Domingo, 07/02/2021
Sardes: o Servo ungido — Meditações 301
Nesta carta (Ap 3:1-6) o Senhor Se apresenta como aquele que tem os Sete Espíritos de Deus e as sete estrelas. Como já foi destacado em outra Meditação, é óbvio que a expressão “os Sete Espíritos que estão diante do Seu trono” refere-se ao Espírito Santo. Ela não indica que o Espírito Santo é uma pluralidade, mas indica a diversidade da Sua obra. O número sete (algo completo e perfeito) fala da perfeição completa da obra do Espírito Santo.Alguns veem aqui uma referência à descrição sétupla do Messias feita em Isaías 11:2, onde lemos que sobre o Renovo de Deus repousaria “o Espírito do Senhor [1], o Espírito de sabedoria [2] e de entendimento [3], o Espírito de conselho [4] e de fortaleza [5], o Espírito de conhecimento [6] e de temor do Senhor [7]”. É uma aplicação interessante.
A expressão ocorre quatro vezes em Apocalipse (1:4; 3:1; 4:5; 5:6), dando-nos um resumo da perfeição da obra do Espírito Santo, em dois pares:
• A primeira referência (1:4) mostra que o Espírito Santo está diante do trono de Deus (mostrando Sua submissão, comunhão e intimidade com o trono de Deus), e a terceira referência (4:5) descreve mais detalhadamente esta Sua posição: Ele está diante do trono como sete lâmpadas de fogo (não candeeiros, como as igrejas em 1:20, que precisam de óleo, mas literalmente “tochas de fogo”, lâmpadas que produzem luz por si só). O Espírito Santo guia o povo de Deus (Jo 14:26, 16:13-15), transmitindo-nos a luz que vem do próprio trono de Deus.
• A segunda referência (3:1) afirma que Ele está no Senhor Jesus (mostrando Sua comunhão e intimidade com o Filho; Lc 4:18), ao passo que a última referência (5:6) descreve esta Sua posição com mais detalhes: para testemunhar do Filho, Ele é enviado a toda a Terra (Jo 15:26; 16:8-11).
Todas as referências nos Evangelhos citadas acima falam da operação do Espírito neste dia da graça de Deus, enquanto o Apocalipse enfatiza o Seu serviço durante o período da Tribulação — mas as lições são as mesmas. Ele é aquele que trabalha em plena harmonia com Deus (e pelo Seu próprio poder), e Ele é aquele que ungiu o Senhor Jesus, e anda pela Terra testemunhando do Messias. Sua primeira posição é em relação ao Pai (1:4 e 4:5), a segunda em relação ao Filho (3:1 e 5:6).
Aqui vemos, portanto, o Filho de Deus como aquele que foi ungido pelo Espírito Santo.
O apelo ao indivíduo
No final da carta o Senhor promete três coisas ao vencedor:
i) Trajes puros — “O que vencer será vestido de vestes brancas”. Vestes falam do aspecto externo do nosso testemunho — aquilo que os outros veem em nós. Como está nossa roupa espiritual?
ii) Título permanente — “… e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida …”. O nome é o resumo do nosso testemunho — aquilo que os outros falam de nós. Com está nossa reputação espiritual?
iii) Testemunho perfeito — “… e confessarei o seu nome diante de Meu Pai e diante dos Seus anjos.” Isto é o mais precioso! Uma coisa é ter uma boa roupa (aparência externa); melhor ainda é ter uma boa reputação (indica algo mais sólido); mas que precioso ter uma boa recomendação — e isto do próprio Senhor!
Que conforto para cristãos perseguidos saber que até poderiam vestir trapos aqui na Terra, serem riscados do livro dos habitantes de Sardes, e serem motivo de zombaria para os ímpios — mas tinham a promessa de serem vestidos de vestes brancas, nunca perderem seu título de “Cidadão dos Céus”, e serem publicamente reconhecidos pelo próprio Senhor Jesus!
Vivamos de tal forma que possamos receber estas vestes brancas, este nome escrito, e ouvir o próprio Senhor confessar publicamente nosso nome diante do Pai e dos Seus anjos. Ah, que forma preciosa de demonstrar nossa gratidão e amor a este que deu a Sua vida por nós!
© 2021 W. J. Watterson
No comments:
Post a Comment