Desde o dia 21 de Março de 2020 a igreja local em Pirassununga está impossibilitada de reunir publicamente, devido à quarentena decretada no estado de São Paulo. Durante este período tenho enviado aos irmãos e irmãs da igreja local pequenas mensagens de texto para nosso ânimo mútuo. Postarei estas mensagens abaixo — talvez ajudem mais alguém.
Irmãos de diversas partes têm perguntado sobre nossa situação presente aqui no Brasil (situação repetida em diversas partes do mundo), com uma preocupação importante e sincera: ao deixar de reunir como igreja local por algumas semanas, não estaríamos desobedecendo ao Senhor? Afinal de contas, Ele nos mandou “não deixar a nossa congregação” (Hb 10:25), e disse, em relação à Ceia: “Fazei isto …” (I Co 11:24). Seria certo desobedecer ao Senhor para obedecer aos homens?
Jeremias diz: “De que se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados” (Lamentaçõe 3:39). Se muitos não admitem as próprias falhas e não gostam de ser repreendidos pelo que fizeram de errado, quem aprecia ser repreendido pelo que não fez? São profundas e dolorosas as feridas causadas pela acusação falsa.
Mas foi exatamente isso que aconteceu com nosso amado Senhor na cuz do Calvário! “Aqueles que Me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da Minha cabeça; aqueles que procuram destruir-Me, sendo injustamente Meus inimigos, são muitos; então restitui o que não furtei”. “Ele foi ferido pelas nossas trangressões, e moído pelas nossas iniquidades … o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de nós todos … pela transgressão do meu povo foi Ele atingido … Ele levou sobre Si o pecado de muitos” (Salmo 69:4; Isaías 53:5-12).
A palavra “Moriá” (que significa “escolhido por Jeová”) só ocorre duas vezes nas Escrituras. A primeira é em Gênesis 22, onde ela identifica o monte tão solene que Abraão e Isaque subiram juntos. Duas vezes o relato de Gênesis 22 destaca que caminhavam “ambos juntos” (v. 6, 8). Como é linda e comovente a figura de comunhão entre pai e filho — mas contemplando essa cena tão bucólica, quem poderia imaginar a dor que machucava o coração de Abraão, sabendo o que teria que fazer em Moriá? E como é precioso ouvir ali, pela primeira vez, a promessa de que Deus mesmo providenciaria o Cordeiro cujo sangue seria derramado para nossa expiação. Mais para frente nas Escrituras Deus estabelecerá o meio de expiação (sangue) e deixará claro que é Ele quem dá o sangue sobre o altar (veja Levítico 17:11), mas isto é revelado pela primeira vez aqui em Moriá: “Deus proverá …”.
On the 15 of June 2019, Elen and I gave away our second daughter, Larissa, in marriage to Henrique. Both are believers in fellowship in the assembly here in Pirassununga, and we pray that they may live for the glory of God. Below are some photos of the wedding:
Não foi difícil renunciar
Às coisas podres que eu amava;
Até gostei de abandonar
A noite fria em que andava.
Mas era pouco…
A princípio, relutei:
“Sacrificar o meu melhor?”
Chorei, sofrendo, mas aceitei,
E tudo era do Senhor.
Mas era pouco…
E Ele repetia, com amor:
“Quem não negar-se a si mesmo…”
“Mas, Senhor!” clamei; “Senhor!
Negar-me a mim mesmo?
Virar as costas ao meu ‘eu’?
Tudo que tenho já é Teu!”
Paciente, Ele ainda perguntou: “Tudo?”
Envergonhado, respondi: “Quase tudo…”
Um famoso provérbio, conhecido pelo menos desde que Geoffrey Chaucer[1] escreveu “Troilus and Criseyde” (ca. 1380 a.D.), diz: “Quem mora em casa de vidro não deveria jogar pedras”. Aplicando isto a nós, reles mortais, o sentido é que nenhum de nós deveria criticar os outros, pois todos nós merecemos críticas também. Se eu jogar pedras na sua casa, a minha, sendo de vidro, é extremamente vulnerável às pedras que você talvez vier a jogar em mim.
Preciso me conscientizar mais disso. Aprendi, com o passar dos anos, a não jogar pedras nos outros, mas ainda não consigo ficar sem a vontade de jogá-las. Erros pequenos nos meus irmãos e irmãs me irritam, e sofro para controlar o impulso natural de tacar pedras (uma coisa que me ajuda é lembrar que eu também erro — e não são apenas “erros pequenos” — e que Deus me perdoou mais do que pede que eu perdoe).
A irritação faz mal à minha saúde, e prejudica minha comunhão com Deus. Por outro lado, o perdão traz paz e sossego à alma, e faz bem até para o corpo. Deus disse, muito antes de Chaucer: “A paz de espírito é saúde para o corpo, mas a inveja é podridão para os ossos” (Pv 14:30).
Senhor, ensina-me a não jogar pedras, e a nem pensar em jogá-las.
How rich the treasures I received
On father’s knees and mother’s arms,
Where worldly cares are not perceived
And ears are deaf to vain alarms.
Oh sweet, sweet bliss of childhood days,
When Christ was preached by word and deed,
When Scripture guided all our ways
And God supplied our every need!
True riches these, that brighter grow
And far outshine world’s choicest gold!
Please help me, Lord, to always show
That fear of God grows never old!
O relato da crucificação do nosso amado Salvador é conhecido por todos os salvos. Com corações comovidos e reverentes, tiramos as sandálias dos pés (Êx 3:5) e seguimos os passos do Senhor Jesus naquelas últimas horas. Saindo de Jerusalém, atravessamos o ribeiro Cedrom, e nas encostas do Monte das Oliveiras chegamos ao Jardim de Getsêmani. Ah, como está escuro ali! Confusos, lemos que o Senhor “começou a entristecer-Se e angustiar-Se muito”, e disse a Pedro, Tiago e João: “A Minha alma está cheia de tristeza até a morte”. Contemplamos sofrimentos internos que o coração humano não conhece!
Acompanhamos o bando que leva nosso Senhor, com as mãos amarradas, até finalmente chegarem em Gabatá, o lugar público onde Pilatos apresentou o Senhor à multidão e pronunciou o veredito de morte. Mesmo confessando três vezes que não via nEle crime algum! Que injustiça! Quanta ingratidão!
Chorando, saímos de Jerusalém até o monte do Calvário, Gólgota em Hebraico, “onde O crucificaram”. Quanta crueldade e ódio. Assustados, vemos o Sol se esconder, e sentimos o terrível terremoto que sacudiu a Terra.
Estes três lugares cujos nomes a Bíblia faz questão de registrar na língua Hebraica são preciosos para cada um que crê: Getsêmani (Mt 26:36 — jardim de agonia e orações intensas), Gabatá (Jo 19:13 — o tribunal onde Ele foi injustamente sentenciado à morte) e Gólgota (Jo 19:17 — o monte onde O crucificaram). Quantas memórias sagradas e benditas estes lugares evocam!
Que Cristo seja cada vez mais precioso para Seu povo, enquanto meditamos no “preço amargo da paz perene que Ele nos deixou”. Abaixo há um vídeo com o hino cantado por minhas filhas e genro (a quem agradeço de coração). Quem quiser, pode baixar a partitura em pdf.
Três lugares santos
Getsêmani! Jardim de densas trevas;
Pavor e angústia cercam meu Senhor! (Mt 26:37)
Cordéis de morte apertam Sua alma; (Sl 116:3)
Seu coração transborda de horror! (Lc 22:44)
A rude cruz ali é antecipada;
As suas sombras vêm O atormentar! (Mc 14:36)
E enquanto todos dormem de tristeza, (Lc 22:45)
Jesus, tão só, Se prostra a orar. (Mt 26:44)
No Gabatá o mal é consumado:
A injustiça reina sem pudor!
O Inocente é condenado à morte (Lc 23:4)
E açoitado como um malfeitor! (Mc 15:15)
O Rei é coroado com espinhos, (Jo 19:2)
Tratado com cruel humilhação;
E todos gritam: “Fora! Crucifica!” (Jo 19:15)
Que injustiça! Quanta ingratidão!
E lá no Gólgota, oh, que mistério:
Meu Criador pregado numa cruz! (Lc 23:33)
Será possível que assim tratamos
O terno, meigo, santo e bom Jesus? (Lc 23:41)
Os Céus, confusos, vestem-se de luto; (Mc 15:33)
A Terra treme e rasga o peito em dor; (Mt 27:51-52)
The wind swooped down on piercing wings,
Spreading forth its ageless fears,
Grasping rocks as one who clings
To hopeless dreams of bygone years;
Anguished, screaming wind…
But God was not in the wind.
And then an angry, swelling roar;
The Earth was trembling, raging
Like a stallion who no more
Can call the winds and take them racing;
I felt my strength begin to shake,
But God was not in the earthquake.
A fire next, burning hot,
Strong and proud as one who claims
To know each person’s hope and lot,
Spitting out its stubborn flames,
Reaching up, higher and higher…
But God was not in the fire.
And then a still, small voice;
“What doest thou here?” “I, Lord…”
“No, Elijah” (still a gentle voice!)
“Not you — I have kept my faithful word,
Not by might, nor by power,
But by My Spirit. That is power!”
Oh, Lord! How often do we scream,
And strain, and burn with human power;
Our lives, at times, would scarcely seem
To be depending on Thy power.
Teach us, Lord, to cease our noise,
And hear thy still and gentle voice.
I dreamt that heaven’s hosts were singing
In a different, special way;
Every voice in rapture ringing
In a different, special way.
I stopped to hear, and wondered why
Their song seemed sweeter, more sublime;
And then I saw a soul draw nigh
And bow before the Lord of Time.
I saw my grandma place her crown
Before His feet in humble praise;
I saw His pierced hand reach down,
And heaven hushed beneath His gaze.
Her praise was silent, pure and fervent,
As I heard Him gently say:
“Well done, good and faithful servant”.
Then I saw Him turn my way.
“Would you rather take her back”, He said,
“To face the pains and tears of life?
Dry your tears, My son, and think instead
Of all the joys of her new life”.
I awoke, then, and understood
That she is resting now in peace.
Oh Lord! Hasten, please, the glorious day
When all these partings shall have ceased.
(Can be sung to the tune of “Some day the silver chord will break”)
I see the power of God revealed
In Nature’s great, mysterious ways;
Its boundless hoards will always yield
To their Creator precious praise.
And Heaven and Earth, and land and sea,
Declare to all Thy majesty.
Entre as memórias marcantes da minha infância há uma que sempre me conforta. Chegávamos à casa dos meus avós em Uberaba (no AVP), e assim que os abraços e beijos haviam sido dados, eu corria para a copa. Na parede oposta, de costas para a “portinhola” entre a copa e a cozinha, havia um velho tocador de fitas K7 sobre um móvel. Eu procurava ansioso entre as fitas de Jim Reeves até achar aquela que continha o hino Whispering Hope, e me deleitava ouvindo a fita toda — mas especialmente este hino. A melodia é linda, e a letra traz esperança e alento.
Quero contar duas histórias protagonizadas pelo meu pai, que poderão ajudar alguns a entender minha posição quanto à questão do salvo e sua frequência às reuniões da igreja local.
Para quem não me conhece, talvez seria bom primeiro explicar qual é a minha posição nesta questão. Ela pode ser resumida assim: o cristão só deveria perder uma reunião da sua igreja local em último caso. A prática tão comum de frequentar as reuniões apenas quando conveniente é, no meu entendimento, radicalmente contraditória, e me incomoda muito ver esta falta de compromisso em alguns.
Ou, por que não tenho liberdade para cooperar com as denominações.
Desde o século II desta era, quando os salvos começaram a se afastar da simplicidade institucional que caracterizava as igrejas locais da época do Novo Testamento, o povo de Deus tem sido caracterizado, lamentavelmente, por divisão. Sempre houve, em todas as épocas desde então até hoje, igrejas locais que continuavam reunindo unicamente ao nome do Senhor Jesus Cristo, mas sempre houve, também, muitos salvos reunindo em organizações humanas. Hoje, a quantidade destas organizações (que chamarei aqui “denominações”) aumenta constantemente, para vergonha nossa e confusão dos incrédulos.
Observação: Apêndice de um estudo detalhado sobre as Sete Solenidades de Levítico cap. 23. As considerações abaixo só farão sentido se lembrarmos que o “dia” judaico começa com o pôr-do-sol. Assim o dia 14 de Nisan (dia da Páscoa) termina quando o Sol se põe (18h00 mais ou menos), e aquela noite já é considerada o dia 15.
Se tivéssemos apenas os evangelhos sinópticos, entenderíamos que quando a Ceia do Senhor foi instituída o Senhor Jesus participava da ceia da Páscoa com Seus discípulos, na mesma noite em que todos os judeus estariam celebrando esta festa. O cordeiro da Páscoa teria sido morto na tarde do dia 14, e naquela noite, 15 de Nisan, era celebrada a ceia da Páscoa; o Senhor seria crucificado na tarde do dia 15.
Levítico cap. 23 começa assim: “As solenidades do Senhor, que convocareis, serão santas convocações; estas são as Minhas solenidades”. Em seguida são listadas sete datas especiais que Israel deveria celebrar todo ano. Pode parecer só uma lista de festividades antigas, que não tem nada a nos ensinar — mas temos aqui um tesouro de ensino!
(Ouça uma série de pregações sobre este assunto clicando aqui)
“Jesus” é a forma grega de um nome derivado de duas palavras hebraicas: a primeira é “Jeová”, e a outra quer dizer “salvação”, ou “Salvador”. Portanto, “Jesus” quer dizer “a salvação de Jeová”, ou “Jeová é Salvador”. Foi exatamente isto que José ouviu em sonho: “Chamarás o Seu nome Jesus; porque Ele salvará o Seu povo dos pecados deles” (Mat. 1:21).
Em Mateus caps. 26 e 27 vemos que, naquele dia tão solene da crucificação, houve três ocasiões diferentes em que algo foi rasgado.
Em primeiro lugar, lemos que “o sumo sacerdote rasgou as suas vestes” (26:65). Foi um ato hipócrita, fingindo estar escandalizado com a afirmação feita pelo Senhor. Sem perceber, porém, Caifás estava também indicando, simbolicamente, que o seu ofício de sacerdote havia acabado. Não precisamos mais de sacerdotes humanos, pois temos o próprio Filho de Deus (Hb 7:26-28).
Algumas horas mais tarde lemos que “o véu do Templo se rasgou em dois, de alto a baixo” (27:51). Este ato (acompanhado pelo rasgar das pedras e dos sepulcros) era um sinal divino de que Deus havia aprovado o sacrifício do Senhor na cruz. Não foram homens que rasgaram o véu; foi “de alto a baixo”, pela mão de Deus, indicando assim que o caminho para o santuário estava agora aberto (veja Hb 9:6-14).
E entre estes dois eventos, lemos estas palavras tão comoventes:“Tendo mandar açoitar a Jesus, entregou-O para ser crucificado” (27:26). Lembramos das palavras do Salmista sobre Israel, que se aplicam ao Senhor nesse momento:“Os lavradores araram sobre as Minhas costas; compridos fizeram os seus sulcos” (Sl 129:3). O açoite romano rasgou as costas do meu Salvador, para que hoje eu tivesse o direito de ser recebido com amor por Ele nos átrios eternos.
Quando nos reunirmos amanhã, no primeiro dia da semana (At 20:7), nas nossas respectivas igrejas para recordar dEle no Partir do Pão, lembremos que foi a agonia do Salvador que permitiu a abolição do sacerdócio e a abertura do santuário.
Que preço amargo, ó meu Senhor, Pagaste em meu favor; Teu Filho amado, singular, Deitaste sobre o altar.(youtube)
Faz vários anos (trinta, para ser exato) que venho tentando adaptar alguns hinos do inglês para o português. Recentemente achei interessante compartilhar estas tentativas com outros irmãos e irmãs. Algumas igrejas no Brasil estão usando alguns destes hinos em suas reuniões, e quem sabe sejam úteis para outros também.
Em janeiro de 2017 estive na Irlanda do Norte com minha família por algumas semanas, e os irmãos da igreja local que se reúne na Av. Cambridge, em Ballymena, me pediram para falar sobre alguns aspectos da vida de meu pai. Eles separaram uma de suas reuniões de sábado à noite (destinadas principalmente aos jovens) para esse propósito, e foi sugerido o título: “A fé dos quais imitai …” (Hb 13:7).
A tribute to Ronnie Watterson (21st November 1935 — 30th May 2016)
In 2008, on furlough (more photos at end of post)
In January of 2017 I was over in N. Ireland with my family for a few weeks, and the brethren from the Assembly that meets at Cambridge Avenue, Ballymena, asked me to speak about some aspects of the life of my father. They separated one of their Saturday night meetings, mainly aimed at young people, for that purpose, and suggested the title: “Whose faith follow ...”