Dei-lhe tempo — Meditações 363

Meditações na quarentena (2020/21) enviadas diariamente aos irmãos e irmãs da igreja local em Pirassununga para nosso ânimo mútuo (arquivadas neste blog).

Sábado, 10/04/2021

Dei-lhe tempo — Meditações 363

Falando à igreja em Tiatira, o Senhor Jesus diz sobre uma mulher perversa e pecadora: “Dei-lhe tempo para que se arrependesse …” (Ap 2:21). Cristo manifesta aqui a mesma longanimidade que é atribuída a Deus em Romanos 2:4: “Ou desprezas tu as riquezas da Sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?”

Quanto tempo Deus dá ao incrédulo para que se arrependa! Quanto tempo Deus dá a mim, Seu filho, para que corrija os meus passos!

A Bíblia fala muito sobre este atributo divino. Em relação a Israel, diz o Salmista: “Ele, porém, que é misericordioso, perdoou a sua iniquidade; e não os destruiu, antes muitas vezes desviou deles o Seu furor, e não despertou toda a Sua ira” (Sl 78:38).

Descrevendo o caráter de Deus, lemos: “Porém tu, Senhor, és um Deus cheio de compaixão, e piedoso, paciente, e grande em benignidade e em verdade” (Sl 86:15).

Vemos, também, exemplos práticos disto: “… os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé enquanto se preparava a arca” (I Pe 3:20). Neste contexto, é precioso pensar que o homem cuja morte era o sinal para a vinda do Dilúvio é o que teve a vida mais longa registrada na Bíblia! (Veja nota no final.) Realmente, Deus “deu-lhes tempo” antes do Dilúvio cair!

Tudo isto nos leva a um pensamento muito solene: será que temos abusado da Sua longanimidade e paciência? Será que desprezamos as riquezas da Sua paciência, como diz o texto citado acima?

Que Deus nos ajude a percebermos quanto tempo Ele já nos deu, e dizermos: “Já basta o tempo passado …” (I Pe 4:3) — chega de desobedecer, desviar e demorar para obedecer — já basta!

Louvemos ao Senhor pela Sua paciência — mas não abusemos dela!

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Nota: Enoque, um profeta que foi avisado por Deus sobre o Dilúvio (Judas vs. 14-15), deu ao seu filho o nome Matusalém, que quer dizer: “Quando ele morrer, virá” (certamente Deus o instruiu a fazer isto). Não sabemos o dia da morte de Matusalém, só o ano — mas podemos calcular que exatamente no ano em que Matusalém morreu, o Dilúvio veio. O mais impressionante é que Matusalém é, da lista de Gênesis cap. 5, aquele que mais tempo viveu! Enquanto ele vivesse, o Dilúvio não viria — e Deus estendeu a vida dele além do normal! Um detalhe pequeno que realça as riquezas da Sua paciência!


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