F. W. Boreham (1871-1959) certa vez viajava de trem pela Nova Zelândia. Fazia dias que chovia sem parar, e além da chuva ele e seus companheiros de viagem ainda precisavam se submeter ao falatório cansativo e repetitivo de um jovem cientista, empenhado em convencer a todos que a culpa pelo mal tempo era das manchas no Sol.
O trem fez uma parada, e um senhor idoso, encharcado e cansado, subiu no trem. Assim que ele se acomodou, o jovem foi sentar do lado dele e perguntou: “O senhor sabe porque está chovendo tanto?”
O velho, sem entender muito bem, deu de ombros. E o jovem não perdeu tempo: com convicção e autoridade, explicou: “É por causa das manchas no Sol!”
Irritado, o velho respondeu prontamente: “Ah, é? São as manchas no Sol? E como você pretende resolver esse problema? Diga-me: por acaso você sabe como remover aquelas manchas?”
Sem reposta, o prepotente jovem voltou para seu assento, e não perturbou mais ninguém durante aquela viagem.
Eis a aplicação que Boreham fez desse evento interessante:
“Não adianta ficar falando o tempo todos dos defeitos das pessoas ao seu redor, a não ser que você possa dizer algo, ou fazer algo, para ajudá-los a remover estas manchas no caráter delas. Eu gosto de lembrar que Aquele que veio ao mundo para confrontar o problema do pecado não somente revela o meu pecado, Ele resolve o problema também”. (Dreams at Sunset, pág. 13).
Confesso que preciso aprender sobre a lição das manchas no Sol. Tacar pedras é fácil — chamar atenção para as manchas em outros não exige coragem nem muito discernimento. Mas como é difícil propor soluções! E mais difícil ainda é tornar a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados (Hb 12:12).
Que Deus nos ajude a sermos mais positivos, ajudando uns aos outros.
(Inicialmente postado em 14/04/2020)
© 2022 W. J. Watterson
No comments:
Post a Comment