Thursday 16 June 2022

Sede de Deus … será?

“Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por Ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Sl 42:1-2). Quando lemos estas lindas palavras do salmista, nossa alma salta dentro de nós e exclama: “Amém! É isto mesmo que eu sinto!”


Mas quase na mesma hora, dizemos a nós mesmos: “Deixa de ser hipócrita, Bill! Você tem sede de Deus? Você deseja Ele acima de tudo que este mundo oferece? Ora, você gosta tanto do sabor maravilhoso dos alimentos e iguarias; você flutua alegre na brisa suave de uma boa música, e mergulha de cabeça no riso e na diversão! É ou não é verdade?” E, baixando a voz, damos o golpe fatal: “Sem falar naquelas coisas proibidas que te atraem tanto, não é? Deixa de ser falso — deixa de bater no peito e dizer: Eu tenho sede de Deus. Seja sincero e confesse que você O ama, sim; mas você também deseja muitas outras coisas!”


E ficamos confusos. Afinal, temos ou não temos sede de Deus?


A confusão é real e intensa, mas é facilmente solucionada. Considere três coisas:


1) Nossa natureza carnal (que não melhorou em nada desde o dia em que cremos) tem sede de tudo que desagrada a Deus; mas quando cedemos à vontade dela, nossa consciência nos censura, mostrando o vazio de tudo que a carne deseja. O prazer da vingança (ou da preguiça, ou da sensualidade) não sacia nossa sede interior!


2) Nosso corpo tem sede de coisas desta vida (alimentos, poesia, etc.). Quando saboreamos um alimento delicioso, sentimo-nos satisfeitos; mas sabemos, no nosso íntimo, que é uma satisfação temporária e superficial (e que pode provocar indigestão). 


3) Mas também temos uma nova natureza, e esta só se satisfaz com Deus! Quando nossa alma recebe refrigério e alento na presença de Deus, sabemos, com cada fibra do nosso ser, sem nenhuma poeira de peso na consciência, que esta é a verdadeira satisfação, o verdadeiro prazer! Isso, sim, satisfaz!


Ou seja, podemos dizer a nós mesmos: “Meu corpo aprecia muita coisa material e supérflua; minha carne deseja muita coisa imunda e odiosa; mas a minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo!”


Sede de Deus (Sl 42)


Como o cervo que brama querendo beber,

A minh’alma deseja com Deus conviver!

Tenho sede de Deus! Quero ver meu Senhor!

Estas trevas assustam — careço de amor!


Procurei meus amigos, me pus a cantar,

Mas as ondas e vagas me fazem chorar!

Minhas lágrimas são mantimento pra mim.

Ah! Será que a noite jamais terá fim?


Por que estás abatida, ó alma infeliz?

Ouça atenta àquilo que a Bíblia te diz:

Não te aflijas; espera! Espera em Deus!

Ele sempre acode a todos os Seus!


Ó minh’alma, descansa em Deus teu Senhor;

Sua graça é sublime, sem par Seu amor!

Muito em breve na Sua presença estarei,

E com gozo inefável a Deus louvarei!



© 2022 W. J. Watterson


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