O comportamento do Senhor Jesus no caso da cura do leproso tem confortado o coração dos salvos há séculos. É a terceira cura que Lucas descreve em seu evangelho, inspirado pelo Espírito Santo, e apresenta um contraste em relação às primeiras duas.
A primeira cura foi em Cafarnaum, na sinagoga. Lemos de um homem com um “espírito de um demônio imundo” (4:31-37); o Senhor “repreendeu” o demônio e libertou o pobre homem desta enfermidade espiritual.
No mesmo dia, Ele encontrou a sogra de Pedro que estava com febre (4:38-39). Não era um demônio que atormentava a mulher, era um problema físico — mas da mesma forma que o Senhor havia repreendido o demônio, Ele também “repreendeu a febre, e esta a deixou”! Tanto a febre quanto o demônio curvaram-se diante da autoridade do Senhor!
Depois lemos de várias pessoas sendo curadas, sem detalhes (4:40-41), seguido do milagre da pesca no início do cap. 5. O próximo indivíduo libertado pelo Senhor foi o leproso (5:12-14).
Desta vez, porém, não houve repreensão, mas lemos: “E Ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: ‘Quero, sê limpo’. E logo a lepra desapareceu dele”. Lucas está destacando o amor do Senhor, não Sua autoridade.
O Senhor não precisava tocar no leproso. Afinal, Ele curou um jovem que estava morrendo em Cafarnaum quando Ele estava em Caná (as duas cidades estão cerca de 25 km uma da outra em linha reta). Ele não precisava — mas Ele queria! Os outros teriam medo de aproximar-se do leproso, e jamais o tocariam para não serem contaminados com a lepra — mas o Senhor mostrou compaixão e carinho para este homem desprezado e abandonado.
Este é o nosso Salvador. O pecado não podia corrompê-lO de forma alguma; Ele é tão santo que o inimigo não encontrava brecha nenhuma nEle (“… o príncipe deste mundo … nada tem em Mim”; Jo 14:30). E este Homem absolutamente santo quer purificar um leproso imundo como eu!
Já é precioso pensar que Ele quer me purificar — mais ainda é ver como Ele o faz! Repreendendo a lepra? Não — tocando o leproso!
“Em mim, que sou o principal [pecador], Jesus Cristo [mostrou] toda a Sua longanimidade” (I Tm 1:16).
© 2021 W. J. Watterson
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