Saturday, 7 November 2020

Jesus amou — Meditações 209

Desde o dia 21 de Março de 2020 a igreja local em Pirassununga esteve impossibilitada de reunir normalmente, devido à quarentena decretada no estado de São Paulo. Hoje já podemos reunir (com restrições) — estamos gratos por isso, mas não é o ideal. Durante este período tenho enviado aos irmãos e irmãs da igreja local pequenas mensagens de texto para nosso ânimo mútuo. Estas mensagens estão sendo arquivadas aqui — talvez ajudem mais alguém.

Sábado, 07/11/2020

Jesus amou — Meditações 209

Há alguns detalhes interessantes no NT sobre o amor do Senhor Jesus Cristo. Quero considerar hoje um deles: em três contextos diferentes o Espírito Santo usa a expressão “Jesus amou” (ou “amava”) para falar de indivíduos que foram alvo do Seu amor.

“Jesus” é o nome divino associado à humanidade do Senhor. Lemos que Ele amou uma família, um discípulo, e um incrédulo.

a. Uma família amada (Jo 11:3, 5). Betânia era uma pequena aldeia que ficava a mais ou menos 3 km de Jerusalém, e lá o Senhor encontrou abrigo e carinho na casa de Lázaro e suas duas irmãs. Este trecho destaca que o amor dEle era notório (pois as irmãs podiam mandar dizer-Lhe com confiança: “Senhor, eis que está enfermo aquele que Tu amas”) e individual (pois diz o escritor: “Jesus amava a Marta, e sua irmã, e a Lázaro”). É um grande conforto para nós sabermos que Ele nos ama — na verdade, não temos o direito de duvidar do Seu amor para conosco, pois este amor foi provado lá na cruz do Calvário. É igualmente confortante saber que Ele nos ama como indivíduos, não simplesmente como Igreja. O Senhor amava a família de Lázaro, sim — mas o Espírito Santo faz questão de dizer que Ele amava Marta (aquela que nós tantas vezes criticamos pela sua natureza prática e trabalhadora), e sua irmã, Maria (aquela que Marta, em pelo menos uma ocasião, criticou pela sua natureza introspectiva e devotada), e Lázaro (é notável que não lemos na Bíblia de nem uma palavra que Lázaro pronunciou, nem um serviço para Deus que ele fez — mas lemos que “Jesus amava … a Lázaro”). Irmãos, somos tão diferentes uns dos outros, quanto à nossa natureza, quanto à nossa forma de agir, etc. Porém todos os salvos têm isto em comum: sabemos que o Senhor nos ama, e ama a cada um individualmente!

b. Um discípulo amado (Jo 13:23; 19:26; 20:2; 21:7, 20). Cinco vezes no seu Evangelho João se descreve como o discípulo que Jesus amava. Não que ele fosse o único que nosso Senhor amava, nem mesmo o mais amado dos doze — João simplesmente apropriou para si a verdade preciosa do amor de Deus, como qualquer um de nós pode fazer. Todas as ocorrências deste título em João ocorrem relacionados com a morte e ressurreição do Senhor — o que se destaca aqui é a intensidade e imutabilidade deste amor. Não é um amor passageiro ou circunstancial — é um amor que independe das circunstâncias, e que dura até o fim! Repare as ocasiões em que João é descrito desta forma. A primeira vez foi no cenáculo quando o Senhor “turbou-Se em espírito, e afirmou, dizendo: Na verdade, na verdade vos digo que um de vós Me há de trair” (13:21). A segunda vez foi enquanto Ele estava pendurado na cruz, em agonia indescritível. A terceira vez foi na manhã da ressurreição, quando os discípulos ainda não acreditavam que Ele ressuscitara. A quarta vez foi quando os discípulos, desanimados, foram pescar. A última vez foi quando Pedro mostrou-se mais preocupado com João do que consigo mesmo. Seja na tristeza da traição ou na dor horrível da cruz, o Senhor amava João. Quando João mostrava-se fraco na sua fé, ou desanimado, ou alvo das atenções de Pedro, em toda e qualquer circunstância, o Senhor o amava. Irmãos, podemos saber que somos discípulos a quem Jesus ama, e que Ele nos ama até o fim (13:1).

c. Um incrédulo amado (Mc 10:21). Este terceiro caso é diferente, e nos fala de como este amor é imerecido; aqui lemos do amor de Cristo por um incrédulo, um jovem que amou mais as riquezas do que o Senhor. Marcos escreve: “Jesus, olhando para ele, o amou” . É bom lembrarmos que o Senhor nos ama não por algum mérito nosso, mas simplesmente porque Ele nos ama. Moisés disse: “O Senhor não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos; mas, porque o Senhor vos amava” (Dt 7:7-8). O mundo incrédulo despreza o amor de Deus e terá que receber, portanto, o juízo de Deus. Mas lembremos: “Deus amou o mundo”.

Estes três contextos diferentes que falam de indivíduos amados pelo Senhor Jesus enquanto Ele esteve neste mundo nos lembram que o amor dEle por nós é individual, imutável e imerecido.


© 2020 W. J. Watterson

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