Domino, 04/04/2021
O Filho perseguido (b) — Meditações 357
Tendo visto o contexto de Apocalipse 2, vejamos agora a Cristo.a) O Filho, eleito na Sua encarnação
“E deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro” (v. 5). A palavra “homem” depois da palavra “filho” é redundante — mas como é precioso para o salvo ver esta ênfase dada à humanidade do Senhor Jesus. As três palavras usadas descrevem de forma detalhada a encarnação, e, juntas, fornecem um quadro impressionante:
• “homem” é a tradução de arsen, que indica um varão, não simplesmente um ser humano. É destacada assim Sua condição como homem, Sua capacidade e força, Seu direito ao trono de Israel.
• “filho” é a tradução de huios, que indica um filho no sentido de descendente, não em relação à idade. A ênfase está na Sua perfeita identificação com a raça humana — Ele quis entrar neste mundo por intermédio de uma família já constituída, e, mesmo sendo o Filho de Deus, escolheu ser conhecido como “filho do carpinteiro” (Mt 13:55), filho de Maria (Mc 6:3), filho de Davi e filho de Abraão (Mt 1:1).
• “deu à luz” nos lembra que Ele nasceu como todos nós nascemos. Sua concepção no ventre de Maria foi milagrosa, mas Ele escolheu entrar no mundo pela forma natural. Como é difícil entender isto — o Criador do Universo passando nove meses no ventre de Maria!
O fato dEle vir entre nós já é sublime — mas fazer-Se um de nós é quase inacreditável. Ele escolheu vir não como um peregrino e forasteiro, mas fazendo-Se Homem literalmente — um filho homem a quem Sua mãe deu à luz! Como disse Agostinho (citado por Schaff): “O que pode ser mais glorioso do que Deus? Ou mais vil do que a carne? Ou mais incrível do que Deus manifesto em carne?”
E repare para que Ele nasceu: “… reger todas as nações com vara de ferro”! Nós, sendo pecadores indignos, gostamos mais de lembrar que “Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher … para remir os que estavam debaixo da Lei” (Gl 4:4-5) — mas é de suma importância sabermos que a encarnação tinha também outro alvo. Ele nasceu para morrer por nós e nos salvar, sim — mas Ele também nasceu para reinar! Quando os magos chegaram em Jerusalém, procuravam “aquele que é nascido rei dos judeus” (Mt 2:1) — quando Ele vier reinar, estará escrito no Seu manto “este nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Ap 19:16).
O menino que nasceu e foi colocado numa manjedoura regerá todas as nações com vara de ferro! Que chegue logo este dia bendito!
b) O Filho, exaltado na Sua ascensão
Antes dEle assumir o reino publicamente, porém, veio a ascensão. Diz o v. 5 que o Filho da mulher “foi arrebatado para Deus e o Seu trono”.
Satanás tentou, de todas as formas, impedir a glorificação do “filho homem”. Primeiro ele procurou impedir que as profecias sobre o Messias se cumprissem, usando Faraó (Êx 1:5-16), Atalia (II Rs 11:1), Hamã (Et 3:6), e tantos outros. Quando falhou nisto, tentou usar Herodes para matar “o menino Jesus”. Na Tentação no deserto, tentou fazê-lO desviar da Sua missão. Entrou em Judas para entregá-lO à morte (sem perceber que esta morte seria a grande vitória contra o mal!).
Mas foi tudo em vão. Nesta visão de Apocalipse não temos todos os detalhes, mas apenas o resumo: o Dragão “parou diante da mulher” para tragar seu Filho assim que Ele nascesse (v. 4), mas o Filho foi arrebatado, bem diante dos olhos do Dragão, e colocado no trono de Deus! Ou como diz Marcos: “O Senhor … foi recebido no Céu, e assentou-Se à direita de Deus” (Mc 16:19). Desta posição de glória e honra, Ele aguarda até que Deus coloque todos os Seus inimigos por escabelo dos Seus pés (Hb 1:13).
Que possamos contemplá-lO na Sua glória hoje.
c) O Filho, eficaz na Sua intercessão
Nos vs. 10-11 lemos da vitória “de nossos irmãos” naquele dia quando tiver chegado a hora de ser manifestado “o poder do Seu Cristo”. Satanás travou uma guerra violenta contra o Filho, e contra todos que tinham qualquer tipo de relacionamento com Ele. Nesta guerra, ele acusava os salvos diante de Deus “de dia e de noite” (v. 10) — constantemente apresentando diante do Senhor as nossas muitas falhas e limitações.
Mas naquele dia glorioso da Sua expulsão do Céu, será proclamado: “E eles o venceram!” Mas como? Nós realmente temos falhas — como, então, podemos vencer este Acusador?
Está escrito: “eles o venceram pelo sangue do Cordeiro”. Somos falhos, sim, mas o precioso sangue de Cristo nos livra de toda condenação! Paulo escreveu: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e que também intercede por nós” (Rm 8:33-34).
Satanás tenta. O Dragão é, realmente, assustador. Mas a lição deste capítulo é muito clara: o Cordeiro derrota o Dragão, e todos que creem neste Cordeiro serão vencedores!
“Honras sejam ao Cordeiro!”
© 2021 W. J. Watterson
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