Sunday, 17 January 2021

Éfeso: o Senhor das igrejas — Meditações 280

Meditações na quarentena (2020/21) enviadas diariamente aos irmãos e irmãs da igreja local em Pirassununga para nosso ânimo mútuo. Estão sendo arquivadas aqui na esperança que talvez ajudem mais alguém.

Domingo, 17/01/2021

Éfeso: o Senhor das igrejas — Meditações 280

A apresentação do Senhor 

Cristo se apresenta à igreja em Éfeso como “aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro”.

Esta apresentação fala de dois aspectos do relacionamento do Senhor (com as estrelas e com os candeeiros), ambos tirados da visão no cap. 1. Comparando os dois trechos, porém, veremos pequenas diferenças:

a) “tinha [echo] na Sua destra sete estrelas” (1:16). As sete estrelas são os anjos das igrejas (1:20), e estas estão na mão direita do Senhor. Estão em comunhão com Ele, exaltados à Sua destra.

b) “aquele que tem [krateo; literalmente, “segura, domina”] na Sua destra as sete estrelas” (2:1). Aqui no cap. 2 o Senhor destaca agora não a comunhão com Seus servos, mas a segurança e controle decorrentes disto. Aquele que Deus segura na Sua mão direita está protegido contra qualquer inimigo (Jo 10:28-29), e está sob o controle direto dEle; não tem liberdade para controlar seus próprios movimentos.

c)“e no meio dos sete castiçais” (1:13). O cap. 1 destaca que o Senhor é o elo de comunhão entre as diversas igrejas locais. São todas autônomas e independentes, mas todas estão ligadas a Ele, que é o centro das Suas igrejas, a atração de Seu povo.

d) “que anda no meio dos sete castiçais” (2:1). Mas Ele não apenas está no meio das igrejas, observando de longe; Ele está ativo, andando no meio delas. É Ele quem está na posição de governo, e quem governa de fato.

Muitos erros que existem entre nós hoje seriam evitados se todos os salvos, individualmente, e todas as igrejas locais, coletivamente, se submetessem ao senhorio de Cristo, vivendo no gozo prático destas verdades tão preciosas: Ele segura cada um dos Seus servos na Sua mão, e Ele está andando entre as Suas igrejas. Que privilégio — que solene responsabilidade!

A avaliação da igreja

Ao dirigir-Se à igreja, o Senhor revela diversas de Suas características, que menciono resumidamente:

a) Seu conhecimento (2:2-3). Como em todas as cartas, Ele começa dizendo: “Conheço …”. Tantas circunstâncias diferentes, tantas necessidades diferentes, mas todas conhecidas deste Senhor que tudo sabe.

b) Seu carinho (2:4). Nem todo o trabalho e perseverança de Éfeso poderiam compensar a falta que o Senhor havia percebido: deixaram o primeiro amor. O Senhor quer o amor do Seu povo!

c) Seu controle (2:5). A situação da igreja em Éfeso havia deteriorado tanto que o Senhor os adverte de que, caso não houvesse arrependimento, o Senhor tiraria o seu castiçal. Nenhum concílio, ou organização, ou sínodo, ou igreja, ou ser humano, tem autoridade para remover candeeiros. Quem faz isto é só o Senhor.

O apelo ao indivíduo

Concluindo esta primeira carta, o próprio Senhor diz: “Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida”.

Lemos da árvore da vida três vezes em Gênesis (2:9; 3:22, 24). Estas três referências, onde vemos o homem perdendo o acesso à árvore da vida, são contrastadas com outras três em Apocalipse, onde vemos o contrário (2:7; 22:2, 14). Durante o Milênio todos serão abençoados através desta árvore da vida, que mais uma vez estará “no meio da sua praça”. Além disto, os salvos terão este privilégio para toda a eternidade (Ap 2:7, 22:14).

A árvore da vida é uma figura clara do Senhor Jesus Cristo. Quem pode dar vida senão Ele, que disse com autoridade divina: “Eu sou … a vida” (Jo 14:6)?

Além disto, o lugar que Deus reservou para Seu Filho em Seus propósitos é ilustrado perfeitamente pelo lugar que a árvore da vida ocupava no Éden — o centro! A posição que Cristo ocupa é a mais destacada possível (“… acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio”, Ef 1:21-22); o Seu nome está sobre todo nome (“… lhe deu o nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho …”, Fl 2:9-11); sem dúvida, Ele é o centro dos planos de Deus. A profecia referente a Judá (“… a ele se congregarão os povos”, Gn 49:10) é expandida no NT para demonstrar o mistério da vontade de Deus: “tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos Céus como as que estão na Terra” (Ef 1:9-10). 

Nos propósitos de Deus, “Cristo é tudo em todos” (Cl 3:11). Prezado leitor, pense em Cristo como representado pela árvore da vida — é só Ele quem pode me dar a vida eterna. Ele é o centro dos propósitos de Deus; qual será o lugar que Ele ocupa na minha vida? E na igreja local onde nos reunimos?


© 2021 W. J. Watterson

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