Monday, 15 February 2021

Sua hora mais gloriosa — Meditações 310

Meditações na quarentena (2020/21) enviadas diariamente aos irmãos e irmãs da igreja local em Pirassununga para nosso ânimo mútuo. Estão sendo arquivadas aqui na esperança que talvez ajudem mais alguém.

Segunda-feira, 15/02/2021

Sua hora mais gloriosa — Meditações 310

A Meditação de ontem sobre “a Sua hora” tem uma relação interessante com um texto publicado dois dias atrás por A. J. Higgins. Pensamos ontem sobre a importância suprema do Calvário nos planos de Deus — o irmão Higgins, de outro ponto de vista, destaca a constância da fidelidade do Senhor Jesus, refletida nas palavras dEle mesmo: “Eu faço sempre o que lhe agrada” (Jo 8:29).

O artigo começa destacando a origem de uma expressão muito comum em inglês: “sua hora mais gloriosa”. No dia 18 de junho de 1940, Sir Winston Churchill, num discurso que se tornou famoso, conclamou o povo britânico a não desistir da luta contra o nazismo. As circunstâncias eram terrivelmente contrárias. Dois dias antes a França se rendera; o Reino Unido estava sob a ameaça iminente de uma invasão do exército alemão; não havia muita esperança. Mas Churchill incentivou o povo: “Estejamos preparados … de modo que, se o Império Britânico e seu Commonwealth durarem por mil anos, os homens ainda digam: ‘Esta foi sua hora mais gloriosa’.”

Eles lutaram, e venceram — e a expressão de Churchill tornou-se sinônima de atos notáveis e de heroísmo.

Higgins cita exemplos de homens nas Escrituras que tiveram “sua hora mais gloriosa” — Davi (manifestando generosidade de espírito na sua lamentação pela morte de Saul e Jônatas), José (sua hora mais gloriosa teria sido quando recusou a sedutora ou quando perdoou seus irmãos?), Moisés (oferecendo-se para morrer pela nação em Êxodo 32), Abraão oferecendo Isaque no Monte Moriá — e diz: “na vida de praticamente todo personagem bíblico significativo, há momentos que merecem o título ‘hora mais gloriosa’.”

Mas o que dizer de Cristo? Como Higgins escreve, há um certo sentido em que o Calvário se destaca, pois “de certa forma, aquele dia revela com mais eloquência do que qualquer outro, tudo que Ele é em Si mesmo”. Por outro lado, ele pergunta: “Será que houve qualquer nível de devoção demonstrada ali, que não havia sido demonstrada desde a Sua encarnação? Houve alguma coisa revelada no Calvário que o olhar penetrante do Pai não havia apreciado dia após dia? Houve mais amor pelo Pai quando Ele estava no madeiro, do que quando trabalhava na carpintaria em Nazaré? Houve mais ‘graça e verdade’ demonstrada na cruz, coroado de espinhos, do que quando Ele esteve com os doutores aos 12 anos de idade?”

Homens tem suas horas mais gloriosas e suas horas de derrota — mas Cristo foi sempre totalmente dedicado ao Pai. Se pensarmos nas Suas conquistas, creio que o Calvário se destaca — a vitória conquistada ali tem valor eterno! Mas se pensarmos no Seu comportamento, creio que as palavras do Senhor devem ser destacadas: “Eu faço SEMPRE o que lhe agrada!”

O Calvário é um evento único e singular — nosso Salvador é uma Pessoa única e singular. Como a flor de farinha usada na oferta de manjares, Ele não teve dias bons e dias “mais-ou-menos”; horas gloriosas e horas comuns. Em cada instante de cada dia que passou aqui, Ele agradou ao Pai — sempre, e perfeitamente!

“A lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, perfeito para sempre” (Hb 7:38).


© 2021 W. J. Watterson

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