Segunda-feira, 03/05/2021
Uma ponte entre infinitos — Meditações 386
Li hoje um texto muito interessante escrito pelo irmão Norte-Americano Higgins. Ele destaca como o Salmo 40 começa mencionando bênçãos sem fim (v. 5) e termina falando de aflições sem fim (v. 12) — e formando a ponte entre estes dois extremos, temos o poema de louvor que descreve a vinda do Filho de Deus a este mundo.
Começamos com as bênçãos infinitas: “Muitas são, Senhor meu Deus, as maravilhas que tens operado para conosco, e os Teus pensamentos não se podem contar diante de Ti; se eu os quisera anunciar, e deles falar, são mais do que se podem contar.”
Mais adiante, ele reconhece os males que o atormentam: “Porque males sem número me tê rodeado; as minhas iniquidades me prenderam de modo que não posso olhar para cima. São mais numerosas do que os cabelos da minha cabeça; assim desfalece o meu coração.”
É um paradoxo. Como pode um homem cujas “iniquidades … são mais numerosas do que os cabelos” da sua cabeça receber de Deus “maravilhas … mas do que se podem contar”? Como podem os pensamentos de Deus — pensamentos de paz e de bênção — terem como alvo seres tão pecadores como nós?
O irmão Higgins destaca o poema dos vs. 6 a 10, e escreve: “Aqui está a ponte que permite que Deus possa pensar em abençoar a humanidade, apesar dos inúmeros pecados que ela tem. O Espírito de Deus registrou as palavras de despedida do Senhor Jesus quando Ele deixou o Céu para habitar no ventre da virgem:
Eis aqui venho;
No rolo do livro de Mim está escrito.
Deleito-Me em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu;
Sim, a Tua lei está dentro do Meu coração.
Preguei a justiça na grande congregação;
Eis que não retive os Meus lábios, Senhor, Tu o sabes.
Não escondi a Tua justiça dentro do Meu coração;
Apregoei a Tua fidelidade e a Tua salvação.
Não escondi da grande congregação
A Tua benignidade e a Tua verdade.
Ele veio em obediência submissa ao Seu Deus, num mundo que O desobedecia constantemente. Ele tinha deleite (prazer) em fazer a vontade de Deus, num mundo que tinha deleite no mal. Ele não escondeu os atributos de Deus, mas revelou-os a todos — “Ali estava a luz verdadeira que ilumina a todo o homem” (Jo 1:9).
Esta é a “ponte” que permite a um Deus santo e justo ter pensamentos de misericórdia e salvação em relação a uma humanidade perversa e imunda! Nossa iniquidades são incontáveis — as bênçãos dEle são incontáveis — e a razão de tudo é o Filho amado de Deus!
“Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Porque Ele é nossa paz … Porque por Ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito.” (Ef 2:13-18)
© 2021 W. J. Watterson
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