse: “o Senhor é o Deus de conhecimento, e por Ele são as obras pesadas na balança” (I Sm 2:3), enfatizando a onisciência de Deus. O Senhor Jesus também demonstra essa característica, e é João quem enfatiza a Sua onisciência.
Natanael perguntou: “De onde me conheces Tu?”, e quando o Senhor respondeu: “Antes que Filipe te chamasse te vi Eu, estando tu debaixo da figueira”, ele disse: “Rabi, Tu és o Filho de Deus; Tu és o Rei de Israel” (Jo 1:48-49). Novamente, em João 4:28-29: “Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens: Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Porventura não é este o Cristo?”. E de novo em João 11:14, Ele podia revelar o que acontecera em Betânia: “Lázaro está morto”.
A isto temos que acrescentar o domínio completo do Senhor Jesus sobre cada situação, Seu conhecimento perfeito de acontecimentos vindouros em Jerusalém, relativos à Sua morte e ressurreição, junto com Seu conhecimento perfeito de acontecimentos no então futuro distante, como demonstrado no Seu discurso no Monte das Oliveiras, tudo isso enfatiza a Sua onisciência.
Se o Senhor Jesus é Deus, Ele precisa ser onipresente
O próprio Senhor Jesus enfatizou isto em João 14:23: “Se alguém Me ama, guardará a Minha palavra, e Meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada”.
A Sua onipresença é enfatizada em Mateus 18:20: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles”. Compare com Marcos 16:20: “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram”.
Se o Senhor Jesus é Deus, Ele precisa ser absolutamente Santo
Ana disse: “Não há Santo como o Senhor” (I Sm 2:2), e o Senhor Jesus, tendo dito aos Seus acusadores: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai”, continuou: “Quem dentre vós Me convence de pecado?” (Jo 8:46). A palavra “convence”, ou, “acusa”, indica que eles não somente eram incapazes de realmente acusá-lO de pecado perante um tribunal, mas também que Ele não era convicto de pecado na Sua própria consciência. Obviamente, era impossível Sua consciência acusá-lO, pois “nEle não há pecado” (I Jo 3:5). Compare com Tiago 1:13: “Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta”. É muito importante lembrar que a tentação no deserto não tinha por finalidade provar se o Salvador podia ou não pecar, mas era para demonstrar que Ele não podia pecar.
Se o Senhor Jesus é Deus, Suas palavras precisam ser únicas
João escreve: “Aquele que vem de cima é sobre todos; aquele vem da terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é sobre todos … Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus; pois não Lhe dá Deus o Espírito por medida” (Jo 3:31, 34). Portanto, não é surpreendente que os oficiais enviados para trazê-lo, explicaram seu fracasso com as palavras: “Nunca homem algum falou assim como este homem” (Jo 7:32, 46). Ele disse: “Eu falo do que vi junto de Meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai” (Jo 8:38).
Se o Senhor Jesus é Deus, a morte não pode retê-lO
Tomé, confrontado com as chagas mortais num corpo vivo, exclamou: “Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20:28). A evidência cabal da Deidade do Senhor é a Sua ressurreição, que vindicou cada reivindicação feita por Ele. Se Ele não fosse Deus, Ele ainda estaria no sepulcro. Mas Ele “nasceu (ou veio) da descendência de Davi segundo a carne [a palavra ‘nasceu’ aqui significa ‘entrar numa nova condição’], declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos” (Rm 1:3-4).
Os apóstolos fizeram disso o carimbo oficial da sua pregação. Veja Atos 2:24-36: “… ao qual Deus ressuscitou … a este Jesus, Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai … Porque Davi não subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse o Senhor ao meu Senhor … ”
Os cristãos hoje deveriam estar “aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo [‘nosso Grande Deus e Salvador Jesus Cristo’, JND]” (Tt 2:13). Nós reconhecemos com prazer a Sua Deidade enquanto aguardamos a Sua vinda, e Israel fará o mesmo na Sua subsequente manifestação: “Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e Ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na Sua salvação gozaremos e nos alegraremos” (Is 25:9).
Na eternidade os santos hão de contemplar o seu Redentor e dizer com Paulo: o “Filho de Deus, o qual me amou, e Se entregou a Si mesmo por mim”. Talvez não seja fantasioso demais dizer que palavras semelhantes às bem conhecidas e apreciadas do seguinte hino serão ouvidas no Céu:
Fiel imagem do Infinito
Cuja essência oculta está;
Resplendor da eterna Luz,
O coração de Deus revelado.
Cuja essência oculta está;
Resplendor da eterna Luz,
O coração de Deus revelado.
Digno, ó Cordeiro de Deus, és Tu,
De que todo joelho se dobre diante de Ti.
De que todo joelho se dobre diante de Ti.
(Josiah Condor)
Neste meio tempo, visto que Ele “é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (I Jo 5:20), devemos dar a Ele a nossa devoção total. Como o “verdadeiro Deus”, Ele não pode ter rival nos nossos corações e nas nossas vidas. Por isso João conclui sua I Epístola dizendo: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos”.
© W. J. Watterson
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