Wednesday 25 November 2020

Oração abominável — Meditações 227

Desde o dia 21 de Março de 2020 a igreja local em Pirassununga esteve impossibilitada de reunir normalmente, devido à quarentena decretada no estado de São Paulo. Hoje já podemos reunir (com restrições) — estamos gratos por isso, mas não é o ideal. Durante este período tenho enviado aos irmãos e irmãs da igreja local pequenas mensagens de texto para nosso ânimo mútuo. Estas mensagens estão sendo arquivadas aqui — talvez ajudem mais alguém.

Quarta-feira, 25/11/2020

Oração abominável — Meditações 227

Será que estas duas palavras podem conviver no mesmo contexto? É possível uma oração ser tão desagradável a Deus, a ponto dEle descrevê-la como “abominável”?

Lamentavelmente, essa é a linguagem das Escrituras! Salomão foi inspirado pelo Espírito Santo a escrever: “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a Lei, até a sua oração será abominável” (Pv 28:9). É assustador pensar que minhas orações poderiam ser abomináveis ao Senhor.

Alguém diz: “As nossas, não, irmão — seriam as orações dos perversos e ímpios, dos hipócritas e maus. Não as nossas!”

Mas quem é o homem do qual o versículo fala? “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a Lei”! Não é: “aquele que fala mal da Lei”; ou: “Aquele que, descaradamente, desobedece a Lei”. É “simplesmente” (como se isso fosse simples!) aquele que não quer ouvir o que Deus tem a dizer! Alguém que procura encher o vazio que há dentro de si com outras coisas, mas não com as verdades puras e santas que vem do Senhor. Ele ouve o conselho dos “sábios desse mundo” — quem sabe, ele pode ser considerado sábio entre eles! — mas não ouve a voz do Senhor nas Escrituras. Ele não é necessariamente rebelde ou perverso — “apenas” desinteressado!

E tal atitude impensada e louca é tão desagradável a Deus, que Deus não ouvirá (no sentido de “atender”) as suas orações. É semelhante ao caso descrito em Isaías: “Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os Meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue” (Is 1:15).

Também nos lembra das palavras do Senhor por intermédio de Zacarias: “Eles, porém, não quiseram escutar, e deram-Me o ombro rebelde, e ensurdeceram os seus ouvidos, ... para que não ouvissem a lei, nem as palavras que o Senhor dos Exércitos enviara pelo seu Espírito … E aconteceu que, assim como Ele clamou e eles não ouviram, também eles clamaram, e Eu não ouvi, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 7:11-13).

Que solene e triste!

O que é “oração” para nós? Um mantra misterioso que pode conduzir a bênçãos materiais? Um amuleto para usar numa hora de necessidade? Ou um privilégio que Deus nos dá, que deve ser desfrutado com reverência e santo temor?

Que nossos ouvidos estejam sempre abertos à Palavra do Senhor. E que seja nossa a oração dos discípulos: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11:1).


© 2020 W. J. Watterson

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