Esta semana temos meditado sobre o Salmo do Pastor. Diversas vezes nestas meditações referi-me ao Senhor como o Bom Pastor (afinal, o Salmo O apresenta como Pastor, e “Bom” é o adjetivo que automaticamente identificamos com “Pastor” por causa de João 10:11-18).
Realmente é precioso ler o Salmo e lembrar do nosso Bom Pastor. Para ser mais exato, porém, o título adequado para o Senhor no Salmo 23 é “Grande Pastor” — “Bom Pastor” combina mais com o Salmo 22!
Há séculos, cristãos destacam a harmonia existente entre os Salmos 22 a 24, considerando-os uma trilogia que corresponde às únicas três passagens no Novo Testamento onde a palavra “pastor” é aplicada ao Senhor Jesus e combinada com um adjetivo:
• Em João 10:11 o Senhor diz: “Eu sou o Bom Pastor; o Bom Pastor dá a Sua vida pelas ovelhas”. O assunto é Sua morte — o mesmo assunto do Salmo 22.
• Em Hebreus 13:20 nosso Senhor é chamado de “Grande Pastor das ovelhas” no contexto da Sua ressurreição e da nossa dependência presente dEle — combinando perfeitamente com o assunto do Salmo 23.
• Em I Pedro 5:4 lemos: “Quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória” — agora é a glória futura do Senhor e das Suas ovelhas que é destacada, assim como vemos no Salmo 24.
Não é mera coincidência! Considere mais alguns detalhes:
• No Salmo 22 vemos o Senhor em relação ao passado, no Salmo 23 cuidando de nós no presente, e no Salmo 24 na Sua glória futura.
• Alguém sugeriu como título destes Salmos: A cruz do Sofredor (Sl 22), O cajado do Sustentador (Sl 23), e A coroa do Soberano (Sl 24).
• Outra sugestão: Seus sofrimentos (Sl 22), Seu suprimento (Sl23) e Sua soberania (v. 23).
• Ou ainda: Seu clamor (Sl 22), Seu conforto (Sl 23) e Sua conquista (Sl 24).
• Meu pai destacava as mãos traspassadas dEle no Salmo 22:16, Suas mãos ocultas no Salmo 23 (não são mencionadas, mas trabalham por nós), e Suas mãos puras em 24:4.
• Ele também gostava de chamar atenção ao altar no Salmo 22 (ligando com o Velho Testamento), a mesa mencionada no Salmo 23 (tendo seu paralelo no ensino dos Evangelhos e Epístolas), e o trono no Salmo 24 (que nos lembra do Apocalipse).
• Também foi meu pai quem me ensinou que o primeiro destes três Salmos apresenta a fonte de perdão para os pecadores, o Salmo 23 revela paz e proteção para as ovelhas, e o último fala de poder para os santos.
• A tripla descrição do Senhor Jesus em Apocalipse 1:5 também combina com essa sequência de Salmos: Ele é a Fiel Testemunha (literalmente, “Mártir”, fiel até à morte como no Sl 22), o Primogênito dentre os mortos (em ressurreição, como no Sl 23), e o Príncipe dos reis da Terra (reinando glorioso, como n Sl 24).
Que nossa breve meditação sobre o Salmo do Pastor nos incentive a pesquisar mais sobre esta linda figura, e descansar nela: um Bom Pastor que deu a Sua vida pelas ovelhas, um Grande Pastor que cuida de nós hoje, todos os dias, e um Sumo (Supremo) Pastor que em breve nos levará para a glória.
Nada melhor para encerrar estes pensamentos que as palavras com as quais iniciamos esta pequena série de meditações sexta-feira passada: “O Senhor é o meu Pastor; nada me faltará!”
© 2022 W. J. Watterson
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