Mãos condescendentes

Finalizando esta semana como começamos, considerando as mãos do Senhor, encontramos mais uma situação em que Davi clama por socorro: “Abaixa, ó Senhor, os Teus Céus, e desce; toca os montes, e fumegarão. Vibra os Teus raios e dissipa-os; envia as Tuas flechas, e desbarata-os. Estende as Tuas mãos desde o alto; livra-me, e arrebata-me das muitas águas e das mãos dos filhos estranhos” (Sl 144:5-7).

Nesta citação fica evidente que Davi confia na condescendência do Senhor. Ele começa o Salmo descrevendo a grandeza de Deus (vs. 1-2) e a fragilidade do homem (vs. 3-4), levando-o à conclusão: “Senhor, que é o homem, para que o conheças?” O Senhor é tão grande; o homem “é semelhante à vaidade”; por que Deus iria preocupar-Se com o homem, e perder tempo com um ser tão insignificante?

Alguém diria: “Davi, presta atenção! Você diz ao Senhor: ‘Abaixa os Teus Céus e desce’ — você acha mesmo que Deus vai descer até aqui, e ainda trazer os Céus com Ele? E pra ajudar a você? Deus tem mais o que fazer!”

O raciocínio faz sentido, mas Davi ignora os argumentos humanos, e sente liberdade para clamar a este Deus onipotente: “Abaixa, ó Senhor, os Teus Céus, e desce … Estende as Tuas mãos desde o alto, e livra-me!” Ele sabe que Deus é condescendente! Ele crê que Deus é glorioso e majestoso, sim, mas não orgulhoso nem distante. A mesma mão que mediu as águas dos oceanos e que tomou a medida dos Céus aos palmos (Is 40:12) é, sim, estendida a nós. Deus é tão acessível que um mero homem pode clamar a Ele pedindo que Ele abaixe os Céus e toque nos montes, estendendo as Suas mãos onipotentes “desde o alto” para livrar Seu servo.

Ah, como precisamos desta liberdade na presença de Deus. Precisamos de reverência e temor, mas não de medo ou receio! Devemos chegar com pés descalços na presença do “Senhor dos Exércitos que habita entre os querubins”, mas lembrando sempre que Ele é nosso Pai! Ele deseja nos ouvir, e promete nos atender! É uma ofensa a Ele orarmos como se estivéssemos incomodando-O!

“Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb 4:16).

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