Sunday 19 June 2022

As mãos do Senhor

Neste primeiro dia da semana, considere as três referências às mãos do Senhor no último capítulo do Evangelho de Lucas, após a Sua ressurreição.


As primeiras duas referências (Lc 24:36-40) falam de como o Senhor usou Suas mãos e Seus pés para mostrar aos Seus discípulos que Ele havia realmente ressuscitado dentre os mortos. As marcas dos cravos nas Suas mãos e nos Seus pés tiraram qualquer dúvida que ainda estava na mente dos discípulos assustados: “E o mesmo Jesus Se apresentou no meio deles … E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. E Ele lhes disse: Por que estais perturbados … vede as Minhas mãos e os Meus pés, que sou Eu mesmo … E dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés”.


Já pensou nisto? O Senhor escolheu, como prova da Sua identidade, os sinais dos cravos nas Suas mãos! Sinais do preço amargo  da minha redenção, da dor que Ele sofrera três dias antes daquela ocasião.


Será que foi este detalhe que fez com que os dois no caminho para Emaús O reconhecessem “no partir do pão”? (24:30-35). Pode ter sido por outras razões: talvez foi a maneira como Ele abençoou o pão; talvez a forma como o partiu; talvez o Senhor mesmo abriu os olhos deles naquela hora. Mas gosto de pensar que, ao tomar o pão e o partir, eles perceberam pela primeira vez as terríveis cicatrizes nas mãos do seu Companheiro de viagem. Durante todo o trajeto é bem possível que nem perceberam este detalhe, mas de repente viram as Suas mãos, e “O conheceram”!


Quantas vezes somos como estes dois. Caminhamos ao lado do Senhor, e nosso coração arde em nós (v. 32) pela alegria de aprender dEle. Contamos as bênçãos recebidas das Suas generosas mãos, e descansamos nEle. Mas esquecemos dos sinais dos cravos nas Suas mãos e nos Seus pés!


Da Tua morte, meu Senhor,

Sempre me lembrarei;

Teu sacrifício remidor

Jamais esquecerei.

(H. e C. 599)


Quarenta dias depois, encontramos a terceira referência às Suas mãos naquele capítulo. Os discípulos encontraram o Senhor no Monte das Oliveiras, e Ele, “levantando as mãos, os abençoou. E aconteceu que, abençoando-os Ele, Se apartou deles e foi elevado ao Céu” (Lc 24:50-51). Eles olhavam enquanto Ele, com as mãos estendidas, os abençoava e subia para o Céu. Foi a última visão que tiveram dEle, até que “uma nuvem O recebeu, ocultando-O a seus olhos” (At 1:9). A visão que guardariam nas suas mentes era das mãos do Senhor estendidas para abençoá-los!


E quando Ele voltar, os sinais dos cravos nas Suas mãos serão vistos novamente — os profetas dizem que o mundo verá aquele “a quem traspassaram” (Zc 12:10; Ap 1:7, etc.), deixando claro que os sofrimentos do Calvário estarão para sempre associados com o Senhor. Ele sofreu terrivelmente em nosso lugar — os sinais dos cravos nas Suas mãos são uma solene lembrança dessas coisas.


Gosto de aplicar a nós a promessa dada a Israel: “Eu não Me esquecerei de ti; eis que nas palmas das Minhas mãos Eu te gravei” (Is 49:15-16). O Senhor nunca esquece de nós, pois Ele gravou nosso nome nas Suas mãos. Que nós jamais esqueçamos destas “Mãos carinhosas, tão maltratadas, por mim cravadas em uma cruz!” (H. e C. 505)


Mãos marcadas pelos cravos; mãos erguidas para nos abençoar! Que bênçãos temos nEle!






© 2022 W. J. Watterson

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