Friday 25 September 2020

O amor é benigno — Meditações 166

Desde o dia 21 de Março de 2020 a igreja local em Pirassununga esteve impossibilitada de reunir normalmente, devido à quarentena decretada no estado de São Paulo. Hoje já podemos reunir (com restrições) — estamos gratos por isso, mas não é o ideal. Durante este período tenho enviado aos irmãos e irmãs da igreja local pequenas mensagens de texto para nosso ânimo mútuo. Estas mensagens estão sendo arquivadas aqui — talvez ajudem mais alguém.

Sexta-feira, 25/09/2020

O amor é benigno — Meditações 166

Consideremos hoje como nosso Senhor manifestou a segunda flor no buquê do amor (I Co 13:4): “o amor ... é benigno”.

Esta palavra (chresteuomai) é um verbo que só ocorre aqui no Novo Testamento: quer dizer “ser bondoso”. O adjetivo da qual o verbo é derivado (“bondoso, benigno”) ocorre sete vezes, e mostra alguns detalhes sobre esta qualidade que o Senhor Jesus manifestou aqui na Terra.

A primeira ocorrência (Mt 11:30) é a mais esclarecedora. O Senhor Jesus mesmo disse: “O Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve.” Como mencionado na reunião Domingo passado, Satanás faz os incrédulos pensarem que Deus é algum tipo de tirano cruel e exigente, que nos livra da escravidão do pecado para nos prender numa escravidão pior, mais opressiva! E, lamentavelmente, muitos filhos de Deus caem nesta mentira também! Pensam, como o servo de Mateus 25:24-25, que Deus é duro!

É claro que devemos enfatizar a santidade de Deus, e nos aproximarmos dEle com reverência e santo temor. Ai daqueles que tratam a Deus de qualquer forma!

Mas aqueles que O amam não precisam ter medo de se aproximar dEle, mesmo reconhecendo que são indignos de estar na Sua presença. Ele clama aos “cansados e oprimidos”, dizendo: “Eu vos *aliviarei … sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o Meu jugo é suave [chrestos] e o Meu fardo é leve”.

A última ocorrência deste adjetivo no NT confirma isto. Pedro nos exorta a desejar o genuíno leite espiritual pelo qual podemos crescer, e nos incentiva a aproximarmo-nos dEle, o Senhor Jesus. E neste contexto ele escreve: “Se é que já provastes que o Senhor é benigno [chrestos]” (I Pe 2:1-4).

Quantas vezes já provamos a grandeza da Sua benignidade! Sim, o Senhor é bom! Tendo já a experiência da Sua bondade, temos também confiança para chegar a Ele.

É impressionante ler os Evangelhos e ver que a pureza e santidade do Senhor Jesus afastavam os orgulhosos e prepotentes, mas atraíam os humildes. Crianças corriam para os Seus braços; publicanos e meretrizes, ao invés de esconderem-se (como Adão), lançavam-se aos Seus pés — arrependidos e envergonhados, sim, mas com a certeza de que Ele não os desprezaria!

Ah, como estamos longe disso. Ou pendemos para o lado da dureza (e afastamos todo mundo de nós), ou para o lado da permissividade (e afastamos a verdade de nós). Só Ele conseguiu sempre repreender o pecado sem afastar o pecador!

A Sua santidade era tão evidente que todos sentiam-se indignos na presença dEle — mas Sua benignidade era tão evidente que a vergonha se transformava em confiança!

“Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque Ele é benigno [chrestos] até para com os ingratos e maus” (Lc 6:35).


© 2020 W. J. Watterson

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