Friday 22 January 2021

Milagres e fé — Meditações 285

Meditações na quarentena (2020/21) enviadas diariamente aos irmãos e irmãs da igreja local em Pirassununga para nosso ânimo mútuo. Estão sendo arquivadas aqui na esperança que talvez ajudem mais alguém.

Sexta-feira, 22/01/2021

Milagres e fé — Meditações 285

Não foram poucas as vezes que me peguei pensando em como seria bom se ainda houvesse os dons de cura entre nós. Se pudéssemos curar os enfermos como Paulo (At 19:11-12) e Pedro (At 5:15-16) faziam (ainda mais nestes dias de pandemia), já pensou no rebuliço que haveria? Quantas multidões seriam convencidas da realidade do Evangelho — como seria grande a nossa influência diante do mundo!

Só que não ...

Nem nos dias dos apóstolos foi assim. Houve, sim, muitas conversões, mas não por causa dos milagres — e a maioria ainda permanecia incrédula. O rico pensava que se Lázaro ressuscitasse dos mortos, seus irmãos creriam — mas foi-lhe dito: “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco serão persuadidos, ainda que algum dos mortos ressuscite” (Lc 16:31).

A dureza de coração dos incrédulos não é por que precisam ser convencidos — é por que não querem crer!

Anos atrás, conversando on-line com um ateu, perguntei-lhe: “Se Deus aparecesse na sua frente, em toda a glória da Sua majestade, você creria nEle?” A resposta dele revela o coração do homem sem Deus: “Não — eu simplesmente entenderia que estava tendo uma alucinação, que minha mente me pregava peças. Não creio naquilo que não posso entender!”

Lendo o livro de Daniel estes dias, vi uma impressionante ilustração disto em Nabucodonosor. No cap. 2 ele tem um sonho, mas não consegue lembrar dos detalhes do que sonhou. Daniel então faz o impossível — não só interpreta o sonho, mas revela o sonho. Fiquei imaginando a reação de Nabucodonosor ao ouvir Daniel repetindo detalhes que ninguém, a não ser o próprio rei, sabia (e ninguém poderia saber). Ouvindo alguém revelando os segredos do seu coração, sabendo que era impossível fazer aquilo com truques ou mágicas, Nabucodonosor “caiu sobre a sua face”, e temeu ao Deus de Daniel (Dn 2:46).

Pouco tempo depois, porém, ele manifestou que continuava incrédulo, quando lançou os três amigos de Daniel na fornalha porque não quiseram adorar a sua estátua. E Deus lhe falou poderosamente uma segunda vez: o fogo que matou até os servos que lançaram os três na fornalha não teve efeito nenhum sobre eles: “nem um só cabelo das suas cabeças se tinha queimado … nem cheiro de fogo tinha passado sobre eles” (Dn 3:27). Já pensou no que deve ter passado pela mente do rei? “Eis um Deus infinitamente superior a mim! Eu não consigo chegar nem perto desta fornalha — este Deus entrou lá dentro, passeou livremente pelo fogo, e livrou Seus três servos! Que Deus é este?”

Sim, ele se espantou (3:24), e ordenou que ninguém blasfemasse de Deus (3:29) — mas ele continuou incrédulo. No próximo capítulo Deus precisou novamente manifestar Seu impressionante poder para Nabucodonosor, fazendo com que ele se comportasse como animal por sete anos!

Quão rapidamente o homem se esquece do que Deus lhe revela (até nós, os Seus filhos!) — quão dificilmente ele se convence, “ainda que algum dos mortos ressuscite”!

Por isso os salvos dizem, há séculos, que o maior milagre que existe é a salvação de um pecador! Tenho aflições e tristezas, e falta-me muita coisa — mas sou infinitamente mais bem-aventurado que Nabucodonosor, pois fui salvo pela graça de Deus.

Louvemos a Deus hoje por este milagre que Ele efetuou em nossas vidas.


© 2021 W. J. Watterson

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