Terça-feira, 01/09/2020
Apocalipse 1:5-6 (cont.) — Meditações 231
Ontem pensamos na descrição das atividades presentes do Senhor: Ele nos ama. Consideremos agora o passado e o futuro.O passado — Ele nos lavou dos nossos pecados com Seu sangue
Se o amor de Cristo cativa o meu presente, este fato deveria cobrir o meu passado. É até saudável, vez ou outra, lembrarmo-nos de onde viemos, de como estávamos “num charco de lodo” (Sl 40:2) do pecado antes do Senhor nos salvar, assim como Paulo fez menção do seu passado (I Tm 1:13-15). Mas ocuparmo-nos sempre com estas coisas será prejudicial. Pelo contrário, deveríamos nos ocupar principalmente com aquilo que Ele fez por nós. Paulo não vivia no passado. Ele menciona seu passado, mas ele fala muito mais sobre aquilo que agora ele era em Cristo.
O Senhor não se lembra mais dos nossos pecados (Hb 10:17). Seria bom se nós olhássemos para trás, não apenas com tristeza por aquilo que fizemos, mas principalmente com alegria, porque Ele nos lavou com Seu sangue. Não somos mais impuros e condenados — temos sido lavados no sangue no Cordeiro, e isto nos torna dignos de servir e adorar a Deus.
Ocupemo-nos, então, com isto! Nada de ficar lamentando o passado; vamos andar de um modo digno da posição que agora ocupamos em Cristo. Vamos prosseguir, gratos e humilhados por termos sido salvos de tão grande pecado, mas dando mais importância ao sangue que nos purificou do que ao pecado que nos prendia.
Veja o preço elevado que foi pago: Seu sangue! Note a abrangência plena da lavagem: pecados, no plural — todos eles! Repare o agente que efetuou esta lavagem: foi Ele mesmo!
Se o meu presente é lembrar que Cristo me ama, meu passado pode ser resumido nestas palavras: Cristo “em Seu sangue me lavou dos meus pecados”.
O porvir — Ele nos fez reis e sacerdotes
Quanto ao futuro, lemos que nós seremos reis e sacerdotes. Há alguma dúvida sobre a palavra usada no original (alguns manuscritos usam “reis”, outros “reino”); não há, porém, muita diferença de interpretação. De qualquer forma, há dois privilégios sendo considerados: a posição relacionada ao reino e a posição relacionada ao sacerdócio.
O propósito de Deus para Israel era que fossem “um reino de sacerdotes”. Três meses depois da saída do Egito chegaram ao Monte Sinai, e logo Deus lhes falou: “Agora pois, se diligentemente ouvirdes a Minha voz, e guardardes o Meu concerto … vós Me sereis um reino sacerdotal” (Êx 19:4-6). Poucos dias depois, porém, houve o pecado vergonhoso em torno do bezerro de ouro, e somente a tribo de Levi ficou do lado do Senhor (Êx 32:26). Deus então escolheu, em lugar de todos os primogênitos de Israel, os filhos de Levi (Nm 3:12). Não mais a nação inteira, mas somente uma tribo teria o privilégio de lidar com as coisas sagradas.
Aquilo que não pôde ser cumprido em Israel, devido à sua desobediência, é hoje a posição de todo aquele que crê. É só no futuro que iremos reinar e “sacerdotar” literalmente — mas esta já é nossa posição hoje. Somos não apenas um sacerdócio santo, mas também um sacerdócio real (I Pe 2:5, 9). O privilégio que foi oferecido a apenas uma nação (Êx 19:4-6), e desfrutado por apenas uma tribo (os levitas, Nm 3:12), é hoje um privilégio dispensacional, concedido a todos os salvos desta dispensação.
Hoje é posicional — no futuro, porém, durante o Milênio, será um privilégio literal, quando todos os salvos “serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele mil anos” (Ap 20:6). O que desfrutamos hoje, posicionalmente, será experimentado literalmente durante o Milênio.
Conclusão — o louvor
Como é precioso aquilo que Cristo tem feito por nós, e como isto deveria afetar nossa vida diária. Quanto ao passado, somente precisamos nos preocupar com esta verdade: Ele nos lavou em Seu sangue dos nossos pecados! Quanto ao presente, basta saber que Ele nos ama! Quanto ao futuro, eis a bendita esperança: seremos Seus sacerdotes, e reinaremos com Ele!
O que mais o homem mortal poderia receber do Deus eterno? Como compreender a graça que leva um Senhor tão sublime a conceder bênçãos tão elevadas a um povo tão desprezível? Como entender que nosso Sumo Sacerdote, o Primogênito dentre os mortos, possa amar pessoas tão infiéis? Como medir o amor que levou nosso Profeta, a Fiel Testemunha, a derramar Seu sangue para nos lavar dos nossos pecados? Como contemplar a glória que será nossa no futuro, quando seremos reis e sacerdotes com nosso Rei, o Príncipe dos reis da Terra?
Qual poderia ser nossa reação diante destas verdades, a não ser unirmos nossas vozes à voz inspirada do discípulo amado, que encerra esta descrição do Senhor Jesus? Louvemos, pois, com sinceridade e gratidão: “a Ele glória e poder para todo o sempre. Amém”!
© 2020 W. J. Watterson
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