Domingo passado começamos a pensar sobre os cinco tipos de sacrifício mencionados em Levítico caps. 1 a 7. Todos representam o sacrifício oferecido pelo Senhor Jesus Cristo no Calvário, mas cada um destaca um aspecto diferente deste sacrifício.
O primeiro a ser mencionado ali é o holocausto (cap. 1), cuja característica principal, que o diferenciava dos outros sacrifícios, é que o animal inteiro era queimado sobre o altar ao Senhor. Apenas o couro seria do sacerdote (7:8); toda a carne do holocausto era para o Senhor. Em todas as outras quatro ofertas, os sacerdotes comiam alguma parte daquilo que era oferecido ao Senhor (simbolicamente indicando o prazer que o homem recebe ao servir a Deus). Na oferta pacífica o ofertante e sua família também recebiam uma parte. Mas o holocausto é a única oferta onde tudo era queimado no altar — ou seja, no holocausto, simbolicamente, tudo era para o Senhor.
Esta é a primeira oferta mencionada em Levítico, porque o primeiro aspecto da morte do Senhor Jesus que Deus quer enfatizar não é o quanto a morte dEle foi eficaz para tratar do problema terrível do pecado, mas sim, o quanto a morte dEle foi aprazível e agradável a Deus. O holocausto nos faz lembrar que “Cristo, pelo Espírito eterno, Se ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus” (Hb 9:14). Não temos aqui, em figura, Cristo oferecendo-Se por mim (como em Gl 2:20), mas Cristo entregando-Se “em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Ef 5:1). Pela Sua própria vontade, Ele ofereceu-Se inteiramente a Deus, sem hesitação e sem reservas
É uma verdade gloriosa que Cristo morreu por mim — mas, antes disto, e acima disto, Ele ofereceu-Se a Deus. Para que Deus pudesse perdoar o meu pecado baseado na morte de Cristo, era necessário, em primeiro lugar, que esta morte satisfizesse plenamente as exigências da Sua justiça.
A primeira parte da justiça perfeita foi resumida pelo Senhor mesmo assim: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento” (Mt 22:37-38). No holocausto vemos, em figura, o homem oferecendo tudo a Deus, sem reservas. Obviamente, o único homem que poderia fazer isto era o Filho de Deus, perfeito em todos os aspectos. Muitos já amaram a Deus, e ainda O amam — mas só Jesus Cristo ama a Deus com perfeição absoluta, com coração puro.
Na plenitude dos tempos, Ele veio ao mundo e disse: “Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a Tua vontade” (Hb 10:9) — e Ele fez esta vontade perfeitamente, oferecendo sobre o Calvário um holocausto de Si mesmo!
Holocausto verdadeiro
E de rico e suave cheiro
Já subiu, ó Deus, a Ti,
Quando, voluntariamente,
Teu Amado, livremente,
Uma oferta fez de Si.
(H. e C. 528)
© 2022 W. J. Watterson
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