Contrastes em Isaías — Meditações 247

Desde o dia 21 de Março de 2020 a igreja local em Pirassununga esteve impossibilitada de reunir normalmente, devido à quarentena decretada no estado de São Paulo. Hoje já podemos reunir (com restrições) — estamos gratos por isso, mas não é o ideal. Durante este período tenho enviado aos irmãos e irmãs da igreja local pequenas mensagens de texto para nosso ânimo mútuo. Estas mensagens estão sendo arquivadas aqui — talvez ajudem mais alguém.

Terça-feira, 15/12/2020

Contrastes em Isaías — Meditações 247

A Palavra de Deus é “viva e eficaz” (Hb 4:12). Não sei como você entende isto, mas pessoalmente acho interessante como a leitura de trechos já conhecidos é sempre uma novidade. De repente, salta aos nossos olhos algum detalhe que havia passado despercebido até então, e aprendemos algo novo.

Lendo Isaías estes últimos dias, três passagens me chamaram a atenção pelos contrastes que apresentam. A primeira delas, no cap. 29, fala sobre um livro oculto e um livro revelado.

Primeiro lemos que as visões espirituais seriam como um livro que ninguém consegue ler (vs. 11-12), mas logo depois lemos que até “os surdos ouvirão as palavras do livro … e os olhos dos cegos as verão” (v. 18).

Primeiro, até quem deveria entender não entende — depois, até quem não entende, entenderá!

Na primeira parte do capítulo, Deus diz ao Seu povo que “toda a visão vos é como as palavras de um livro selado que se dá ao que sabe ler, dizendo: Lê isto, peço-te; e ele dirá: Não posso, porque está selado. Ou dá-se o livro ao que não sabe ler, dizendo: Lê isto, peço-te; e ele dirá: Não sei ler.”

Deus estava agindo — como Ele diz neste capítulo, “continuarei a fazer uma obra maravilhosa no meio deste povo”. O problema é que ninguém seria capaz de apreciar a “obra maravilhosa” de Deus. A obra de Deus seria como um livro selado para quem sabe ler, ou um livro aberto para quem não o sabe. Em outras palavras, seria um livro fechado, selado e oculto.

Que triste! E qual a razão desta cegueira do povo? O profeta diz claramente: “Este povo se aproxima de Mim, e com a sua boca e com os seus lábios Me honra, mas o seu coração se afasta para longe de Mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens”. A hipocrisia do povo é que gerou esta cegueira. Como eles viraram as costas a Deus, o Senhor então esconde dos olhos deles a Sua “obra maravilhosa”.

Como nos aproximamos de Deus? Com corações sinceros, ou só com aparência externa?

Deus permita que sejamos como os mansos e os necessitados do v. 19, que “terão gozo sobre gozo no Senhor e … se alegrarão no Santo de Israel”. Buscando ao Senhor em sinceridade, veremos cumpridas as promessas do v. 18: “E naquele dia os surdos ouvirão as palavras do livro, e dentre a escuridão e dentre as trevas os olhos dos cegos as verão”!

Esse é o conhecimento que devemos almejar! “Abre Tu os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da Tua lei” (Sl 119:18).


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