Saturday, 5 October 2013

A Divindade do Filho

O texto abaixo é o segundo capítulo do livro gratuito “A Glória do Filho”, publicado pela Editora Sã Doutrina.

Cap 2 — A deidade da Sua Pessoa

Por John M. Riddle, Inglaterra


O que pensais vós de Cristo é a prova
Que testa vosso estado e intenção;
Em tudo o mais não tereis razão
Tendo dEle equivocada compreensão.
(John Newton) 

Introdução
“E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo; para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que O enviou” (Jo 5:22-23).

Em resposta à Sua pergunta: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?” os discípulos responderam: “Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros Jeremias, ou algum dos profetas”. Em resposta à Sua próxima pergunta: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” Simão Pedro replicou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16:13-16). Mas isso não é tudo. Um pouco mais tarde, tendo ouvido o que os homens tinham a dizer sobre Ele, e tendo ouvido o que Pedro tinha a dizer sobre Ele, Deus mesmo declara: “Este é o Meu amado Filho em quem Me comprazo” (Mt 17:5).

Mas havia incredulidade naquele tempo, como agora; a incredulidade moderna não é nova. Ele não foi reconhecido por muitos e teve que dizer para a mulher samaritana: “Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz, Dá-me de beber, tu Lhe pedirias, e Ele te daria água viva” (Jo 4:10). Seus próprios conterrâneos disseram: “De onde veio a Este a sabedoria e estas maravilhas? Não é Este o filho do carpinteiro? E não se chama Sua mãe Maria, e Seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as Suas irmãs? De onde Lhe veio, pois, tudo isto? E escandalizavam-se nEle” (Mt 13:54-57). Até mesmo da Sua família foi dito: “nem mesmo seus irmãos criam nEle” (Jo 7:5) As autoridades religiosas foram além: “Nós bem sabemos que Deus falou a Moisés, mas este não sabemos de onde é” (Jo 9:29). O seu sarcasmo é sutilmente velado. João resume tudo em duas frases: “Estava no mundo, e o mundo foi feito por Ele, e o mundo não O conheceu. Veio para o que era Seu e os seus não O receberam” (Jo 1:10-11).

Foi por causa desta incredulidade e falsa doutrina que dois livros do Novo Testamento foram escritos: o Evangelho de João e a I Epístola de João. O apóstolo afirma isto categoricamente perto do final do seu Evangelho: “Jesus, pois, operou também em presença de Seus discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em Seu nome” (Jo 20:30-31). Devemos notar que a segurança eterna do cristão se baseia na Divindade de Cristo. Alguém disse que “um Salvador que não é absolutamente Deus é como uma ponte quebrada bem no final”! Uma afirmação semelhante ocorre na primeira Epístola de João: “Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna” (5:13). A Epístola conclui com outra afirmação categórica: “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em Seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus [Ele é o verdadeiro Deus, JND] e a vida eterna” (5:20).

O Evangelho de João foi escrito para dar o conhecimento da salvação: “para que creiais … e para que, crendo, tenhais vida em Seu nome”. A primeira epístola de João foi escrita para dar a segurança da salvação: “para que saibais que tendes a vida eterna, vós os que credes”. Tanto o conhecimento da salvação quanto a segurança da salvação são garantidas porque o Salvador é o Filho de Deus.

O ensino do Velho Testamento

A deidade de Cristo é ensinada consistentemente através das Escrituras, tanto no Velho como no Novo Testamento. No que diz respeito ao Velho Testamento, destacamos o seguinte:

Salmo 45:6-7

Falando do Rei, está escrito:

“O Teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do Teu reino é um cetro de equidade. Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o Teu Deus Te ungiu com óleo de alegria mais do que a Teus companheiros.”

Esta é uma afirmação muito importante em relação à Sua deidade. Trata-se de uma Pessoa Divina dirigindo-Se à outra: “O Teu trono, ó Deus” — aquele a quem as palavras são dirigidas é Deus. Veja o v. 7: “por isso Deus, o Teu Deus, Te ungiu” — aquele que fala é Deus. Isto é confirmado no Novo Testamento: “Mas do Filho diz: Ó Deus, o Teu trono subsiste pelos séculos dos séculos …” (Hb 1:8-9).

Salmo 110:1

“Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-Te à Minha mão direita, até que ponha os Teus inimigos por escabelo dos Teus pés”.

O Hebraico, traduzido literalmente, diz: “O oráculo de Jeová ao meu Senhor.” Isto faz das próximas palavras uma mensagem direta de Deus para o Seu Rei. É um oráculo de Jeová — o Deus fiel do concerto, o Deus imutável. Aqui, o Senhor Jesus é chamado de Adonai, que significa “Soberano Senhor, Mestre, Possuidor, Proprietário” (Newberry). Também devemos notar Mateus 22:45: “Se Davi, pois, Lhe chama Senhor, como é Seu Filho?”

O Salmo registra a acolhida Divina gozada pelo Senhor Jesus na Sua ascensão: “Porque Davi não subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse o Senhor ao meu Senhor: assenta-Te à minha direita, até que ponha os Teus inimigos por escabelo de Teus pés. Saiba, pois, com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2:34-36). O escritor aos Hebreus pergunta: “E a qual dos anjos disse jamais, Assenta-Te à minha destra, até que ponha a Teus inimigos por escabelo de Teus pés?” (Hb 1:13).

Isaías 7:13-14

“Ouvi agora, ó casa de Davi … Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um Filho, e chamará o Seu nome Emanuel”.

O Novo Testamento estabelece com absoluta clareza o significado desta profecia: “Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um Filho, e chamá-Lo-ão pelo nome de Emanuel, que traduzido é: Deus conosco” (Mt 1:22-23). Esta é uma afirmação categórica: “para que se cumprisse”. Não, como em outros casos: “e outra vez diz a Escritura” (Jo 19:37), que indica a aplicação de uma passagem do Velho Testamento, em vez da sua interpretação e cumprimento. As palavras “chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel” explicam a razão da maneira da Sua concepção. E. J. Young, no seu livro The Book of Isaiah (O Livro de Isaías) cita João Calvino: “Calvino acertadamente sustenta que o nome não pode ser aplicado a alguém que não é Deus. Nenhum outro no Velho Testamento leva este nome. Por estas razões, a profecia precisa ser interpretada somente em relação àquele a quem estas condições se aplicam, isto é, Jesus Cristo, o Filho da Virgem e o Deus Forte”. “Emanuel”, que transmite a Sua divindade absoluta, junto com o da Sua humanidade perfeita, é uma descrição da Sua identidade, mais do que um nome pelo qual Ele foi conhecido na Terra.

Isaías 9:6

“Porque um menino nos nasceu, um Filho Se nos deu, e o principado está sobre os Seus ombros, e se chamará o Seu nome: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.”

O título “Deus Forte” enfatiza Sua deidade e, portanto, Seu poder. O trono de Davi parecia especialmente vulnerável quando Acaz reinava sobre Judá, e depois desapareceu totalmente. O último Reivindicador foi coroado com espinhos! Mas este trono será ocupado no final pelo “Deus Forte”! Davi era um rei poderoso, e o Senhor lhe deu “descanso de todos os seus inimigos em redor” (II Sm 7:1). Mas quem pode se comparar com o Rei final, de quem é dito: “Eis que reinará um rei com justiça” (Is 32:1)? “Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés” (I Co 15:25).

Isaías 40:3, 9

“Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai no ermo a vereda a nosso Deus … Tu ó Sião, que anuncias boas novas, sobe a um monte alto. Tu, ó Jerusalém, que anuncias boas novas, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus”. 

Isto se refere, inicialmente, à pregação de João Batista: “Este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as Suas veredas” (Mt 3:3).

Quando Isaías declara: “Aqui está o vosso Deus”, ele usa a palavra Elohim para Deus. Isto deve ser comparado com: “Preparai o caminho do Senhor [Jeová], endireitai no ermo uma vereda a nosso Deus [Elohim]”, e “naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus [Elohim] a quem aguardávamos, e Ele nos salvará; este é o Senhor [Jeová], a quem aguardávamos; na Sua salvação gozaremos e nos alegraremos” (Is 25:9). Estas passagens enfatizam a deidade do Senhor Jesus, de quem João Batista disse: “Eu na verdade batizo-vos com água, mas eis que vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar a correia das alparcas” (Lc 3:16). 

Zacarias 13:7

“Ó espada, desperta-te contra o Meu Pastor, e contra o homem que é o Meu companheiro, diz o Senhor dos exércitos. Fere ao Pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas”.

Isto enfatiza a Sua deidade: “O homem que é o Meu companheiro”. A palavra “homem” aqui significa “um homem forte”. A palavra “companheiro” tem diversas traduções: “o homem da Minha união”; “um homem coigual Comigo”; “o homem Meu igual”. É preciso dizer mais? Ele é o Divino Pastor. Ele é igual a Deus. Ele mesmo disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10:30).

Malaquias 3:1

“Eis que Eu envio o Meu mensageiro, que preparará o caminho diante de Mim, e de repente virá ao Seu templo o Senhor [Adonai], a quem vós buscais …”.

Este versículo enfatiza claramente a deidade do Senhor Jesus. Ele é o “Deus do juízo”, que diz: “Eis que Eu envio o Meu mensageiro, que preparará o caminho diante de Mim”. João Batista, “Meu mensageiro”, preparou o caminho para o Senhor Jesus que é, portanto, ninguém menos que o Próprio Deus. Isto é confirmado pela segunda afirmação: “… virá ao Seu templo o Senhor [Adonai], a quem vós buscais”. Este versículo notável enfatiza, portanto, tanto a deidade do Senhor Jesus, como a Sua identidade distinta.

O ensino do Novo Testamento

Estas belas passagens do Velho Testamento são plenamente corroboradas no Novo Testamento, onde o assunto da deidade do nosso Senhor é constantemente e consistentemente destacado. Ele é descrito como “a imagem do Deus invisível” (Cl 1:15), “a expressa imagem da Sua [de Deus] Pessoa” (Hb 1:3). No Novo Testamento, o Espírito Santo usa duas palavras gregas quando descreve o Senhor Jesus como a “imagem de Deus”.

Eikon

Esta palavra é usada em Colossenses 1:15, como vimos acima, e em II Coríntios 4:4: “para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”. Como a “imagem de Deus”, Cristo é “essencialmente e absolutamente a expressão perfeita e a representação de Deus. Como a ‘imagem do Deus invisível’, Cristo é a representação visível e a manifestação de Deus aos seres criados” (W. E. Vine). Compare Hebreus 10:1: “Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas”.

A mesma palavra eikon ocorre em Mateus 22:20: “de quem é esta efígie [imagem] e esta inscrição?”; I Coríntios 11:7: “O homem, pois, não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e a glória de Deus”; Apocalipse 13:15: “E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta”. Em cada caso, “imagem” não é a realidade; ela representa e manifesta a realidade. No caso de uma moeda, a imagem irá mudar no prosseguir do reino; mas Cristo não. Ele não envelhece nem degenera! O Senhor Jesus, porém, não simplesmente representa a realidade, Ele é Deus absoluta e essencialmente. Ele não é a semelhança do Deus invisível, mas a “imagem do Deus invisível”. Somente Ele manifestou a Deus. Veja João 1:18: “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho Unigênito, que está no seio do Pai, esse O revelou”; João 14:9: “Quem Me vê a Mim vê o Pai”. NEle estão manifestos a própria natureza e atributos de Deus pelo Seu poder, onisciência, santidade e amor. Neste aspecto temos que distinguir entre Adão e Cristo. Adão foi feito à “imagem de Deus” (Gn 1:26-27), e os homens são “feitos à semelhança de Deus” (Tg 3:9). Em contraste, o Senhor Jesus não foi feito à “imagem de Deus” — Ele é Deus.

Charakter

Esta palavra é usada em Hebreus 1:3: “o qual sendo o resplendor da Sua glória, e a expressa imagem da Sua [de Deus] Pessoa”. Charakter, que vem de um verbo que significa “estampar”, ou “gravar”, originalmente significava o instrumento usado para estampar, que nós chamamos de “carimbo”, ou “molde”, mas veio a significar também a marca feita pelo instrumento. Assim como todas as características da impressão correspondem exatamente ao instrumento que os faz, também Cristo possui a exata impressão da natureza e caráter divinos (M. R. Vincent/ W. E. Vine). As palavras “expressa imagem da Sua Pessoa”, ou “expressão da Sua substância” (JND) enfatizam que todos os atributos de Deus pertencem a Ele; nada está faltando. Veja Colossenses 2:9: “Porque nEle habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. Em relação a isto, temos que notar a ligação com o versículo anterior: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo, porque nEle habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. Por um lado, temos o vazio da filosofia, e por outro temos a perfeita revelação de Deus em Cristo. No primeiro caso é uma especulação, e no segundo é uma revelação. Em Cristo habita toda a plenitude (inteireza) da Divindade absoluta, essencialmente e perfeitamente: a própria Personalidade de Deus. Como W. Kelly destaca: “a plenitude da Divindade nunca habitou no Pai corporalmente, nem no Espírito Santo, mas somente em Cristo”. Deus é conhecido por causa da encarnação. Assim, “nEle habita corporalmente toda a plenitude da Divindade”. Não há nada de incerteza aqui. O Senhor Jesus é “Deus [que] se manifestou em carne” (I Tm 3:16). Ele é Aquele de quem João escreveu: “O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida” (I Jo 1:1).

A ênfase de João

Visto que, como notamos, João escreveu “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus” (Jo 20:31), podemos esperar que o apóstolo coloque uma grande ênfase neste fato, e agora destacamos a maneira como ele trata este assunto sobremodo importante. Isto nos levará a considerar outras passagens do Novo Testamento que tratam de diferentes aspectos deste grande tema.

Se o Senhor Jesus é Deus, Ele precisa ser eterno

Deus é eterno: “O Deus eterno é a tua habitação, e por baixo estão os braços eternos” (Dt 33:27). João se refere à eternidade do Senhor Jesus no começo do Seu Evangelho: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1:1). A expressão “o Verbo” equivale de modo abreviado à expressão “Palavra do Senhor” do Velho Testamento. Ela revela o Deus invisível. Temos que notar rapidamente o seguinte:

Sua eternidade

“No princípio era o Verbo”. João não diz “desde o princípio”, mas “no princípio”. Ele estava eternamente presente. A expressão “no princípio” se refere a uma condição, e não a um começo.

Sua igualdade

“E o Verbo estava com Deus”. Estas palavras são explicadas como sendo uma “intercomunhão perpétua”. Ele estava e permanece “face a face com Deus”. Isto é enfatizado em Filipenses 2:6: “Que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus”, onde a palavra “igual” está, realmente, no plural. O Senhor Jesus estava e está em igualdades com Deus. Em todos os aspectos e em cada detalhe, Ele corresponde à Deidade absoluta.

Sua Deidade

“E o Verbo era Deus.” Olhando novamente para Filipenses 2:6, temos que notar que embora Ele “tomou a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos homens” (v.7), Ele nunca “tomou sobre Si a forma de Deus” nem “foi feito à semelhança de Deus”. A palavra sendo, na expressão “sendo em forma de Deus”, enfatiza a Sua eterna deidade. W.E. Vine ressalta que o verbo “sendo” (huparcho) “evidencia a existência de uma pessoa anterior ao que é afirmado sobre ela”, e dá uma série de ilustrações, tiradas do Novo Testamento, incluindo Atos 2:30.

A palavra “forma” (morphe) “indica a forma especial ou característica de uma pessoa” (W.E. Vine). Vine cita Gifford (The Incarnation of Christ):

Morphe é propriamente a natureza ou essência … como subsistindo permanentemente no indivíduo, e retida pelo tempo que o indivíduo existe … morphe Theo (a ‘forma de Deus’) é a natureza Divina verdadeiramente e inseparavelmente subsistindo na Pessoa de Cristo”.

A palavra é usada novamente no v.7: “tomou a forma de servo”.

As palavras consideradas acima, “sendo em forma de Deus”, devem ser comparadas com Hebreus 1:3: “O qual sendo o resplendor da Sua glória”. Isto enfatiza Sua natureza essencial, independentemente de tempo. Ele é o esplendor, a excelente resplandecência da glória de Deus. Foi dito que “a glória divina que foi vista na Shekinah, a nuvem que repousava sobre o Tabernáculo, é agora plenamente manifestada em Cristo, a verdadeira Shekinah”. Embora “Deus falou aos pais pelos profetas” (onde havia uma distinção de identidade entre Deus e os Seus servos) Ele, nestes últimos dias, “falou-nos … pelo Filho” (onde não há distinção de natureza entre Deus e Seu Filho). JND diz: “falou-nos na pessoa do Seu Filho” (Hb 1:1-2).

Sua personalidade distinta

“Ele estava no princípio com Deus”. Embora o Senhor Jesus dissesse: “Eu e Meu Pai somos um” (Jo 10:30), Ele também disse: “Saí do Pai, e vim ao mundo; outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai” (Jo 16:28).

João tem mais a dizer em relação a este aspecto da Deidade do Senhor. Em resposta à pergunta: “Ainda não tens cinquenta anos, e viste Abraão?”, o Senhor disse: “Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, Eu Sou”. Os judeus entenderam perfeitamente a Sua reivindicação. Ele afirmara a Sua Deidade absoluta. “Então pegaram em pedras para Lhe atirarem” (Jo 8:57-59). Novamente, tendo dito: “Eu e o Pai somos um”, os judeus disseram: “Não te apedrejamos por alguma boa obra, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” (Jo 10:30-33). Num cenário completamente diferente, é João quem registra as palavras do Senhor: “E agora, glorifica-Me Tu, ó Pai, junto de Ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo 17:5). Ele havia glorificado o Pai na Terra (v. 4), e quem senão o Filho de Deus poderia reivindicar reciprocidade?

Outras passagens que enfatizam Sua eternidade

Há outras Escrituras que enfatizam a eternidade do nosso Senhor. Por exemplo, Miquéias 5:2: “de ti [Belém Efrata] me sairá O que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Isto contrasta maravilhosamente com a expressão: “os dias da Sua carne” (Hb 5:7). Quanto ao futuro Ele é chamado de o “Pai da Eternidade” (Is 9:6), e Hebreus 1:10-12 também indica Sua eternidade com as palavras: “Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra de Tuas mãos. Eles perecerão, mas Tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão, e como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas Tu és o mesmo, e os Teus anos não acabarão”.

Se o Senhor Jesus é Deus, Ele precisa ser onipotente

João nos diz que “todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1:3). Isto deve ser comparado com Colossenses 1:16-17, onde a expressão “todas as coisas”, ou “tudo”, ocorre quatro vezes. O relacionamento entre o Senhor Jesus e a Criação, nestes versículos, foi apropriadamente resumida, como segue:

Ele é o Arquiteto da Criação (Cl 1:16a)

“Porque nEle [en] foram criadas todas as coisas, que há nos [en] céus e na [api, que significa ‘sobre’] terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades …” A preposição en pode ser traduzida: “porque em Ele foram criadas todas as coisas”. Ele projetou tudo na Criação! Portanto, Ele está obviamente fora da Criação, Ele é distinto da Criação e Ele é maior do que a Criação. As palavras “tronos … dominações … principados … potestades” evidentemente se referem, não a autoridades humanas, mas a autoridades invisíveis. Isto fica claro pelo fato delas serem mencionadas em relação à Criação. Veja também Efésios 6:12, onde “principados e potestades” certamente se referem ao mundo espiritual.

À Sua voz a Criação surgiu num instante,
Todos os anjos, toda hoste brilhante;
Tronos e domínios, estrelas em seu lugar,
Todas as ordens celestiais, miríades a brilhar!
(Caroline Maria Noel)

Ele é o Agente da Criação (Cl 1:16b)

“Tudo foi criado por Ele”. A preposição agora é dia, que significa “através de”. JND diz: “o poder instrumental”. Ele não apenas projetou o Universo; Ele o construiu. “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1:3). “Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra de Tuas mãos” (Hb 1:10).

Ele é o Alvo da Criação (Cl 1:16c)

“Tudo foi criado por Ele e para Ele”. Compare com Hebreus 2:10: “Aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe”; Apocalipse 4:11: “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque Tu criaste todas as coisas, e por Tua vontade [ou, para o Teu prazer] são e foram criadas”. Podemos, portanto, estar absolutamente certos de que toda a Criação que “geme e está juntamente com dores de parto até agora” (Rm 8:22) há de, no final, cumprir o seu propósito, e proporcionar gozo e prazer ao seu Criador.

Ele é anterior à Criação (Cl 1:17a)

“E Ele é antes [pro] de todas as coisas”. Ele precede a Criação. Ele precede a Criação porque, ao contrário dela, não tem origem nem derivação. Ele não tem “princípio de dias nem fim de vida” (Hb 7:3).

Ele é o Administrador da Criação (Cl 1:17b)

“E todas as coisas subsistem por Ele”, ou, “Todas as coisas subsistem juntamente por Ele” (JND). A Criação “se mantém junta” pelo Seu poder. O Senhor Jesus sustenta “todas as coisas pela palavra do Seu poder” (Hb 1:3). Ele criou “todas as coisas” e Ele mantém “todas as coisas”. A lei da gravidade e todas as outras “leis” na Criação são Suas leis. Nada se move nem funciona sem Ele! Cristo é “o poder unificador da Criação, do contrário, o universo estaria em caos” (T. Bentley).

Os sinais em João

Não é surpreendente, portanto, que João chame a nossa atenção para o toque do Deus-Criador nos milagres (sinais) que Ele fez. Já no primeiro caso, transformando água em vinho, João observa: “Jesus principiou assim os Seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a Sua glória” (Jo 2:11). É notável que a primeira praga no Egito foi água transformada em sangue, enquanto que o primeiro sinal dado pelo Senhor Jesus foi água transformada em vinho. Devemos também notar o seguinte:

Aquele que disse: “Ajuntem-se as águas debaixo do céu num lugar” (Gn 1:9), veio andando sobre o mar para os Seus discípulos, embora o mar estivesse agitado por causa de um grande vento que assoprava (Jo 6:18-19). Mateus nos diz que “os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus” (Mt 14:33). Numa ocasião anterior, os discípulos disseram: “Que Homem é este, que até os ventos e o mar Lhe obedecem?” (Mt 8:27). O Criador do vento e das ondas estava presente!

Aquele que disse: “Povoem-se as águas de enxames de seres viventes” (Gn 1:20, ARA), disse também: “Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes” (Jo 21:6). Não é de se admirar que João dissesse: “É o Senhor”; ele evidentemente ainda se recordava de um milagre semelhante, ocorrido cerca de três anos e meio antes.

Aquele que disse: “Façamos o homem à nossa imagem”, e que “formou o homem do pó da terra” (Gn 1:26; 2:7), concedeu mobilidade a um homem “que, havia trinta e oito anos se achava enfermo” (Jo 5:5). Ele deu a vista a um homem que era “cego de nascença” (Jo 9:1) e deu vida a um homem de quem foi dito: “já cheira mal, pois é já de quatro dias” (Jo 11:39).

Muitas outras ilustrações da onipotência do Senhor como Criador são encontradas nos Evangelhos sinópticos. Por exemplo, aquele que disse: “Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a espécie” (Gn 1:11) disse à figueira: “Nunca mais coma alguém fruto de ti … e eles, passando pela manhã, viram que a figueira tinha se secado desde as raízes” (Mc 11:14, 20).

O Sábado

Em relação ao Seu trabalho devemos notar as palavras do Senhor: “Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também” (Jo 5:17). Deus não guardava o sábado, e o Senhor Jesus continuou o Seu trabalho. Os judeus responderam a isso: “ainda mais procuravam matá-Lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era o Seu próprio Pai, fazendo-Se igual a Deus” (Jo 5:18). Compare isto com Romanos 8:32: “nem mesmo a Seu próprio Filho poupou”. Israel é descrito como filho de Deus (Os 11:1; Ml 1:6), mas aqui é o “Seu próprio Pai”, enfatizando a Sua igualdade. Por isso Ele disse, logo em seguida: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo, para que todos honrem o Filho como honram o Pai …” (Jo 5:22-23).

O Primogênito

Mas, tendo dito isto, há pessoas que insistem em dizer que embora o Senhor Jesus exercesse o Seu poder na Criação, Ele era, Ele próprio, um ser criado. Para apoiar isto, citam Colossenses 1:15: “O qual é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”. Esta afirmação é usada pelas “Testemunhas de Jeová” para apoiar sua afirmação blasfema de que a primeira criação de Deus foi o Seu Filho. É importante, portanto, entender corretamente a palavra “primogênito”. O Senhor Jesus é descrito como o “primogênito”, em cinco ocasiões no Novo Testamento, que são: Rm 8:24; Cl 1:15, 18; Hb 1:6; Ap 1:5. A palavra é usada no plural em Hebreus 12:23: “igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus”. No Velho Testamento o título “primogênito” não era sinônimo de “primeiro a nascer”. Veja por exemplo I Crônicas 26:10-11: “E de Hosa, dentre os filhos de Merari, foram filhos: Sinri o chefe (pois embora não fosse o primogênito, seu pai o constituiu chefe). Hilquias o segundo, Tebalias … Zacarias”. A posição de José ilustra isto. Veja I Crônicas 5:1-2: “Quanto aos filhos de Rúben, o primogênito de Israel (pois ele era o primogênito; mas porque profanara a cama de seu pai, deu-se a sua primogenitura aos filhos de José, filho de Israel; de modo que não foi contado na genealogia da primogenitura, porque Judá foi poderoso entre seus irmãos, e dele veio o soberano; porém a primogenitura foi de José)”. Podemos acrescentar os casos de Jacó e Esaú, e de Efraim e Manassés (Gn 48:5-20), e fica claro pelos acontecimentos nas famílias patriarcais que a palavra “primogênito” se referia ao cabeça, ou filho principal, na família. Ela descrevia o relacionamento singular entre o pai e o filho assim indicado. No Salmo 89:27, Davi é descrito como “meu primogênito mais elevado do que os reis da terra”. Ele é supremo entre os monarcas terrenos. Isto se aplica ainda muito mais ao Senhor Jesus, que é “da casa e família de Davi”! Veja Lucas 2:4.

As “Testemunhas de Jeová” também usam Apocalipse 3:14: “o princípio da criação de Deus”, para apoiar sua doutrina abominável de que Cristo é um ser criado. Entretanto, a palavra “princípio” significa “originador”. Ele não é, como eles sugerem, “o primeiro a ser criado”, mas o Criador! Ele é o “originador” da Criação. Como o “primogênito de toda a criação”, o Senhor Jesus tem tanto a primazia quanto a preeminência sobre a Criação.

Se o Senhor Jesus é Deus Ele precisa ser onisciente 

Samuel, entre outros no Velho Testamento, aprendeu que “o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (I Sm 16:7), e Ana disse: “o Senhor é o Deus de conhecimento, e por Ele são as obras pesadas na balança” (I Sm 2:3), enfatizando a onisciência de Deus. O Senhor Jesus também demonstra essa característica, e é João quem enfatiza a Sua onisciência. 

Natanael perguntou: “De onde me conheces Tu?”, e quando o Senhor respondeu: “Antes que Filipe te chamasse te vi Eu, estando tu debaixo da figueira”, ele disse: “Rabi, Tu és o Filho de Deus; Tu és o Rei de Israel” (Jo 1:48-49). Novamente, em João 4:28-29: “Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens: Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito. Porventura não é este o Cristo?”. E de novo em João 11:14, Ele podia revelar o que acontecera em Betânia: “Lázaro está morto”.

A isto temos que acrescentar o domínio completo do Senhor Jesus sobre cada situação, Seu conhecimento perfeito de acontecimentos vindouros em Jerusalém, relativos à Sua morte e ressurreição, junto com Seu conhecimento perfeito de acontecimentos no então futuro distante, como demonstrado no Seu discurso no Monte das Oliveiras, tudo isso enfatiza a Sua onisciência.

Se o Senhor Jesus é Deus, Ele precisa ser onipresente

O próprio Senhor Jesus enfatizou isto em João 14:23: “Se alguém Me ama, guardará a Minha palavra, e Meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada”.

A Sua onipresença é enfatizada em Mateus 18:20: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles”. Compare com Marcos 16:20: “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram”.

Se o Senhor Jesus é Deus, Ele precisa ser absolutamente Santo

Ana disse: “Não há Santo como o Senhor” (I Sm 2:2), e o Senhor Jesus, tendo dito aos Seus acusadores: “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai”, continuou: “Quem dentre vós Me convence de pecado?” (Jo 8:46). A palavra “convence”, ou, “acusa”, indica que eles não somente eram incapazes de realmente acusá-lO de pecado perante um tribunal, mas também que Ele não era convicto de pecado na Sua própria consciência. Obviamente, era impossível Sua consciência acusá-lO, pois “nEle não há pecado” (I Jo 3:5). Compare com Tiago 1:13: “Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta”. É muito importante lembrar que a tentação no deserto não tinha por finalidade provar se o Salvador podia ou não pecar, mas era para demonstrar que Ele não podia pecar.

Se o Senhor Jesus é Deus, Suas palavras precisam ser únicas

João escreve: “Aquele que vem de cima é sobre todos; aquele vem da terra é da terra e fala da terra. Aquele que vem do céu é sobre todos … Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus; pois não Lhe dá Deus o Espírito por medida” (Jo 3:31, 34). Portanto, não é surpreendente que os oficiais enviados para trazê-lo, explicaram seu fracasso com as palavras: “Nunca homem algum falou assim como este homem” (Jo 7:32, 46). Ele disse: “Eu falo do que vi junto de Meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai” (Jo 8:38).

Se o Senhor Jesus é Deus, a morte não pode retê-lO

Tomé, confrontado com as chagas mortais num corpo vivo, exclamou: “Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20:28). A evidência cabal da Deidade do Senhor é a Sua ressurreição, que vindicou cada reivindicação feita por Ele. Se Ele não fosse Deus, Ele ainda estaria no sepulcro. Mas Ele “nasceu (ou veio) da descendência de Davi segundo a carne [a palavra ‘nasceu’ aqui significa ‘entrar numa nova condição’], declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos” (Rm 1:3-4).

Os apóstolos fizeram disso o carimbo oficial da sua pregação. Veja Atos 2:24-36: “… ao qual Deus ressuscitou … a este Jesus, Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai … Porque Davi não subiu aos céus, mas ele próprio diz: Disse o Senhor ao meu Senhor … ”

Os cristãos hoje deveriam estar “aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo [‘nosso Grande Deus e Salvador Jesus Cristo’, JND]” (Tt 2:13). Nós reconhecemos com prazer a Sua Deidade enquanto aguardamos a Sua vinda, e Israel fará o mesmo na Sua subsequente manifestação: “Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e Ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na Sua salvação gozaremos e nos alegraremos” (Is 25:9).

Na eternidade os santos hão de contemplar o seu Redentor e dizer com Paulo: o “Filho de Deus, o qual me amou, e Se entregou a Si mesmo por mim”. Talvez não seja fantasioso demais dizer que palavras semelhantes às bem conhecidas e apreciadas do seguinte hino serão ouvidas no Céu:

Fiel imagem do Infinito
Cuja essência oculta está;
Resplendor da eterna Luz,
O coração de Deus revelado.
Digno, ó Cordeiro de Deus, és Tu,
De que todo joelho se dobre diante de Ti.
(Josiah Condor)


Neste meio tempo, visto que Ele “é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (I Jo 5:20), devemos dar a Ele a nossa devoção total. Como o “verdadeiro Deus”, Ele não pode ter rival nos nossos corações e nas nossas vidas. Por isso João conclui sua I Epístola dizendo: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos”.


© W. J. Watterson

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