Saturday 1 May 2021

O Ceifeiro (Ap 14:12-16) — Meditações 384

Meditações na quarentena (2020/21) enviadas diariamente aos irmãos e irmãs da igreja local em Pirassununga para nosso ânimo mútuo (arquivadas neste blog).

Sábado, 01/05/2021

O Ceifeiro (Ap 14:12-16) — Meditações 384

Continuando nossas meditações aos finais de semana sobre Cristo no Apocalipse, encontramos o Senhor novamente apresentado como o Filho do Homem neste trecho que resume qual é a intenção divina em derramar os juízos da Grande Tribulação sobre a Terra. Devemos lembrar que os caps. 12 a 14 formam um parêntese na sequência cronológica do livro. O cap. 11 terminou com o soar da sétima trombeta; neste parêntese, João descreve alguns aspectos dos propósitos de Deus; e o cap. 15 retoma a sequência do final do cap. 11, apresentando os sete anjos que tem as sete taças: “as sete últimas pragas”.

Neste parêntese vemos três grandes assuntos apresentados: o objetivo maligno de Satanás (cap. 12), os servos que ele usa (cap. 13), e, neste cap. 14, a derrota de todos os seus seguidores. Neste trecho específico (14:12-20) temos uma descrição resumida do efeito cumulativo de todos os juízos da segunda metade da Tribulação. Os juízos não são meramente uma manifestação da ira de Deus; são parte do processo usado por Ele para separar o joio do trigo, para que a Sua justiça possa ser manifesta.

Repare alguns detalhes do trecho.

Uma bem-aventurança

Antes de escrever acerca do juízo que cai sobre os rebeldes, João é ordenado a escrever sobre os salvos. Deus nunca confunde o joio com o trigo!

Uma voz do Céu desperta João, dizendo: “Escreve!” E, obedecendo esta ordem, João escreve uma das bem-aventuranças mais preciosas das Escrituras. Ela se aplica diretamente aos salvos daquela época (“que desde agora morrem …”), mas é uma descrição adequada da realidade vivida por todo salvo: “Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor”.

Que estas palavras nos consolem por todos os irmãos e irmãs que já partiram. Sentimos falta deles, claro — mas seríamos egoístas se quiséssemos trazê-los de volta! Eles estão numa condição muito melhor do que a nossa, pois morrer e estar com Cristo é “muito melhor” (Fp 1:23; como traduz a ARA, “incomparavelmente melhor”!). Eles são os bem-aventurados, os privilegiados!

A importância desta bem-aventurança é enfatizada quando o Espírito Santo se interpõem para confirmá-la: “Sim”, diz o Espírito, “Para que descansem dos seus trabalhos; e as suas obras os seguem”. Os judeus diziam que as obras de um homem o precediam na morte (como que para lhe preparar entrada no Céu), mas sabemos que as boas obras que os salvos fazem, pela graça de Deus, os seguem — continuam dando seu bom testemunho mesmo depois da morte do salvo.

Nossos irmãos que partiram não sentem mais cansaço, fraqueza ou desânimo (o sentido da palavra traduzida “trabalhos”), e deixaram para trás um testemunho digno de ser imitado; sim, eles, não nós, são os bem-aventurados nesta situação! Devemos desejar encontrá-los no Céu, mas não trazê-los de volta a este mundo de aflições!

Amanhã, se Deus permitir, tentaremos erguer os nossos olhos deste mundo e contemplar o Filho do Homem na Sua glória.


© 2021 W. J. Watterson

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