Segunda-feira, 21/09/2020
Inspiração (h) — Meditações 162
A Bíblia contem inúmeros exemplos de coisas apresentadas em grupos de sete; três destes se destacam por fornecerem panoramas proféticos de acontecimentos futuros: Levítico 23, Mateus 13 e Apocalipse 2 e 3.Em Levítico, na primeira parte da Bíblia, temos sete convocações (as Solenidades do Senhor: Páscoa, Pães Asmos, Primícias, Pentecostes, Trombetas, Expiação e Tabernáculos) que apresentam um esboço da história da salvação desde o Calvário até o Milênio, e nos mostram a sequência cronológica dos planos e propósitos de Deus. As primeiras quatro solenidades já foram cumpridas em Cristo (Sua morte e ressurreição, e o início da Igreja), as últimas três serão cumpridas quando o Senhor voltar.
Em Mateus cap. 13, logo no começo do Novo Testamento, temos sete comparações (as parábolas do Reino) que apresentam um esboço da história do Reino dos Céus desde os dias do Senhor na Terra até o futuro dia do Senhor, e nos revelam a oposição do inimigo aos planos de Deus (semeando joio, colocando fermento, etc.). Aqui também temos uma divisão em quatro e três: as primeiras quatro parábolas (semeador, joio, grão de mostarda e fermento) descrevem o crescimento do Reino de Deus até ser corrompido pelo fermento, enquanto que as últimas três, contadas em casa para os discípulos apenas (v. 36), concentram-se na realidade do reino em contraste com os meros professos (um tesouro em um grande campo, uma pérola de grande valor, peixes bons entre os peixes maus).
E no último livro da Bíblia temos sete cartas escritas a sete igrejas da Ásia, que apresentam um esboço profético da época da Igreja, e destacam as falhas das pessoas envolvidas nos propósitos de Deus (as cartas destacam os diversos problemas existentes naquelas igrejas locais). A divisão aqui agora é invertida: as primeiras três terminam com a promessa ao vencedor, as últimas quatro com a frase: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz as igrejas”.
Cada uma destas listas é mais limitada no seu alcance do que a anterior. A última trata apenas da época da Igreja (de Atos cap. 2 até o Arrebatamento); a central trata do Reino dos Céus, que inclui a Igreja, mas não se limita a ela. Na primeira, porém, temos uma visão completa do plano de redenção. Aqui não há espaço para as falhas dos homens (como em Apocalipse 2 e 3) nem para a perseguição de Satanás (como em Mateus 13) — é a perfeição do plano de Deus que está em vista.
Quatro vezes nos primeiros quatro versículos do capítulo encontramos uma expressão (“solenidades”; mowed no hebraico) cujo significado literal é “datas agendadas”, ou “compromissos assumidos”. Ou seja, o que temos em Levítico 23 é o Altíssimo apresentando as datas agendadas no calendário divino, revelando-nos em figura os sete passos que Ele Se comprometia a cumprir para efetuar o plano de redenção, e devolver à Terra o descanso que o pecado comprometeu. Ele faz isto no começo da revelação da Bíblia, logo que Seu povo foi redimido e congregado em torno do Tabernáculo. O capítulo começa com uma menção do sábado (v. 3), e termina da mesma forma, com um sábado extra acrescentado aos sete dias da Festa dos Tabernáculos (v. 39). O descanso precioso do Éden é prefigurado no início do capítulo, o descanso eterno encerra o calendário de Deus, e entre estes dois sábados as sete solenidades prefiguram como Deus irá agir para restaurar o descanso que o pecado comprometeu.
Ou seja, logo no começo da Bíblia Deus apresenta uma parábola profética, que ano após ano foi celebrada por Israel sem que eles entendessem o que faziam. E conforme passavam-se os séculos, Deus foi cumprindo, um a um, os compromissos assumidos e revelados de antemão.
É possível acreditar que Moisés inventou tudo isso? Existe prova mais clara da inspiração da Bíblia do que esta?
© 2020 W. J. Watterson
© 2020 W. J. Watterson
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