Sunday 27 March 2022

Meditações 690 a 714



Meditações na quarentena (2020/22) enviadas diariamente aos irmãos e irmãs da igreja local em Pirassununga para nosso ânimo mútuo (arquivadas neste blog). 













 

Voz de paz — Meditações 690


“Escutarei o que Deus, o Senhor, falar; porque falará de paz ao Seu povo, e aos santos, para que não voltem à loucura” (Sl 85:8).


Este versículo precioso já foi assunto de uma pequena Meditação desta série (593), mas  fui lembrado dele novamente por uma pregação que ouvi em Gama nestes feriados, onde fomos exortados quanto ao perigo associado à disseminação de mensagens (de texto, áudio, ou vídeo) com conteúdo alarmista.


Durante esta pandemia houve uma verdadeira avalanche deste tipo de mensagem — defendendo ou acusando, apoiando ou criticando — mas sempre causando muita angústia desnecessária entre os salvos. Ao invés de ser consolado (Is 40:1-2), o povo de Deus foi assustado!


Evite passar adiante mensagens que levem os salvos “de volta à loucura”. Se você receber este tipo de mensagem, o melhor a fazer é nem ouvi-la, mas deletá-la, e seguir o conselho do salmista: “Escutarei o que Deus, o Senhor, falar; porque falará de paz ao Seu povo, e aos santos, para que não voltem à loucura” (Sl 85:8).


Ouça a voz dEle pela Sua Palavra sempre que puder, e descansa nEle.



Linguagem comum — Meditações 691


Spurgeon é considerado por muitos como o Príncipe dos Pregadores. Mas, ao contrário do que esta fama pode sugerir, ele falava de tal forma que “uma criança entenderia cada frase que saia da sua boca … [pois] a missão dele era traduzir os mistérios celestiais para a linguagem normal de pessoas comuns” (F. W. Boreham, Ships of Pearl).


Quando tento transmitir a verdade de Deus a outros (em público ou particular), como faço? Tento usar linguagem rebuscada, e construções gramaticais complexas? Estou mais interessados em instruir os ouvintes, ou impressioná-los?


Convém lembrar da exortação de Paulo: “Se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem  inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Porque estareis como que falando ao ar” (I Co 14:6-11).


Ah, irmãos, a noite está avançada demais, o tempo é curto demais, e a verdade das Escrituras é solene demais, para que eu gaste tempo “falando ao ar”! Que Deus nos ajude a sermos claros e inteligíveis.




Humildade inspirada — Meditações 692


É interessante ver a maneira como João, o evangelista, foi inspirado a escrever sobre João, o Batista.


Ele o introduz assim: “Houve um homem enviado de Deus cujo nome era João”. Não “João Batista”, mas simplesmente “João”. Apesar de também se chamar “João”, ele é o único dos quatro evangelistas que nunca usa o nome completo “João Batista”. Toda vez que ele vai se referir ao Batista (são vinte vezes), ele simplesmente o chama “João”, como se João Batista fosse o único “João” conhecido como “um homem enviado por Deus”!


“Mas João, não seria interessante usar o nome completo dele, só para deixar claro que você não está se referindo a você mesmo?”


“Referindo-me a mim? Ora, todo mundo conhece o testemunho poderoso de João — mas quem sou eu? Não há perigo de nenhum leitor ficar em dúvida!”


Há outros exemplos desta atitude de humildade inspirada em João e em outros escritores da Bíblia. Mateus e Marcos nos falam da mãe de João, uma das mulheres piedosas que acompanharam o Senhor durante o Seu ministério — mas João mesmo nunca fala dela. Mateus é outro exemplo: temos quatro listas dos nomes dos doze apóstolos. Em três delas lemos de Mateus, mas Mateus é o único que acrescenta o título “publicano” (tão desprezado pelos judeus) após seu nome: “Mateus, o publicano” (Mt 10:3).


“Que um outro te louve, e não a tua própria boca; o estranho, e não os teus lábios” (Pv 27:2).




Voz do que clama — Meditações 693


Temos pensado um pouco sobre como o Espírito Santo inspirou João a apresentar a divindade do Filho de Deus na Introdução do seu evangelho. Outro João, o Batista, a “voz do que clama no deserto”, confirma este testemunho.


Nos primeiros trinta e seis versículos deste Evangelho lemos várias coisas que João Batista disse acerca do Senhor Jesus. Mas uma frase se destaca, pelo fato de ser repetida três vezes: “Aquele que vem após mim é antes de mim”:


i) “Este era aquele de quem eu dizia: o que vem após mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu” (v. 15).

ii) “Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar-lhe a correia da sandália” (v. 27).

iii) “Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um Homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu” (v. 30).


A primeira e última ocorrência desta expressão vem seguida da frase: “porque foi primeiro do que eu”, enquanto a central acrescenta: “do qual eu não sou digno de desatar-lhe a correia da sandália”. As três juntas enfatizam de forma impressionante a eternidade do Filho de Deus.


O testemunho de João Batista destaca a humanidade (“vem após mim”) e divindade (“foi primeiro do que eu”) do nosso Senhor. Ele diz, em outras palavras: “O que vem depois de mim, quanto ao tempo, é muito superior a mim, porque Ele sempre existiu antes de mim”. O Senhor Jesus nasceu seis meses depois de João Batista, mas é o Criador dele (e de todos os seres humanos).


Louvemos a este Senhor eterno, que sujeitou-Se às limitações do tempo por amor de nós.


Três dias de testemunho


Também é interessante perceber a diferença entre os três testemunhos de João Batista em três dias consecutivos, para pessoas diferentes:


i) O testemunho para os fariseus (1º dia) — vs. 19-28;

ii) O testemunho para a multidão (2º dia) — vs. 29-34;

iii) O testemunho para os discípulos (3º dia) —vs. 35-37.


Para os líderes religiosos, João se mostra muito reticente, respondendo as perguntas deles, mas somente destacando o quanto o Senhor Jesus era superior a ele. Já no dia seguinte, diante da multidão, é João que toma a inciativa e apresenta a Pessoa (“Eis o Cordeiro de Deus”) e a obra (“que tira o pecado do mundo”) do Senhor Jesus, e ainda explica como foi que ele soube que Jesus de Nazaré era o Messias prometido. No dia seguinte (o terceiro dia), diante dos discípulos, ele apenas diz: “Eis o Cordeiro de Deus”. Pode ser que a multidão do segundo dia estava ali novamente, mas o texto apenas destaca a presença dos dois discípulos (André e, provavelmente, João).


Para os religiosos hipócritas, quase nada é dito. Para a multidão desejosa de aprender, a figura linda do Cordeiro e Sua obra maravilhosa de salvação são apresentados. Para os dois discípulos, basta apresentar a Pessoa do Cordeiro.


Um mesmo servo testemunhando do mesmo Senhor, mas escolhendo suas palavras de acordo com a condição espiritual dos seus ouvintes. Que possamos aprender com o seu exemplo, enquanto procuramos testemunhar da majestade do Verbo que Se fez carne.



No Senhor — Meditações 694


Nos primeiros quatro versículos de Filipenses 4, encontramos três vezes a expressão “no Senhor”, falando-nos sobre:


• Firmeza: “Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados”;


• Comunhão: “Rogo a Evódia, e rogo a Síntique, que sintam o mesmo no Senhor”;


• Alegria:Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos”. 


Não há base mais sólida e confiável que nosso vitorioso Senhor; não há elo que une os salvos mais perfeitamente que nosso amado Senhor; não há fonte de alegria mais pura e abundante que nosso bendito Senhor!


Estamos fracos? Sozinhos? Tristes? O Senhor nos fortalece, nos ajuda a ter comunhão com nossos irmãos, e nos dá “fartura de alegria … delícias perpetuamente” (Sl 16:11).


Que possamos clamar, como Pedro: “Senhor, para quem iremos nós? Só Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6:68).




A casa de César — Meditações 695


Em Fp 4:22 lemos: “Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de  César.” 


O título “César” aqui refere-se a Nero, que era o Imperador naqueles dias. Um homem ímpio, inimigo ferrenho do Evangelho, e que em pouco tempo seria responsável pela morte de Paulo. Mas havia “santos” na casa de Nero, membros da igreja local em Roma, e eles eram os mais abundantes nas suas saudações aos irmãos em Filipos!


A palavra traduzida “casa” inclui tanto a família quanto os empregados domésticos. Não temos como saber quem eram estes santos, nem como eles ouviram o Evangelho — mas bem pode ser que eles ouviram como resultado da prisão de Paulo (como aconteceu com a guarda pretoriana, os soldados que cuidavam da proteção pessoal do Imperador; Fp 1:13).


A prisão de Paulo pode ter parecido, no início, como uma derrota para o Evangelho. Muitos inimigos devem ter comemorado, e muitos salvos desesperado, quando ouviram a notícia. Mas as coisas que aconteceram a Paulo “contribuíram para maior proveito do Evangelho” (1:12), a ponto de membros da casa de Nero serem santos fervorosos na igreja em Roma!


Os últimos dois anos não parecem ter sido de muito progresso espiritual entre as igrejas, mas só Deus conhece a realidade. Oremos para que ainda possa surgir muito fruto desta terra aparentemente tão árida — muitos “santos da casa de César”!




Trabalho — Meditações 696


É evidente que Satanás procura fazer hoje o que fez com Israel no Egito — manter o salvo tão ocupado e envolvido com o trabalho para que ele não tenha forças ou ânimo para servir a Deus. Vemos jovens investindo muito tempo na sua carreira secular, preparando-se e dedicando-se com notável empenho — mas não sobra tempo para servir a Deus!


Além do prejuízo direto, esta tática de Satanás pode levar alguns cristãos a errarem por ir ao outro extremo, e considerar que o trabalho secular, em si mesmo, é algo maléfico, e que é verdadeiramente feliz o homem que não precisa trabalhar!


Mas este extremo é claramente condenado, tanto no Velho quanto no Novo Testamento. No Velho, temos a afirmação de Jeremias: “Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade” (Lm 3:27). “Jugo”, aqui, inclui a idea de sujeitar-se a um trabalho cansativo e pesado, que traz aflição e cansaço.


No NT, temos a instrução muito claro de Paulo aos Tessalonicenses: “Porque vós mesmos sabeis como convém imitar-nos, pois que não nos houvemos  desordenadamente entre vós, nem de graça comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós … Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também. Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes fazendo coisas vãs. A esses tais, porém, mandamos, e exortamos por nosso Senhor Jesus Cristo,  que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão” (II Ts 3:7-14).


Isto é, quem não quer trabalhar “anda desordenadamente” — somos exortados “por nosso Senhor Jesus Cristo” a trabalhar pelo nosso sustento.


Jovens, procurem achar o equilíbrio nesta área. Para os moços, digo que sair para trabalhar todo dia, para o sustento da sua família, é uma ocupação nobre — é imitar o exemplo do apóstolo Paulo. Para as moças, zelar do seu lar e da criação dos seus filhos é uma ocupação nobre — é seguir o ensino do Senhor (Tt 2:5). 


Só tome cuidado para não colocar o trabalho secular acima do Reino de Deus!



Três mulheres notáveis — Meditações 697


Leia II Reis 5: 1-2; Marcos 12:44; 14:6, 8.


A pequena escrava na casa de Naamã falou do que ela sabia. A viúva no Templo deu o que ela tinha. A mulher em Betânia fez o que ela podia.


Três mulheres notáveis! Elas se destacam nas páginas das Escrituras como exemplos a serem seguidos.


Como a menina, será que nós contamos aos outros o que sabemos do nosso relacionamento com Deus? Falamos das boas novas, da experiência inesquecível de como Deus nos salvou? Já contamos estas coisas aos nossos parentes e colegas? Levamos pessoas para assistir às reuniões onde o Evangelho puro é pregado? Contamos tudo o que sabemos? A todos quantos podemos? E a Deus, já Lhe contamos quão gratos nos sentimos por esta tão grande salvação?


Como a viúva, colocamos tudo o que temos à disposição do Senhor? Nossa vida, nossos bens, nossos talentos? Já entregamos folhetos em todo o nosso bairro? Nos bairros vizinhos? Não sonhemos em levar folhetos a um país distante se não estamos prontos a sacrificar aquele passatempo ou período de descanso agora.


Fazemos tudo o que podemos? Que cada um de nós possa fazer como a mulher de Betânia fez. Façamos isto, agora.


De verdade e de coração.


Ronald E. Watterson



Depósito — Meditações 698


Lendo II Timóteo cap. 1, chama nossa atenção a repetição da palavra “depósito” nos vs. 12 e 14: “Eu sei  em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu  depósito até àquele dia … Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós” (II Tm 1:12-14).


Há diferença de opinião entre os salvos sobre o que exatamente constitui o “depósito” nestes dois versículos — mas não há dúvida que no v. 12, Deus é quem guarda o depósito de Paulo; no v. 14, quem guarda seu próprio depósito é Timóteo! Mais uma vez as Escrituras nos lembram da nossa responsabilidade e do poder de Deus.


Eu e você devemos guardar com unhas e dentes qualquer coisa que Deus nos confiou — as verdades preciosas do Evangelho e da sã doutrina, por exemplo. Como Salomão nos instrui, devemos comprar a verdade, e depois nunca vendê-la (Pv 23:23). Na nossa prática e no nosso ensino, devemos defender a verdade.


Mas somos, por natureza, tão falhos — será que estamos destinados ao fracasso? Não! Deus nunca falha! Sua fidelidade o impede de escolher nos abandonar; Seu poder o impede de falhar em nos proteger; Sua misericórdia o impede de desistir de nós! “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar-Se a Si mesmo” (II Tm 2:13).


Que a fidelidade de Deus em guardar o meu depósito me estimule a ser mais fiel em guardar aquilo que foi depositado comigo!




Três figuras — Meditações 699


Em II Timóteo 2:3-7 temos três figuras do salvo, uma colada à outra: soldado, atleta e lavrador.


“Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita [strateuomai] se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita [athleo], não é coroado se não militar [athleo] legitimamente. O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos. Considera o que digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo.” (II Tm 2:3-7 — a palavra traduzida “milita” no v. 5 é bem diferente daquela usada no v. 4, e deveria ser traduzida como na Atualizada: “atleta”).


O soldado não se embaraça (não se ocupa com coisas desnecessárias), o atleta não trapaceia (não desobedece as regras da competição), e o lavrador não fica sem recompensa. O soldado sente a adrenalina da batalha; o atleta sente a euforia da competição; mas o lavrador “espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência” (Tg 5:7).


Que variedade nestas figuras! Luta feroz e perigosa; esforço extremo e empolgante; trabalho cansativo e paciente!


Que elas nos incentivem no nosso serviço hoje, qualquer que for nossa situação.



Os Céus abertos — Meditação 700


No primeiro capítulo do seu evangelho, João menciona uma convocação de discípulos que se deu logo no início do ministério público do Senhor Jesus, vários meses (possivelmente perto de um ano) antes das convocações mencionadas nos outros Evangelhos. E ele faz isto num contexto que apresenta, em figura, a glória dos dias em que nós vivemos.


Ele apresenta esta convocação no meio de uma sequência de sete dias: quatro dias em João cap. 1, depois um intervalo de três dias que se encerra com as Bodas em Caná da Galileia. Ao todo temos uma semana na vida do Senhor — uma semana que fornece um retrato dispensacional:


i) No primeiro dia (1:19-28) temos a ignorância e incredulidade dos judeus representados por seus líderes (os sacerdotes e levitas, v. 19). Isto ilustra a primeira reação dos judeus quando o Messias veio, e retrata os anos do ministério público do Senhor.


ii) No segundo dia (1:29-34) lemos do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, uma referência direta à morte do Senhor Jesus na cruz do Calvário.


iii) No terceiro dia (1:35-42) Ele é apresentado como o Cordeiro novamente, mas desta vez sem referência à Sua morte. Ele é visto agora como aquele que atrai os discípulos a Si, assim como aconteceu nas primeiras semanas após a Sua ressurreição.


iv) No quarto dia (1:43-51) lemos do Seu desejo de ir à Galileia, e mais discípulos atraídos a Ele. Aqui vemos, em figura, a segunda etapa do progresso do Evangelho, que depois de ser anunciado em Jerusalém foi levado também à Samaria e até aos confins da Terra, a partir de Atos cap. 8.


v) No sétimo dia (cap. 2) lemos das Bodas em Caná após um intervalo de três dias (veja João 2:1; “ao terceiro dia” quer dizer “três dias depois da conversa com Natanael”). Este intervalo seguido das bodas nos lembra que após o intervalo da Igreja ter se finalizado, nós participaremos das Bodas do Cordeiro — não na Galileia, mas no próprio Céu!


Neste quadro dispensacional, portanto, os nossos dias se encaixam no final do cap. 1, no quarto dia mencionado por João. Que privilégio é o nosso. Olhamos para trás, e vemos a obra da redenção já gloriosamente cumprida; olhamos para frente, e vemos o Senhor voltando aos ares para nos levar ao Pai; olhamos para cima, e vemos que o Céu está aberto, e os anjos de Deus estão subindo e descendo sobre o Filho do homem (1:51).


Sim, quão gloriosos são os dias em que vivemos! O Salvador que nos conhece intimamente (como o encontro com Natanael mostra) é o elo de comunicação entre os Céus e a Terra — nosso Sumo Sacerdote. Temos livre acesso ao Pai por intermédio dEle!


Que Ele seja nosso conforto e ânimo hoje!



O soldado — Meditações 701


A palavra grega usada em II Timóteo 2:3-4 indica um soldado em serviço. Ele tem uma preocupação (não se embaraçar com os negócios desta vida) e um alvo (agradar àquele que o alistou).


Para nós, isto que dizer que faremos todo esforço possível para não permitir que as coisas desta vida (legítimas e importantes) atrapalhem nosso serviço para o Senhor, porque nós O amamos. Não que negligenciaremos nossas outras obrigações. Cuidaremos do nosso trabalho (sendo pontuais e diligentes no serviço), da nossa família (dando atenção e carinho a eles), dos nossos bens (limpando a casa e lavando o carro), mas nunca esqueceremos que somos soldados a serviço do Senhor! Como Neemias e seus irmãos, com uma mão faremos nosso serviço, e na outra seguraremos as armas do soldado (Ne 4:17), sempre alertas e atentos aos ataques do inimigo!


E faremos isto, não por orgulho religioso (como os fariseus), nem por medo de Deus (como os idólatras supersticiosos), mas por amor ao Senhor, desejando agradar àquele que nos alistou.


Que sejamos, hoje, bons soldados de Jesus Cristo!



O atleta — Meditações 702


“E, se alguém também milita [athleo], não é coroado se não militar [athleo] legitimamente” (II Tm 2:5). Como já vimos sábado, a palavra traduzida “milita” deveria ser traduzida como na Atualizada: “atleta”; é a palavra grega da qual derivamos a nossa palavra “atleta” [athleo]. 


Agora a ênfase não recai sobre a necessidade de vigiar contra o inimigo, mas de esforçar-se ao máximo para alcançar a coroa. Como aprendemos de I Coríntios 9:27, o principal competidor contra quem lutamos é a nossa própria carne! Não estamos competindo uns contra os outros, mas estamos correndo atrás de uma coroa que nossa carne não quer que alcancemos.


Precisamos competir legitimamente! Deus promete recompensar o serviço feito por nós para Ele, mas este serviço precisa ter a aprovação dEle! Não podemos cortar caminho na corrida, derrubar o adversário numa disputa direta, usar algum apoio para pular mais longe — precisamos conhecer as regras e respeitá-las!


E que incentivo glorioso temos: uma coroa nos aguarda!


Sejamos dedicados e focados, estudando e seguindo as regras expostas na Palavra de Deus, para recebermos do nosso amado Senhor uma coroa incorruptível!



O lavrador — Meditações 703


“O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos. Considera o que digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo.” (II Tm 2:6-7).


Como é diferente esta terceira figura! Deixamos o barulho e os gritos medonhos do campo de batalha; esquecemos o suor e os aplausos da arena de esportes; agora contemplamos um homem cansado, com mãos calejadas e costas doendo, olhando para o campo que ele pacientemente preparou e semeou. Ele não vê ainda nenhuma semente brotando — será que ele trabalhou em vão? Não; ele “espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência” (Tg 5:7). Ele volta para sua casa para dormir, até que a semente brote, “não sabendo ele como” (Mc 4:26-29).


Como os hebreus (Hb 10:36) e o lavrador, nós também necessitamos de paciência, “porque ainda um pouquinho de tempo, e O que há de vir virá, e não tardará”. Precisamos da coragem do soldado; desejamos persistência e atenção às regras, como o atleta; e em tudo isso, oramos: “Dá-nos paciência, Senhor, até aquele dia bendito quando ouviremos a voz do Amado nos chamando, e finalmente iremos para casa!”


“Amém! Ora vem, Senhor Jesus” (Ap 22:20).



Um Carpinteiro — Meditações 704


“Vamos afundar!” gritou o pescador. 


A situação era realmente desesperadora. Diz a Bíblia que havia um grande temporal de vento, e que as ondas subiam por cima do barco (Mc 4:37). Os discípulos, alguns deles pescadores profissionais, achavam que era o fim.


Enquanto isto, o Senhor Jesus dormia! Um deles disse: “Ele não Se importa que vamos morrer?” (este é o sentido da expressão “Não se Te dá que pereçamos?”). Outro sugeriu: “Vamos acordá-lo, para que Ele nos salve!”


Quem sabe nesta hora alguém disse (ou pensou): “Não adianta acordar o Mestre — Ele é um ensinador sublime, mas é um carpinteiro! Nós é que somos os pescadores. Se nós, pescadores profissionais, não conseguirmos salvar esse barco, ninguém pode — só Deus!”


Parecia um raciocínio coerente. Quem é mais capacitado para agir numa tempestade no mar: um carpinteiro ou um pescador? Mesmo assim, algum teimoso O acordou; “e Ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança” (Mc 4:39).


Sim, Ele era um Carpinteiro, mas Ele também é Deus — por isso Ele solucionou o problema deles de forma instantânea e perfeita!


Que lembremos hoje que nosso Salvador é nosso Criador. Em qualquer circunstância, em qualquer área do conhecimento humano, o melhor profissional ainda será uma criança confusa e ignorante se comparado ao Criador dos Céus e da Terra, “em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento” (Cl 2:3)!


Gritem, ventos, loucamente,

Tentem provocar temor.

Eu só ouço, docemente,

A orquestra do Senhor.


Rujam, ondas, sem brandura,

Procurando a quem tragar,

Pois eu gozo calma pura

Que não podes abalar.


Na tristeza e no perigo

Ando sempre sem temor;

Meu Senhor está comigo,

E eu estou com meu Senhor! 



Diáspora — Meditações 705


“Diáspora” é uma palavra grega que foi incorporada à lingua portuguesa, e descreve uma dispersão produzida por perseguição. A forma verbal ocorre três vezes no NT, sempre falando de como os salvos foram dispersos pela perseguição judaica (veja no final). O substantivo também ocorre três vezes, duas delas na saudação de epístolas (Tiago e I Pedro).


É comovente lembrar que a maioria dos nossos irmãos e irmãs no começo desta era da Igreja teve que fugir de suas casas por causa do Evangelho. Já imaginou ter que sair fugindo de noite, levando alguns poucos pertences no ombro? Com medo de ser visto e preso? Deixando pra trás sua casa, móveis, e a maior parte dos seus bens? Fugir, a pé, até ao interior de Goiás, por exemplo, e lá, numa região desconhecida, começar a tentar construir sua vida de novo?


Deve ter sido terrivelmente traumático! Mas lendo Tiago e I Pedro, somos consolados ao lembrar que Deus estava agindo por intermédio destes irmãos e irmãs perseguidos. A perseguição não era uma falha no plano de Deus para eles. Eles eram “estrangeiros dispersos … eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas” (I Pe 1:1).


Ao invés de reclamar da nossa situação presente, que Deus nos ajude a sermos “compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis, não tornando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo” (I Pe 3:8-9).


Como o irmão Luiz Soares escreveu:


Vai, alma abatida, corre a sepultar

Toda a tua mágoa, todo o teu pesar.


Vai, leva consolo para os tristes ais

De muitos que, em dores, sofrem muito mais!

(H. e C. 213).


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Ocorrências do verbo:

Atos 8:1 — “E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judeia e de Samaria, exceto os apóstolos.”

Atos 8:4 — “Mas os que andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a palavra.”

Atos 11:19 — “E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão  caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus.”


Ocorrências do substantivo

João 7:35 — “Disseram, pois, os judeus uns para os outros: Para onde irá este, que o não acharemos? Irá porventura para os dispersos entre os gregos, e ensinará os gregos?”

Tiago 1:1 — “Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, à doze tribos que andam  dispersas, saúde.”

I Pedro 1:1 — “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Asia e Bitínia;”



Escrito — Meditações 706


Três vezes apenas em II Coríntios lemos de algo que foi “escrito” — isto é, escrito no Velho Testamento.


A primeira citação é do Salmo 116: “Temos, portanto, o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por  isso falei; nós cremos também, por isso também falamos” (II Co 4:13). Tanto no Salmo quanto na epístola, “falei” quer dizer agradecer a Deus pelo Seu livramento.


A segunda é de Êxodo 16:18: “Como está escrito: O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de menos” (II Co 8:15). Aqui o assunto é a distribuição de bens materiais. Por que Deus dá mais para uns do que outros? “Para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade”. Como é desafiador tentar praticar isto!


A terceira é do Salmo 112, que destaca a bênção do justo: “Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece  para sempre (II Co 9:9). Se sinto que estou em falta quanto à igualdade mencionada acima, eis um poderoso incentivo para melhorar nesta área! Diz o Salmo: “O homem bom se compadece, e empresta”.


Que nossa gratidão pelas muitas bênçãos recebidas (Sl 116) nos leve a buscar a igualdade entre nós (Êx 16), espalhando, dando aos pobres (Sl 112).


Afinal, “está escrito”!



Onipresente — Meditações 707


Todos nós cremos na divindade do Senhor Jesus Cristo — mas será que estamos preparados para provar esta verdade pelas Escrituras, quando homens hereges afirmam que Ele é inferior a Deus?


Uma das muitas provas da Sua divindade são os Seus atributos divinos; qualidades que só Deus tem. Por exemplo, apenas Deus é onipresente (“oni” quer dizer “tudo”; “onipresente” significa “presente em todos os lugares”). Ele disse: “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não o veja? diz o  Senhor. Porventura não encho Eu os Céus e a Terra?” (Jr 23:24). Deus está em todo lugar, mas nenhum ser criado (homem, anjo ou demônio) pode estar em mais do que um lugar ao mesmo tempo.


E o Senhor Jesus? As Escrituras afirmam claramente a Sua onipresença (Jo 1:18; 3:13, etc.) — e nosso bendito Salvador deu, Ele próprio, duas promessas que mostram isto de forma preciosa:


• “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, aí estou Eu no meio deles” (Mt 18:20);


• “Eis  que Eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém” (Mt 28:20).


Desde quando Ele voltou ao Céu, centenas de milhares de salvos tem viajado pelo mundo inteiro pregando o Evangelho. Todos os continentes do mundo, todas as ilhas do Oceano, cada canto e recanto deste planeta tem sido visitado por salvos que creram na promessa de Mateus 28:20, e que viveram cada dia da sua vida com a certeza que o Senhor estava com eles. Em leitos de hospitais, em prisões e cavernas, em todo tipo de situação, os salvos tem se consolado com esta promessa: “Meu Senhor está comigo!” Em qualquer dado momento, milhões de salvos creem plenamente nisto: “Ele está aqui, agora!”


Não só isto, mas milhares de igrejas locais espalhadas pelo mundo inteiro reúnem-se ao nome do Senhor Jesus, e todas elas tomam para si a promessa de Mateus 18:20. Algumas são muito fracas (literalmente “dois ou três”), algumas muito isoladas, mas todas descansam nesta bendita certeza: “O Senhor está entre nós!”


Será que fomos todos enganados? Será que o Senhor prometeu o que não podia cumprir? Será que a promessa da Sua presença é só algo simbólico? Não! Mil vezes não! Conhecendo a integridade deste Homem que não pode mentir, cremos que Ele prometeu aquilo que só Deus poderia cumprir, porque Ele é Deus! Ele está realmente acompanhando cada salvo em cada passo da sua vida — Ele está realmente presente em cada reunião do Seu povo! Sendo Deus onipresente, Ele não precisa dividir-Se para dar atenção a cada um dos salvos, e estar presente em cada reunião de cada igreja — Ele está em todo lugar ao mesmo tempo!


Nosso intelecto se curva diante da grandeza destas afirmações, nas quais cremos pela fé. Aquele que morreu por nós é onipresente — Ele é Deus!



Palavras vazias — Meditações 708


No começo da primeira epístola de João (1:6 a 2:9) temos três ocorrências da expressão: “se dissermos”, seguidas de três ocorrências da expressão semelhante: “aquele que diz”. Elas formam um quiasma:


• a primeira e a última falam da luz e das trevas: “Se dissermos que temos comunhão com Ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade” (1:6); “Aquele que diz que está na luz, e odeia a seu irmão, até gora está em trevas” (2:9). É por amar os nossos irmãos que manifestamos se estamos em comunhão com o Senhor na luz, ou se estamos longe dEle nas trevas!


• a segunda e a penúltima falam do pecado em nossa vida prática: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados …” (1:8-9); “Aquele que diz que está nEle, também deve andar como Ele andou” (2:6). Estamos confessando nossos pecados e procurando “andar como Ele andou”?


• as duas centrais tratam do mentiroso: “Se dissermos que não pecamos, fazemo-lO mentiroso, e a Sua palavra não está em nós” (1:10); “Aquele que diz: Eu conheço-O, e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade” (2:4). Somos culpados de chamar Deus de mentiroso, ou de sermos chamados “mentiroso” por Ele?


Será que estamos dizendo o que não é verdade? Somos “aquele que diz” de I João, gabando-nos de forma vã, ou somos sinceros na presença dEle?


Que possamos andar dignamente diante do Senhor hoje!



Um dia eterno — Meditações 709


Pedro encerra sua segunda epístola referindo-se à eternidade de uma forma diferente: “Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A Ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém” (II Pe 3:18).


É a única vez nas Escrituras que a eternidade é descrita desta forma. A Bíblia usa outras expressões (“séculos dos séculos”, “todo o sempre”, etc.) para tentar transmitir para nossas mentes tão pequenas o conceito tão enorme da eternidade — mas a expressão usada por Pedro chama nossa atenção para o fim de uma sequência. Todo dia, um dia segue outro dia — um dia, porém, nascerá um dia que nunca se tornará noite! Não será um dia de 24 horas, mas um dia eterno — o dia da eternidade!


Quando virá este dia? Mais cedo do que imaginamos — e antes deste dia nascer, o Senhor mesmo virá! “Ainda um pouquinho de tempo, e o que há de vir virá, e não tardará” (Hb 10:37).


Que bendita expectativa!



Eu te amo — Meditações 710


Quem não gosta de ouvir estas palavras? Esta expressão consegue derreter corações gelados e acalmar corações em erupção. Mesmo sendo verdade que ela pode ser abusada e falsificada, ela geralmente causa impacto. Principalmente se ela for dita por quem nós também amamos.


Mas nada pode ser comparado a ouvir o Senhor Jesus dizer ao Seu povo: “Eu te amo!” É justamente isto que temos em Apocalipse 3:9. Aquele que Se apresenta como “o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre” — este grande Senhor diz: “Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás … que venham … e saibam que Eu te amo!”


Hoje eu sei que o Senhor me ama; e num dia futuro, meus inimigos também saberão disto! Que esperança bendita; que consolo presente!



Doutrina e prática — Meditações 711


“Quando eu era um cristão recém-convertido, eu tinha o costume de dar mais atenção aos capítulos finais das epístolas, onde normalmente temos as instruções práticas, mas gastava pouco tempo na primeira metade delas, que normalmente são doutrinárias. Com o passar do tempo, porém, descobri que era somente na medida em que eu apreciava as verdades maravilhosas contidas nos capítulos iniciais, e alegrava-me em tudo que tenho em Cristo, que eu recebia a motivação e o poder para praticar as instruções que seguiam.”


D. Croudace



Graça Soberana — Meditações 712


(Recebido do irmão J. B. Carneiro)


Deus está sempre pronto para acolher a respiração mais fraca de um coração partido (Sl 51:17). As fontes da misericórdia e compaixão divinas são absolutamente inesgotáveis. O oceano do Seu amor é ilimitado e insondável; e, portanto, no exato momento em que Seu povo toma o lugar da confissão, Ele entra no lugar do perdão. Ele Se deleita em perdoar (Is 55:7), de acordo com a grandeza do Seu coração, e de acordo com a glória do Seu próprio Nome. Ele encontra Sua alegria peculiar em apagar as transgressões, em curar, restaurar e abençoar, de uma maneira digna de Si mesmo. Esta gloriosa verdade brilha na história de Israel; brilha na história da Igreja; e brilha na história de cada crente individual!



Que fazes aqui? Meditações 713


Elias estava no monte Horebe reclamando quando deveria estar servindo em Damasco (I Rs 19:8, 15).


Abraão estava passeando no Egito quando deveria estar servindo ao Senhor em Betel (Gn 12:8, 10; 13:1, 3).


Sansão estava namorando em Timnate quando deveria estar servindo a Deus em Zorá (Jz 13:25; 14:1).


Davi estava descansando na sua cama no palácio em Jerusalém quando deveria estar lutando com os soldados em Rabá (II Sm 11:1).


Jonas estava viajando no navio para Társis quando deveria estar pregando em Nínive (Jn 1: 1-3).


Pedro estava perto do fogo no pátio ao lado dos inimigos de Cristo quando deveria estar ao lado de Cristo (Lc 22:55).


Mais tarde, ele estava num barco no mar da Galiléia pescando quando deveria estar pastoreando as ovelhas de Cristo em Jerusalém (Jo 21:3).


Cléopas estava fugindo com medo para Emaús quando deveria estar com os discípulos em Jerusalém (Lc 24).


Demas estava em Tessalônica quando deveria estar ajudando Paulo na Obra de Deus (II Tm 4:10).


Estamos no lugar certo hoje?


S. R. Davidson 




Incomparável! Meditações 714


Isaías tem 66 capítulos, assim como a Bíblia tem 66 livros. Após 39 capítulos de juízo e condenação, temos 27 capítulos de bênçãos e salvação. É difícil não pensar no paralelo com o Velho e o Novo Testamentos, e seus 39 e 27 livros!


O primeiro dos 27 capítulos de Isaías que correspondem ao NT (cap. 40) contém esta pergunta: “A quem pois, fareis semelhante a Deus, ou com quem O comparareis?” (Is 40:18). Não é exatamente isto que o Novo Testamento revela — que Jesus Cristo é incomparável?


Quem mais teve seu nascimento comemorado pelos anjos com um coral noturno, e com uma estrela nova no Céu? Entretanto, não havia lugar para Ele nem numa humilde estalagem, e Ele foi deitado numa manjedoura!


Quem mais recebeu a aprovação divina quando o Espírito desceu sobre Ele na forma corpórea de uma pomba, e Deus disse do Céu, em voz audível: “Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo”?


Quem mais derrubou, com uma palavra, um bando armado que veio prendê-lo? Entretanto, crianças corriam confiantes ao Seu encontro, e Ele as tomava “em Seus braços” (Mc 10:16)!


Quem mais recebeu reconhecimento de pessoas tão diferentes? Um grupo de soldados que foi prendê-lO voltou de mãos vazias — não O prenderam porque, disseram, “Nunca homem algum falou assim como este Homem” (Jo 7:46). O governador que O condenou à morte disse: “Estou inocente do sangue deste justo” (Mt 27:24). O oficial romano que executou a sentença de morte, vendo a forma como Ele morreu, exclamou: “Verdadeiramente este Homem era o Filho de Deus” (Mc 15:39).


Um de Seus discípulos, que no princípio duvidou, resumiu muito bem o sentimento de todos os salvos, quando contemplou as Suas mãos perfuradas, e exclamou: “Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20:28).


Isaías perguntou quem pode ser comparado a Deus — contemplamos nosso Senhor, ressurrecto dentre os mortos e assentado à destra da majestade nas alturas, e reconhecemos que Ele é mesmo incomparável!


A Meditação 01 incluiu um hino escrito em 1993, que cito novamente ao terminar (melodia do hino 310 do H. e C.):


Glória ao Senhor, o Eterno Jeová,

O Criador.

Glória ao Senhor, que vive e reinará,

Meu Salvador!

Entronizado em glória divinal,

Cercado por um coro angelical.


Quão grande a dor que veio sobre Ti,

Jesus Senhor,

Nas agonias do Getsêmani …

Oh! Que terror!

Nem zombaria, nem o açoitador

Feriram mais que o beijo traidor!


Com golpes secos foram perfurar

A Tua mão;

Com ódio vil quiseram magoar

Teu coração!

Mas ouço ainda a Tua oração:

“Perdoa, ó Pai, a sua transgressão!”


Teu sangue livremente vi correr

Ali na cruz.

Por que quiseste tanto assim sofrer,

Senhor Jesus?

O Sol se esconde ao ver tamanha dor,

Mas, oh! Senhor; sou eu o transgressor!


Incompreensível foi a Tua dor

Na cruz por mim.

Imensurável Teu divino amor,

Amor sem fim.

Não poderei jamais o merecer;

Só posso, então, prostrado, agradecer.


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Fim desta série de Meditações


Esta pequena série começou em 22/03/2020 como uma tentativa de manter contato com os irmãos e irmãs aqui em Pirassununga pela Palavra de Deus devido à pandemia. Após algumas postagens avulsas, em Abril daquele ano elas começaram a ser diárias, e continuaram assim até hoje. Muitos irmãos me informaram que repassam estas Meditações, que hoje chegam a centenas de pessoas todo dia. Nunca imaginei que duraria tanto tempo, nem que iria abranger tantas pessoas. Foi um ótimo exercício para mim durante a pandemia, mas chegou a hora de parar. A pandemia não acabou, mas as circunstâncias aqui em Pira estão bem mais tranquilas. E outros projetos que ficaram andando em marcha lenta estão precisando de mais atenção (a Bíblia anotada, o serviço da editora, etc.). Agradeço a todos que apoiaram e oraram por este serviço. Continuemos orando uns pelos outros.



© 2021 W. J. Watterson

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