Sunday 3 January 2021

Um Juiz perfeito (d) — Meditações 266

Desde o dia 21 de Março de 2020 a igreja local em Pirassununga esteve impossibilitada de reunir normalmente, devido à quarentena decretada no estado de São Paulo. Hoje já podemos reunir (com restrições) — estamos gratos por isso, mas não é o ideal. Durante este período tenho enviado aos irmãos e irmãs da igreja local pequenas mensagens de texto para nosso ânimo mútuo. Estas mensagens estão sendo arquivadas aqui — talvez ajudem mais alguém.

Domingo, 03/01/2021

Um Juiz perfeito (d) — Meditações 266

Para finalizar nossas considerações sobre a visão do Senhor em Apocalipse 1, pensemos nas últimas 4 características do Senhor destacadas aqui.

Voz como de muitas águas

O som de muitas águas (uma grande cachoeira, por exemplo) é ensurdecedor. Não é um som irritante ou que incomoda, mas é impressionante. Estar perto de uma grande queda d’água exige que você fique calado, ouvindo o som das muitas águas. É um som que supera qualquer outro.

A voz deste Juiz é assim — quando Ele fala, ninguém pode retrucar. Sua voz tem autoridade; ela exige obediência.

O Senhor Jesus sempre se destacou pelas Suas palavras. Mas a figura aqui em Apocalipse destaca simplesmente a autoridade da Sua voz, independentemente de quais palavras são pronunciadas. A mesma autoridade que foi demonstrada diversas vezes perante os demônios, que tinham que obedecer a Sua voz; a mesma que os discípulos viram quando o Senhor repreendeu o vento e o mar, e houve grande bonança; a mesma que foi vista lá no Getsêmani, quando soldados vieram prendê-lO. Disseram que procuravam a Jesus, Nazareno, e Ele respondeu: “Sou Eu”. E João nos diz que recuaram, e caíram por terra (Jo 18:6). Imagine o poder e a autoridade desta voz, que fez com que soldados caíssem por terra! É quase inacreditável!

Aqui vemos destacada a autoridade deste Juiz. Ninguém irá contestar o Seu julgamento; a Sua voz é como a voz de muitas águas!

Sete estrelas na Sua destra

Aqui vemos o relacionamento do Senhor com os anjos das igrejas; estão na Sua mão, isto é, são propriedade dEle; Ele tem total controle e autoridade sobre eles. Em 2:2 é afirmado ainda que Ele literalmente “segura” estas estrelas em Sua mão. A figura mostra que estes anjos estão em total dependência do Senhor. Agem de acordo com a vontade dEle, em submissão ao Seu comando. O Senhor tem autoridade e também poder sobre Seus servos!

Aguda espada de dois fios

Aqui vemos o instrumento que o Senhor usa neste julgamento: a Sua Palavra. Passagens como Hebreus 4:12 mostram-nos que a espada de dois gumes é figura da Bíblia. O Senhor afirmou que as palavras que Ele disse irão julgar os que não crerem (Jo 12:48). É uma espada de dois fios, e aguda. Ela será totalmente eficaz no Seu julgamento, cortando de ambos os lados.

Rosto como o Sol

“E o Seu rosto era como o Sol, quando na sua força resplandece” — que descrição gloriosa encerra a visão! Não como o Sol fraco no amanhecer, nem como a luz já cansada do entardecer; mas como a luz do Sol ao meio-dia! Quem pode encarar o Sol? Ninguém! E eis aqui um homem cujo rosto brilha como o Sol no seu resplendor!

No monte da transfiguração o rosto do Senhor resplandeceu como o Sol (Mt 17:2). Paulo conta que, quando viu o Senhor na sua conversão, ele viu “ao meio-dia … uma luz do Céu que excedia o esplendor do Sol” (At 26:13). O Sol ficou esquecido por alguns minutos, enquanto a luz da glória do Senhor brilhava mais do que ele. Na nova Jerusalém também será assim; diz a Bíblia que “a cidade não necessita de Sol nem de Lua … porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada” (Ap 21:23).

Como é comovente e solene contrastar estas ocasiões com uma certa tarde triste e sombria em Jerusalém, quando também lemos que o Sol não foi visto. Mas desta vez não foi porque a glória do Senhor ofuscou o próprio Sol, como na transfiguração, como na conversão de Paulo, e como na nova Jerusalém. Não; desta vez foi porque algo terrível estava ocorrendo — o Autor da vida estava morrendo; o Santo estava sendo feito pecado, o Inocente estava sendo castigado. Nada mais coerente, portanto, que o Sol também se escurecesse. E assim, do meio-dia às três horas da tarde, a luz do Sol não brilhou nesta Terra. Era como se o próprio Sol estivesse de luto, diante do horror da cruz do Calvário.

Mas com quanta alegria podemos lembrar que Ele ressurgiu. Dentre as trevas surgiu o brado vencedor: “Está consumado!” E hoje, se pudéssemos estar na presença do Senhor, veríamos o mesmo que João viu: o Seu rosto como o Sol quando na sua força resplandece. Nada, e nem ninguém, pode se comparar ao Senhor em glória e majestade. Assim como as estrelas desaparecem quando o Sol nasce no horizonte, assim todos os atrativos do mundo, todos os astros e estrelas desta geração, tudo que poderia nos cativar, também perde o seu brilho e desaparece quando nós contemplamos o Senhor da glória!

A Ele seja dado todo o louvor, agora e para sempre!


© 2021 W. J. Watterson

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