Saturday 5 March 2022

Meditações 660 a 669

Meditações na quarentena (2020/22) enviadas diariamente aos irmãos e irmãs da igreja local em Pirassununga para nosso ânimo mútuo (arquivadas neste blog).

José (d) — Meditações 660


As próximas duas menções do nome de José destacam a sua linhagem: “José, da casa de Davi … E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade  de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi)” (Lc 1:27; 2:4). Pode parecer um detalhe supérfluo, mas é importante. O VT (I Cr 17:11-14; veja Mt 22:42) havia predito que o Messias seria descendente de Davi — aqui vemos o cumprimento destas profecias.


Lucas também nos mostra José ao lado da manjedoura (Lc 2:16), e cumprindo tudo que a Lei exigia em relação ao Senhor Jesus nos primeiros dias de Sua vida aqui na Terra (Lc 2:21-40). Ele comportou-se de forma responsável na função de pai! Também lemos que “todos os anos iam Seus pais a Jerusalém à Festa da Páscoa; e, tendo Ele já doze anos, subiram a Jerusalém” (Lc 2:41-42). É muito bom ver José guiando sua família nos caminhos do Senhor — um exemplo digno de ser imitado!


Poucas linhas abaixo, porém, Lucas mostra que houve uma falha de atenção da parte de José, pois quando regressaram, “ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o soube José, nem Sua mãe”. Verdade seja dita, o Senhor não Se perdeu — certamente Ele ficou para trás porque quis. Mesmo assim, o Espírito registrou o fato que José e Maria não perceberam a ausência do Senhor até no dia seguinte.


Quão fácil para qualquer um de nós nos acostumarmos com a presença do Senhor conforme os anos se passam, e chegar ao ponto de negligenciarmos a comunhão com Ele. Deixamos de estar atentos, e nos distanciamos dEle! Que Deus nos preserve disto!


Quando finalmente encontraram o Senhor, Ele “desceu com eles, e foi a Nazaré, e era-lhes sujeito” (Lc 2:51). O Criador dos Céus e da Terra sendo sujeito a um homem simplesmente porque Deus colocou aquele homem na posição de pai (no sentido legal da palavra). Que exemplo para os adolescentes salvos! E que testemunho do caráter de José, que foi escolhido para esta tarefa.


Nunca mais lemos de José (historicamente) depois disto. Provavelmente ele morreu e partiu para o Céu mais cedo. Mas temos uma passagem em Lucas (4:22), e duas em João (1:45; 6:42), quando Deus quis registrar que os homens referiam-se ao Senhor Jesus como “o filho de José”. Ele não era filho de José, mas Filho de Deus — mesmo assim, que honra para José ter seu nome associado com Seu Criador. Que privilégio ele teve de ver aquele “menininho” tornando-Se um jovem, crescendo “em sabedoria, e em estatura, e em graça, para com Deus e os homens” (Lc 2:40, 52).


Sua obediência inicial, de tomar Maria, sua esposa, foi amplamente recompensada! Obedecer a Deus sempre vale a pena!



Tamanha fé — Meditações 661


Em Lucas cap. 7:1-9 vemos o Senhor Jesus destacando a fé de um centurião romano, dizendo à multidão: “Digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tamanha fé”. Meditemos um pouco neste centurião anônimo (que nos lembra muito Cornélio; veja Atos cap. 10).


Gentios x Judeus


Em primeiro lugar, pense neste testemunho impressionante, vindo do próprio Senhor! Um testemunho que concorda com a opinião dos judeus acerca deste homem: “É digno de  que lhe concedas isto, porque ama a nossa nação, e ele mesmo nos edificou a sinagoga”. Lembre que os judeus desprezavam os gentios (principalmente militares romanos que dominavam sobre eles), mas este centurião tinha bom testemunho entre seus “inimigos”.


Quando li estas palavras, fazia pouco tempo que havia lido sobre a primeira pregação do Senhor em Nazaré, quando Ele disse: “Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de  Elias … e a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom …. E muitos leprosos havia em Israel no tempo do profeta Eliseu, e nenhum  deles foi purificado, senão Naamã, o siro” (Lc 4:25-27).


Gentios sendo abençoados e honrados, enquanto judeus se afastam de Deus! Eis um fato que Deus fez questão de enfatizar na Sua Palavra: fazer parte do povo de Deus, coletivamente, não é garantia de agradar a Deus, individualmente!


Nunca houve dúvida no VT que o povo de Deus era apenas Israel, “dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a Lei, e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne” (Rm 9:4-5). O povo eleito e a nação santa eram os judeus, não os gentios. Mas diversas vezes Deus passava por cima do Seu povo e mostrava o Seu prazer em um gentio!


Podemos aplicar isto à nossa posição como igreja de Deus hoje. Não tenho a menor dúvida que a única forma de reunião que Deus autoriza e reconhece hoje em dia é reunir-se ao nome do Senhor Jesus apenas. Uma igreja local é plantada por Deus; as denominações são invenção humana. Mas também não tenho a menor dúvida que no Tribunal de Cristo, eu terei que ficar atrás de muitos irmãos e irmãs que, por falta de instrução, passaram a vida inteira servindo a Deus numa denominação, mas o fizeram com uma devoção e humildade que eu não tive!


É solene pensar nisto! Por um lado, desejamos exaltar o grande privilégio de pertencer a uma igreja local, e fazer parte do testemunho coletivo que Deus aprova — mas tememos que a contemplação deste privilégio nos faça complacentes, acomodados e orgulhosos (atitudes que ofendem a Deus!).


Que possamos agradecer a Deus pelo privilégio de andar em “terra santa”, mas sempre reconhecendo que devemos isto totalmente a Ele. 


Digamos, como Paulo: “Não eu, mas a graça de Deus, que está comigo” (I Co 15:10).



Tamanha fé (b) — Meditações 662


Continuando a meditar sobre o centurião de Lucas 7, pense um pouco na sua humildade (nem sempre lembramos que confiar em Deus exige não confiar em si mesmo — impossível ser crente e orgulhoso!).


Ele não se considerava digno de receber uma atenção especial do Senhor. Leia o que ele disse: “Senhor, não Te incomodes, porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado. E por isso nem ainda me julguei digno de ir ter contigo”.


Ah, como isto é diferente do padrão que vemos no mundo evangélico hoje! Os religiosos hoje dão uma ênfase exagerada ao amor de Deus pelos Seus filhos, esquecendo-se da nossa insignificância, e insistem que temos o direito de exigir que Deus faça tudo que queremos. E depressa, pois eu não posso esperar! Eu mereço o melhor, sempre!


Não! Na realidade, precisamos de equilíbrio neste assunto (como em tudo na vida)! O amor de Deus por cada um dos Seus é inesgotável, sim — mas não porque nós somos especiais! É o amor de Deus que é especial!


O que nós realmente merecemos é o inferno — mas basta ter uma dorzinha de cabeça, um pneu furado numa hora imprópria, uma receita especial que desandou porque o leite estava talhado, e já choramingamos: “O que eu fiz para merecer isto? Ah, como eu sofro!”


Precisamos mais deste contentamento do centurião! “Senhor, não Te incomodes! Eu não quero nenhum tratamento especial, pois não sou digno disto! Só peço que cure o meu servo!”


Precisamos observar mais atentamente tudo que Deus faz por nós, e obedecermos a instrução do NT: “Sede agradecidos” (Cl 3:15).



Tamanha fé (c) — Meditações 663


Finalizando esta pequena série, quero destacar a fé do centurião, propriamente dita. “Dize, porém, uma palavra, e o meu criado sarará. Porque também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados sob o meu poder, e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz.”


Que confiança notável! Ele está dizendo: “Da mesma forma que eu sempre obedeço ao Imperador, e meus soldados sempre me obedecem, assim a doença do meu servo é subordinada Tua! Se o Senhor mandar, a doença precisa ir embora assim como um soldado precisa obedecer seu superior!”


Cremos, sinceramente, que todas as coisas (todas!) estão totalmente debaixo da autoridade do Senhor? Cremos que quando Ele ordena, o Universo, a formiga, e a minha saúde precisam obedecê-lo?


Não estou sugerindo que não devemos tomar um remédio quando precisamos (se estou com dor de cabeça, um analgésico é indicado, por exemplo), nem que nossos erros não tenham consequências (se eu comer demais, provavelmente vou passar mal). Mas precisamos crer que há um Deus que pode interferir em toda circunstância, se esta for a Sua vontade.


Ou, em outras palavras: no final das contas, tudo depende de Deus. Ele quer que nós vivamos a vida normal dos homens, tomando os mesmos cuidados de saúde que eles tomam, e nunca prometeu que não ficaríamos doentes, ou que não deveríamos confiar no diagnóstico dos médicos. Mas Ele quer que creiamos que Ele (e apenas Ele) tem poder (todo o poder) de interferir imediatamente em qualquer situação, conforme à Sua vontade.


“Dize uma palavra, e meu criado sarará!”


“E, ouvindo isto Jesus, maravilhou-Se dele, e voltando-Se, disse à multidão que o seguia: Digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé” (Lc 7:2-9).




Moisés e Cristo — Meditações 664 


Moisés é mencionado por nome treze vezes no evangelho de João — todas elas até o cap. 9. Depois deste ponto (que, em termos de quantidade de palavras, é mais ou menos o meio do livro), João nunca menciona Moisés.


Por que esta mudança? Talvez a razão esteja na última menção de Moisés em João: “Então [os judeus] o injuriaram, e disseram: Discípulo dEle sejas tu; nós, porém, somos discípulos de Moisés. Nós bem sabemos que Deus falou a Moisés, mas este não sabemos de onde é” (Jo 9:28-29).


Veja que absurdo! A liderança dos judeus afirma, com todas as letras, que preferem Moisés ao Senhor Jesus — confiam mais em Moisés do que no Filho de Deus! Até o cego, que eles desprezavam, mostrou o absurdo das suas palavras, respondendo: “Nisto, pois, está a maravilha, que vós não saibais de onde Ele é, e contudo me abrisse os olhos … Se este não fosse de Deus, nada poderia fazer” (9:30-33).


Moisés foi um grande servo, mas ele não pode ser comparado a Deus! Em João cap. 9 os principais dos judeus chegaram ao cúmulo de dizer: “Preferimos Moisés a Cristo!” A partir daí, Deus não fala mais sobre Moisés, mas continua descrevendo as glórias e perfeições do Senhor Jesus Cristo. É uma forma eloquente de Deus mostrar onde está a Sua preferência!


Conhecemos grandes servos e grandes servas (nas Escrituras, e também em tempos recentes) — que Deus nos preserve de exaltar qualquer um ao nível do Senhor Jesus. Só Ele é Deus; só Ele merece nossa adoração e devoção!


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Ocorrências de “Moisés” no evangelho de João: 1:17, 45; 3:14; 5:45, 46; 6:32; 7:19, 22 (2x), 23; 8:5; 9:28, 29.



O Verbo (a) — Meditações 665


O evangelho segundo Mateus começa com estas palavras: “Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (“geração” é, no grego, genesis, “começo”). Marcos inicia: “Princípio [arche] do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus”. Lucas começa dizendo que vai expor os fatos da vida do Senhor “desde o princípio [arche]”, e começa com o anúncio do nascimento de João Batista.


Os três, apesar das diferenças, tomam como “princípio” das suas narrativas o período da História em que a dinastia dos Herodes (reis edomeus) reinava na Galileia e Roma dominava o mundo. Mas João começa desta forma: “No princípio [arche] era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” — que diferença! Apesar de usar a mesma palavra arche que Marcos e Lucas usaram, é evidente que o “princípio” de João é muito mais antigo que o “princípio” dos outros três evangelistas. Eles começam com a vinda do Senhor ao mundo — João começa antes da criação do Universo!


João 1:1 volta a um tempo ainda anterior a Gênesis 1:1 — se é que podemos falar de anterioridade em relação à eternidade! Nós só conseguimos imaginar uma existência controlada pelo Tempo — mas como sabemos que houve uma eternidade além do Tempo (que já existia antes do Tempo existir, e continuará a existir quando o Tempo se acabar), deduzimos que houve um momento em que o Tempo foi criado. Esta primeira experiência do Tempo é aquilo que Gênesis e João chamam de “princípio” — o primeiro momento que pode ser cronologicamente identificado. Gênesis 1:1 nos fala do que aconteceu neste “princípio”, mas João 1:1 nos mostra o que já existia quando este “princípio” aconteceu!


Também poderíamos dizer que ambos nos levam àquele ponto primordial. Gênesis nos coloca no princípio, olhando para frente, e João nos coloca no mesmo ponto, mas nos convida a olhar para trás.


Três características do Verbo


João abre seu evangelho apresentando-nos três detalhes sobre nosso amado Senhor quando Deus criou o Tempo, em preparação para a criação dos Céus e da Terra. Em cada uma destas cláusulas é repetido nome “Verbo”:


i) “No princípio era o Verbo”. Aqui temos a condição do Verbo na eternidade, a Sua existência eterna. Não diz: “à partir do princípio foi o Verbo” — no princípio Ele já existia.


ii) “o Verbo estava com Deus”. Eis a comunhão do Verbo na eternidade — não existindo apenas, mas existindo com Deus. Esta expressão prova, ao mesmo tempo, a individualidade do Verbo (pois se estava com Deus, Ele não era meramente uma manifestação de Deus, mas tinha existência própria) e a intimidade e igualdade entre o Verbo e Deus (estavam juntos, como iguais).


iii) “e o Verbo era Deus”. Finalmente é apresentado o caráter do Verbo na eternidade — eternamente existindo com Deus, e com a própria natureza de Deus! No texto grego “Deus” é a primeira palavra desta cláusula, sendo assim enfática: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e Deus era o Verbo”.


Poderíamos resumir assim:


i) Quem existia no princípio? “No princípio era o Verbo”;

ii) Quais as experiências eternas deste Verbo? “O Verbo estava com Deus”;

iii) Qual era a essência eterna, a verdadeira natureza, deste Verbo eterno? “O Verbo era Deus!”


Este é o Salvador que morreu por nossos pecados, e hoje está ressurrecto à destra da majestade nas alturas! Ele é o Deus eterno, criador do Tempo. Adoremo-no hoje!



Um número estranho — Meditações 666


A Bíblia revela que o número da Besta será “o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis” (Ap 13:18). Por causa desta afirmação, há muita superstição em torno deste número, com exemplos folclóricos de pessoas evitado qualquer associação com ele (por exemplo, Ronald Regan mudando o endereço de uma casa que comprou, de 666 St Cloud Road para 668 St Cloud Road). Em inglês existe até uma palavra (hexakosioihexekontahexaphobia) para descrever o medo deste número.


Existe razão para este medo? Não. No comentário Ritchie sobre Apocalipse, comentando sobre a mania de alguns de fazerem cálculos para tentar descobrir quem é a besta, Jim Allen escreveu (ênfase minha):


“Suposições como esta, baseadas numa hipótese que não pode ser provada, são infindas e sem proveito … A Besta será alguém muito mais poderoso do que Nero, e quando ele aparecer os santos, espiritualmente iluminados, o reconhecerão por este número, e não precisarão ser matemáticos para fazer isto!”


Este número não é mágico, nem tem poder de nos prejudicar. É um símbolo. Sendo que “seis”, na Bíblia, fala da fraqueza humana — seis é igual a sete (o número da perfeição) menos um — é uma forma simbólica de Deus dizer que este homem representa tudo de errado que existe na raça humana. Seu número e seu sinal não significam nada para nós, que seremos arrebatados antes dele aparecer, mas estão registrados em Apocalipse 13 para que nossos irmãos, que crerem durante a Tribulação, possam identificar claramente este homem, vendo assim as Escrituras sendo cumpridas.


Obviamente, existe a questão do testemunho. O cristão não deve andar por aí usando uma camiseta com este número estampado no peito (muitos acharão que está fazendo apologia ao anticristo), etc. Mas não devemos achar que o número da besta é um número a ser evitado hoje, nem ficarmos imaginando que cada avanço tecnológico é o sinal da besta. Estas coisas terão significado durante a Tribulação, mas não representam nada para nós!


Nós fomos salvos “para servir o Deus vivo e verdadeiro, e aguardar dos Céus o Seu Filho … Jesus, que nos livra da ira futura” (I Ts 1:10). Vivamos, assim, aguardando, não temendo!



O ribeiro de Cedrom — Meditações 667


Alguns lugares mencionados nas Escrituras cativam nossa imaginação — deve ser precioso visitar estes lugares hoje, e lembrar de quanta coisa importante aconteceu ali!


Um destes lugares preciosos para o salvo é o ribeiro de Cedrom, que desce pelo vale de mesmo nome, separando o monte Moriá (onde ficava o Templo) do monte das Oliveiras. O irmão Higgins escreveu ontem (link no final) sobre dois reis que atravessaram este ribeiro num dia de rejeição: Davi sofria pela rebelião de Absalão contra o rei; o Senhor Jesus tinha diante de Si a rebelião do mundo contra Deus (II Sm 15:23 e Jo 18:1).


Mas “neste ponto os paralelos terminam — tudo que segue é um contraste absoluto”. Ele cita:


• contraste no propósito — Davi estava fugindo de Jerusalém para salvar a sua vida, mas o Senhor Jesus estava indo submisso para lá, para encontrar a morte.


• contraste nas lágrimas — Davi chorava ao lembrar dos erros que ele cometeu e que provocaram esta crise; o Senhor chorou entre as duas travessias (passou indo para o Getsêmani, e depois atravessou novamente, conduzido pelos soldados), mas não eram lágrimas de remorso ou arrependimento — Ele chorava ao antecipar o efeito do nosso pecado sobre Ele.


• contraste na atitude — Davi atravessou o ribeiro sabendo que Deus o disciplinava; o Senhor atravessou o ribeiro porque amava o Pai, e queria fazer a vontade dEle.


• contraste na companhia — Davi atravessou o ribeiro encorajado pela companhia de amigos: Itai (II Sm 15:21), Zadoque e os levitas (v. 24) e Husai (v. 32). O Senhor atravessou Cedrom cercado dos Seus inimigos, com as mãos amarradas. Todos os discípulos haviam fugido, abandonando-O (Mc 14:50).


• contraste na recepção — após atravessar o ribeiro fugindo de Jerusalém, três amigos vieram ao encontro de Davi com “camas e bacias, e vasilhas de barro, e trigo, e cevada, e farinha, e grão torrado, e favas, e lentilhas, também torradas, e mel, e manteiga, e ovelhas e queijos de vacas” (II Sm 16:27-29). O Senhor Jesus, após atravessar o ribeiro e entrar em Jerusalém, enfrentou três inimigos (os judeus, Pilatos e Herodes).


Cedrom — que lugar precioso. E que Salvador precioso! Contrastando-O com Davi, a Sua glória e majestade, e a sublimidade do Seu sacrifício, brilham ainda mais. Como disse o irmão Higgins, “não realçamos estes contrastes para diminuir Davi; não somos dignos de carregar sua armadura. Nossa intenção com estes contrastes é exaltar a Pessoa e a obra do nosso Senhor Jesus Cristo”.


Só Ele é digno de louvor a adoração.


Link: https://heaven4sure.com/2022/02/06/the-brook-kidron/



Gloriando — Meditações 668


Numa reunião aqui em Pirassununga, anos atrás, um irmão visitante chamou nossa atenção para os três “gloriamos” de Romanos 5:1-11. Lendo o texto hoje lembrei daquela reunião, e reparto com os irmãos aquilo que recebi naquela ocasião.


Gloriando no alvo da justificação — “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso  Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos  firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus”. Temos sido salvos para trazer glória a Deus, e desfrutaremos da Sua glória por toda a eternidade. Com razão nos gloriamos nisto!


Gloriando no processo de santificação —  “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança”. Neste caminho até a glória, é inevitável que teremos tribulações — mas sabendo do resultado benéfico delas (paciência, experiência e esperança) podemos nos gloriar até nas tribulações. Elas passam — o bem que produziram permanece!


Gloriando na fonte de tudo — “E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor  Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação”. Por que temos uma esperança de glória futura? Por que sabemos que as tribulações trarão resultados benéficos? Por que temos a vida eterna, com tudo que a acompanha? Unicamente por causa de Deus! Ele é a fonte de todas as nossas bênçãos, passadas, presentes e futuras. Pelo plano do Pai, pela provisão do Filho e pelo poder do Espírito, somos o que somos hoje.


Sem dúvida, e acima de tudo, nós “nos gloriamos em Deus”!




Jubilei — Meditações 669


“Farás passar a trombeta do jubileu … conforme a diminuição dos anos abaixarás o seu preço” (Lv 25:9, 26).


A trombeta anunciava o ano do Jubileu, e significava livramento para os escravos, reunião com a família e descanso do trabalho. Significava também a redenção das propriedades — por isso o valor destas diminuía com a aproximação do Jubileu. 


Logo a última trombeta soará para a Igreja. Num momento, partiremos — um alegre alívio para os servos oprimidos, uma reunião alegre com nossos entes queridos, e descanso de todo o trabalho. E tudo que acumulamos nesta vida não terá mais valor para nós. O mundo recolherá tudo nas suas contas bancárias — ou latas de lixo! O valor de cada bem que temos está diminuindo a cada hora! Portanto, convém não ficar presos a estas coisas.


J. Boyd Nicholson 



© 2021 W. J. Watterson

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Dois detalhes sobre Isaías 53

Isaías 53 contém o quarto Cântico do Servo (que inclui os últimos três versículos do cap. 52). Qual seria o centro deste Cântico?