Tuesday 28 June 2022

Deus jurou

O Novo Testamento nos exorta categoricamente a não jurarmos (Mt 5:34-36; Tg 5:12) — não porque existe algum mal inerente num juramento, mas porque somos fracos. Não temos domínio sobre o nosso futuro nem somos onipotentes, e se jurássemos e não conseguíssemos cumprir o que juramos iríamos “cair em condenação”.



Mas Deus Onipotente não tem essa limitação — Ele cumpre tudo que promete, sempre, então Ele pode jurar. E vemos muitos exemplos na Bíblia dEle fazendo exatamente isto!



“Mas por quê?” pergunta alguém. “Se Ele é o Deus que não pode mentir (Nm 23:19), por que Ele Se preocuparia em jurar? A palavra dEle deveria bastar! Eu não devo jurar porque não sou onipotente — e Deus não precisa jurar justamente porque Ele é onipotente!”



Faz sentido. Se você diz a alguém que o ama muito e ele pede um juramento, você poderia se sentir ofendido. “Minha palavra não basta? Você está duvidando de mim?” Se Deus promete me abençoar, esta promessa não basta? 



Basta — mas Ele jurou. Ele poderia ter dito: “Minha palavra só não basta? Quem é o homem para duvidar de seu Criador?” Mas não disse. Por quê?



A resposta se encontra em Hebreus 6:17-20: “Por isso, querendo Deus mostrar mais abundantemente a imutabilidade do Seu conselho aos herdeiros da promessa, Se interpôs com juramento”. Examinando este versículo ficamos maravilhados com a graça de Deus para conosco.



Vamos por partes. Primeiro, diz o texto, foi para “mostrar mais abundantemente a imutabilidade do Seu conselho” — ou, em outras palavras, “para tornar ainda mais garantido aquilo que já era 100% seguro!” Tendo já dado uma promessa (100% garantida e imutável), Ele ainda quis mostrar “mais abundantemente” a imutabilidade desta promessa através do juramento!



Alguém diz: “Ainda não entendi por que Ele precisaria jurar. Entendi que Ele jurou para deixar a promessa ainda mais garantida — mas por que fazer isto? Quero dizer, por causa de quem?”



Repare a preciosidade do v. 18: “Para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta”. 



Irmãos, Deus “Se interpôs com juramento” para que eu e você pudéssemos ter uma firme consolação! Por causa da minha fraqueza Ele Se deu ao trabalho de acrescentar um juramento à Sua promessa. Porque sabia que eu teria medo do vento e das ondas (como Pedro andando sobre o mar), Ele me deu muito mais garantias do que eu poderia imaginar.



Assim, eu tenho duas coisas imutáveis: a promessa de Deus e o juramento de Deus. Nenhuma das duas pode falhar — as duas juntas são muito mais do que eu preciso! E minha esperança (“âncora da minha alma”, como diz o trecho) pode então ficar firme!



O vento está forte? Lance sua âncora nestas duas rochas inabaláveis: Deus prometeu me abençoar (v. 14), e Deus jurou cumprir Sua promessa (v. 17). 



É muito mais do que preciso!





© 2022 W. J. Watterson

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