Sunday 9 May 2021

O cântico do Cordeiro (b) — Meditações 392

Meditações na quarentena (2020/21) enviadas diariamente aos irmãos e irmãs da igreja local em Pirassununga para nosso ânimo mútuo (arquivadas neste blog).

Domingo, 09/05/2021

O cântico do Cordeiro (b) — Meditações 392

A segunda estrofe do cântico

Nesta segunda estrofe, a estrutura gramatical é bem diferente: começa com uma pergunta dupla, que é seguida por uma resposta tripla:

Quem Te não temerá, ó Senhor,
E [quem] não magnificará o Teu nome?
Porque só Tu és santo;
Porque todas as nações virão e se prostrarão diante de Ti,
Porque os Teus juízos são manifestos.

Um detalhe gramatical interessante é que os dois verbos da pergunta estão no modo subjuntivo no grego (isto é, indicam uma possibilidade, algo que pode, ou não, acontecer), mas os dois verbos da resposta estão na voz ativa e modo indicativo (isto é, indicam uma certeza; vai acontecer). Na pergunta existe um elemento de dúvida (mesmo que seja apenas retórico); mas quando os salvos cantam: “Porque todas as nações virão e se prostrarão diante de Ti”, não há nenhuma dúvida. É algo que vai acontecer, tão certo como vive o Senhor. Isto nos lembra de Filipenses 2:10-11, e é uma referência clara ao reconhecimento universal que nosso Senhor Jesus Cristo, o Cordeiro, receberá no futuro.

Os cinco versos desta segunda parte do cântico forma um quiasma:

[a] Quem Te não temerá, ó Senhor,
[b] e não magnificará o Teu nome?
[c] Porque só Tu és santo;
[b] Porque todas as nações virão e se prostrarão diante de Ti,
[a] Porque os Teus juízos são manifestos.

Repare como a primeira parte da pergunta é perfeitamente respondida pela última afirmação (“Quem Te não temerá, ó Senhor? Porque os Teus juízos são manifestos”), assim como a segunda parte da pergunta tem uma resposta linda na penúltima (“Quem não magnificará o Teu nome? Porque todas as nações virão e se prostrarão diante de Ti”). Como parte central do quiasma, destacado, sozinho, fica o pronunciamento glorioso dos nossos irmãos da era da Tribulação, dizendo ao Cordeiro: “Só Tu és santo!

Vemos nesta segunda estrofe uma ênfase na Pessoa do Cordeiro. E o destaque desta parte é esta afirmação sublime da divindade de Cristo: “Só Tu és santo”. A palavra grega traduzida “só” aqui é monos, que incorporamos em diversas palavras na nossa língua (monotrilho, monocromático, monossílabo, etc.). O Cordeiro pode ser descrito como o único que é santo, porque Ele reparte todos os atributos divinos com o Pai e o Espírito. Deus é Um só; três Pessoas, mas um só Deus, e os atributos de um são, automaticamente, os atributos dos três. Ao dizer: “Só Tu és santo”, os nossos irmãos mortos durante a Tribulação estarão reconhecendo a divindade do Cordeiro.

Que possamos alegremente louvá-lo hoje. As três afirmações apresentadas de forma poética aqui nos ajudam nisto:

Quem Te não temerá, ó Senhor? Porque os Teus juízos são manifestos!

Quem não magnificará o Teu nome? Porque todas as nações virão e se prostrarão diante de Ti!

Ah, Senhor, só Tu és santo!

Amém!


© 2021 W. J. Watterson

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