Saturday 24 October 2020

O amor não é invejoso — Meditações 195

Desde o dia 21 de Março de 2020 a igreja local em Pirassununga esteve impossibilitada de reunir normalmente, devido à quarentena decretada no estado de São Paulo. Hoje já podemos reunir (com restrições) — estamos gratos por isso, mas não é o ideal. Durante este período tenho enviado aos irmãos e irmãs da igreja local pequenas mensagens de texto para nosso ânimo mútuo. Estas mensagens estão sendo arquivadas aqui — talvez ajudem mais alguém.

Sábado, 24/10/2020

O amor não é invejoso — Meditações 195

Olhando mais uma vez para I Coríntios 13:4-7, chegamos à terceira rosa no buquê do amor — a primeira de uma série longa de afirmações do que o amor não é: “o amor não é invejoso” (ou “não arde em ciúmes”, como diz a Atualizada).

A palavra grega traduzida aqui “invejoso” pode também ser usada num sentido bom (desejar ardentemente alguma coisa), mas na forma usada aqui em I Coríntios ela significa que o verdadeiro amor não fica chateado por perceber que meu próximo tem o que eu não tenho.

É impossível encontrar algum tipo de inveja no comportamento do nosso amado Salvador, não só porque Ele é a própria manifestação do verdadeiro amor, mas também porque, tendo tudo, nunca haveria uma situação onde Ele poderia ter inveja de alguém. O que Ele fez é exatamente o oposto do que a inveja produz: sendo Deus, Ele “não teve por usurpação ser igual a Deus, mas fez a Si mesmo de nenhuma reputação” por amor de nós (Fp 2:5-11).

Em nós, porém, que tristeza! A nossa natureza caída é tão corrompida que vemos, muitas vezes, essa contradição: uma pessoa que tem mil vezes mais do que seu próximo, ainda sente inveja do pouquinho que o outro tem! Como é fraco nosso amor!

Cuidemos para nunca permitir que a inveja nos leve a ficarmos tristes pelo bem alheio. Se Deus te deu mais do que deu a mim (saúde, bens, ou dons), Ele tem motivos para isto. Devo ser agradecido pelo que tenho, mesmo que seja menos do que você tem!

Pensando nesta nossa propensão para a inveja, há uma questão muito prática pela qual podemos mostrar que amamos nossos irmãos e irmãs: evitarmos, ao máximo, qualquer coisa que poderia despertar neles um pouco de inveja.

A tendência moderna é compartilhar nas redes sociais tudo (de bom) que fazemos — mas alguns não percebem que postam coisas que outros nunca poderão ter ou experimentar. Será que precisamos mesmo divulgar para todo mundo todo prato sofisticado que comemos, todo passeio relaxante que desfrutamos, e assim por diante? Para quem está passando fome ou sofrendo terrivelmente, a nossa postagem inocente vai ajudar ou atrapalhar? “Seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão” (Rm 14:13).

É muito fácil a divulgação inocente tornar-se em ostentação vulgar!

Procuremos imitar o amor perfeito do Senhor Jesus, dando e doando — sempre agradecidos pelo que Deus nos deu, e nunca desejando ter o que o outro tem! O amor não é invejoso!


© 2020 W. J. Watterson

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