Noemi voltou de Moabe arrasada. Nos dez anos que passou por lá, ela sepultou seu marido e seus dois únicos filhos. Sozinha e desamparada, ela voltou para Belém, sua cidade natal, e chegando lá, desabafou: “Não me chameis Noemi [“agradável”]; chamai-me Mara [“amargura”]; porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso. Cheia parti, porém vazia o Senhor me fez tornar” (Rute 1:20-21).
Sentimos o desânimo e a tristeza dela, e não a criticamos. Mas ela aprenderia, nos dias vindouros, que estava enganada — ela não voltou vazia! O versículo seguinte diz: “Assim Noemi voltou, e com ela Rute a moabita, sua nora, que veio dos campos de Moabe; e chegaram a Belém no princípio da colheita das cevadas”.
Repare duas coisas que Noemi, na sua tristeza, não percebeu: as circunstâncias eram promissoras (“princípio da colheita”), e melhor ainda, ela tinha Rute, uma nora dedicada que seria usada por Deus para preencher a linhagem escolhida da qual viria o grande rei Davi, e mais importante ainda: o Messias (veja Rute 4:17). Longe de ser esquecida como um fracasso, Noemi seria lembrada e honrada em Israel (Rute 4:14-17).
Muitas vezes sentimo-nos como Noemi, e lamentamos: “cheio parti, porém vazio o Senhor me fez tornar”. Mas se erguermos nossos olhos nestas horas poderemos ver que estamos enganados. Nos sentimos sozinhos, mas Deus continua nos guardando através de Seus anjos (II Reis 6:16-17); nos sentimos vazios, mas o Senhor está dizendo: “Levantai os vossos olhos, e vede os campos, que já estão brancos para a ceifa” (João 4:35).
Quando nos sentirmos vazios, lembremos do que Deus já fez em nossas vidas, e creiamos naquilo que Ele ainda fará em nós, e por nós.
“Agora, pois, Senhor, que espero eu? A minha esperança está em Ti” (Salmo 39:7). “Eu, porém, olharei para o Senhor; esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá” (Miqueias 7:7).
© 2022 W. J. Watterson
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