Sunday 15 November 2020

Jesus Cristo — Meditações 217

Desde o dia 21 de Março de 2020 a igreja local em Pirassununga esteve impossibilitada de reunir normalmente, devido à quarentena decretada no estado de São Paulo. Hoje já podemos reunir (com restrições) — estamos gratos por isso, mas não é o ideal. Durante este período tenho enviado aos irmãos e irmãs da igreja local pequenas mensagens de texto para nosso ânimo mútuo. Estas mensagens estão sendo arquivadas aqui — talvez ajudem mais alguém.

Domingo, 15/11/2020

Jesus Cristo — Meditações 217

Cristo no Apocalipse

Ao iniciar este estudo, repare um detalhe interessante: nosso Senhor é chamado “Jesus Cristo” sete vezes em Apocalipse (baseado no texto original), mas nunca é chamado “Cristo Jesus”.

E por quê? Porque “Jesus Cristo” é o nome que fala da exaltação daquele que os homens desprezaram, enquanto “Cristo Jesus” é o nome que destaca a humilhação daquele que Deus escolheu. E é exatamente este o assunto principal do Apocalipse. Aqui vemos a derrota e condenação de todos aqueles que se opuseram a Ele, e a vitória e bênção eterna de todos aqueles que O amam. Aqui brilha, como a estrela da alva, a promessa de que Ele reinará supremo sobre os Céus e a Terra.

Que possamos iniciar esta semana lembrando desta mensagem geral do Apocalipse: “este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2:36). A última visão que o mundo teve dEle foi na cruz — Apocalipse nos lembra que o mundo O verá reinando em glória majestosa e brilhante!

Abaixo, mais detalhes para quem se interessar.

a. “Jesus”

O nome “Jesus” é o nome que nos lembra da Sua humanidade. Os homens não o conheciam como “Cristo” (Mt 16:16 é uma exceção), mas como “Jesus”. É o Seu nome humano — mas mesmo aqui vemos a prova da Sua divindade, pois “Jesus” é a forma grega de um nome derivado de duas palavras do hebraico: a primeira é “Jeová”, e a outra quer dizer “salvação” ou “Salvador”. Portanto, “Jesus” quer dizer “a salvação de Jeová”, ou “Jeová é Salvador”.

Jesus é Jeová; que verdade majestosa. Mas há mais do que isto — Ele é a salvação de Jeová! Ele é Jeová, sim, em toda a Sua glória, mas Ele é também Salvador! Foi esta a visão que teve o velho Simeão, ao segurar em seus braços o menino Jesus: “Os meus olhos viram a Tua salvação” (Lc 2:30). Ele é o único que pode nos levar a Deus; Ele é o único Salvador.

Jesus: “Jeová Salvador” — que nome precioso! Toda a majestade, glória e poder de Jeová, e todo o amor, misericórdia e compaixão de um Salvador. Com razão cantamos: “Nunca dos homens se ouvirá, nunca nos santos Céus de luz mais doce nota soará que o nome de Jesus”.

Como afirmamos acima, porém, se este nome é tão precioso para o cristão, é o nome que nos lembra que Ele foi humilhado e desprezado pelos homens.

b. “Cristo”

“Cristo” é mais propriamente um título do que um nome. É derivado da palavra grega para ungir, equivalente ao hebraico “Messias”, que quer dizer “o ungido”. Este nome nos lembra que Cristo é o ungido, o escolhido de Deus. Em Israel, sacerdotes (Êx 40:15), reis (I Sm 9:16) e profetas (I Re 19:16) eram ungidos, indicando que Deus os havia separado para alguma obra em relação ao Seu povo. Todos aqueles que foram ungidos no VT falharam, de uma forma ou de outra — mas Deus ungiu um Sacerdote, Profeta e Rei que nunca falhou, e cumpriu plenamente o propósito de Deus. “Cristo” é o nome que fala-nos deste que o Pai escolheu.

Este é o nome que está associado com a Sua glória. Quando Pedro O confessou como “o Cristo” (Mt 16:16), o Senhor “advertiu os discípulos que a ninguém dissessem ser Ele o Cristo” (v. 20, ARA); não era ainda chegada a Sua hora. Depois da Sua ressurreição, porém, o mesmo Pedro pregou ousadamente aos judeus dizendo que “este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez ... Cristo” (At 2:36). Deus O elevou acima de todo principado e potestade; Deus O fez Cristo.

“Cristo”, portanto, lembra-nos que Ele foi escolhido e exaltado por Deus.

c. Conclusão

“Jesus” é o nome da Sua encarnação, mais comum nos Evangelhos; “Cristo” é o nome da Sua exaltação, mais comum nas epístolas. “Jesus” nos fala do Homem desprezado; “Cristo” nos fala do Senhor glorificado.

Quando os dois nomes são usados juntos, há lições preciosas na ordem em que são usados. “Cristo Jesus” lembra-nos do Messias que se fez Homem; é o nome que fala da humilhação daquele que Deus escolheu (primeiro “Cristo”, depois “Jesus”). “Jesus Cristo”, por outro lado, fala-nos do Homem que foi escolhido e ungido por Deus; é o nome que fala da exaltação daquele que os homens desprezaram (primeiro “Jesus”, depois “Cristo”).

Uma ilustração desta verdade é facilmente vista em Filipenses 2:5-11. Nos vs. 5-8, onde o assunto é a humilhação do Senhor Jesus, o Espírito Santo leva Paulo a usar o nome “Cristo Jesus” (v. 5). Nos vs. 9-11, onde o assunto é a exaltação que o Filho recebeu, o nome muda para “Jesus Cristo” (v. 11).

Prestando atenção nestas diferenças, perceberemos muitas lições preciosas, e muitas confirmações da autoria Divina das Escrituras. Aqui em Apocalipse só encontraremos “Jesus Cristo”, porque aqui vemos, pela fé, “coroado de glória e de honra, aquele Jesus, que fora feito um pouco menor do que os anjos” (Hb 2:9). Aquele que os homens crucificaram foi feito “mais sublime do que os Céus” (Hb 7:26).

Como será precioso ver “Jesus Cristo” em toda a Sua glória, face a face!


© 2020 W. J. Watterson

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