Tradução de um artigo escrito pelo irmão Higgins, médico e ensinador respeitado entre as igrejas locais nos Estados Unidos e Canadá. Usado com permissão.
Eu tenho ataques de pânico
Um ataque de pânico é algo assustador e estressante para quem o experimenta — um sentimento de uma catástrofe que se aproxima, ou como se tudo estivesse completamente fora de controle. É um sentimento espontâneo de medo intenso que começa repentinamente, e pode durar de alguns minutos a uma hora. Diversas sensações podem estar presentes: palpitações, suor, tremedeira, dor no peito, sensação de sufoco, falta de ar, tontura, formigamentos, medo da morte ou de estar ficando louco.
Não “está tudo na cabeça”, como alguns pensam. É uma reação do nosso corpo a uma ameaça percebida, porém não real. Normalmente, a vítima não tem consciência de nenhum “gatilho”.
Quando ataques de pânico se tornam recorrentes, ou quando um ataque isolado causa tamanha aflição na pessoa a ponto dela alterar sua rotina (medo de sair de casa, etc.), o diagnóstico então é Síndrome do Pânico. Um ataque de pânico causou tanta aflição que o medo de outro ataque aterroriza a vítima, e lugares e situações que poderiam desencadear outro ataque são evitados, e a vida da pessoa é assim restringida.
Visto que as Escrituras não contêm nenhum exemplo de alguém sofrendo de um ataque de pânico, alguém poderia perguntar porque tratar disto numa revista cujo assunto é o estudo das Escrituras [este artigo foi originalmente publicado em Truth & Tidings]. Mesmo que não há exemplos na Bíblia de indivíduos com Síndrome do Pânico, existem pessoas espirituais que sofrem com este problema. Ter um ataque de pânico não quer dizer que você é um fracasso espiritual. Visto que esta condição é uma realidade da vida, devemos esperar, com convicção, que a Palavra de Deus nos fornecerá ensino sobre suas causas e controle.
Pouco se sabe sobre as causas da Síndrome do Pânico, mas os sintomas são bem conhecidos. Parece haver uma tendência genética, e alguns tipos de personalidade tornam algumas pessoas mais susceptíveis do que outras. Enquanto o aspecto bioquímico é complexo e ainda está sendo investigado, um componente é bem conhecido de todos nós. Possuímos um sistema nervoso que não é sujeito ao nosso controle voluntário — é chamado de “sistema nervoso autônomo”. Todo mundo sabe o que é ficar corado quando se está envergonhado, e quanto mais tentamos controlar nossa vergonha, mais corados ficamos — a vergonha está sob o controle involuntário do nosso sistema nervoso.
É este mesmo sistema que permite a um indivíduo realizar proezas de força ou velocidade numa situação extremamente estressante e perigosa — proezas que seriam impossíveis normalmente. Este sistema responde involuntariamente àquilo que o cérebro percebe como uma ameaça. Como resultado da ativação deste sistema nervoso, uma enxurrada de substâncias químicas é lançada na corrente sanguínea, afetando a frequência cardíaca, respiração, atenção, e sensação de perigo. Um ataque de pânico é uma reação normal do organismo, numa ocasião anormal.
É muito mais difícil explicar por que estes ataques acontecem. Traumas de infância, experiências que causaram sofrimento emocional, associações estranhas que nossa mente faz entre lugares, palavras e consequências — estas e muitas outras coisas podem estar escondidas na nossa mente. Não é fácil saber por que acontecem ataques de pânico.
Em muitos casos é necessário usar medicamentos, e ninguém deve se sentir culpado por fazer uso deles. Mas é reconhecido universalmente que há atitudes que o indivíduo pode tomar para ajudá-lo no combate a este problema. Algumas das sugestões dadas por psicólogos e conselheiros encontram um paralelo com o ensino das Escrituras sobre outros problemas.
“Tudo o que é verdadeiro … nisso pensai” (Fp 4:8). Aplique isto a um ataque de pânico. Seu coração acelerou, mas isto não quer dizer que você vai ter um ataque cardíaco. Você sente a cabeça leve, mas isto não quer dizer que você vai desmaiar. Sua cabeça lateja, mas isto não significa um AVC. Não exagere os sintomas, mas avalie e entenda a verdade da sua situação.
“Apanhai-nos as raposas, as raposinhas que fazem mal às vinhas” (Ct 2:15). Tente reconhecer os primeiros sinais e sintomas de um ataque de pânico, antes que ele atinja seu máximo. No meio de um ataque, é difícil pensar racionalmente e aplicar a verdade das Escrituras à sua situação. Assim, aprender a detectar os primeiros sintomas logo no início ajuda muito. Não permita que as raposinhas cresçam e se tornem fortes. Aplicar as técnicas conhecidas de respiração abdominal lenta, distrair o pensamento, conversar consigo mesmo, pode ajudar se você for capaz de aplicá-las no início do ataque.
“Os meus tempos estão nas Tuas mãos” (Sl 31:15). Todo mundo que já passou por um ataque de pânico pode testemunhar que um dos maiores medos é a sensação que tudo está fora do seu controle; parece que a morte e o fim estão próximos. Isto pode parecer irracional para quem nunca experimentou este problema, mas é praticamente universal entre quem sofre destes ataques. O normal para quem sofre de ataques de pânico é sentir que a vida escapa do seu controle, que os acontecimentos estão desabando sobre você, e que você está completamente indefeso diante de forças avassaladoras.
Lembre-se, porém, que não há pânico diante do trono de Deus — as coisas nunca estão “fora de controle” com Ele. Ele tem plena consciência de tudo que acontece, e por que acontece. Eu reconheço que isto pode não ajudar muito quando o pensamento racional está sufocado pelo medo e pânico; mas se você puder repetir isto a você mesmo nos estágios iniciais do pânico, pode ajudar a evitar o medo de perder o controle. Lembre que Deus é a sua fortaleza (Sl 46).
A síndrome do pânico é uma das dificuldades emocionais mais aflitivas e paralisadoras, e cristãos espirituais não estão imunes a ela. Aqueles que nunca tiveram esta experiência só podem compadecer-se dos que são assim afligidos, e apoiá-los. Aqueles que sofrem com isto podem descansar na soberana e onipotente mão de Deus.
Artigo original, em inglês: http://truthandtidings.com/2017/10/counsel-for-christians-in-crisis-i-have-panic-attacks/
Não “está tudo na cabeça”, como alguns pensam. É uma reação do nosso corpo a uma ameaça percebida, porém não real. Normalmente, a vítima não tem consciência de nenhum “gatilho”.
Quando ataques de pânico se tornam recorrentes, ou quando um ataque isolado causa tamanha aflição na pessoa a ponto dela alterar sua rotina (medo de sair de casa, etc.), o diagnóstico então é Síndrome do Pânico. Um ataque de pânico causou tanta aflição que o medo de outro ataque aterroriza a vítima, e lugares e situações que poderiam desencadear outro ataque são evitados, e a vida da pessoa é assim restringida.
Visto que as Escrituras não contêm nenhum exemplo de alguém sofrendo de um ataque de pânico, alguém poderia perguntar porque tratar disto numa revista cujo assunto é o estudo das Escrituras [este artigo foi originalmente publicado em Truth & Tidings]. Mesmo que não há exemplos na Bíblia de indivíduos com Síndrome do Pânico, existem pessoas espirituais que sofrem com este problema. Ter um ataque de pânico não quer dizer que você é um fracasso espiritual. Visto que esta condição é uma realidade da vida, devemos esperar, com convicção, que a Palavra de Deus nos fornecerá ensino sobre suas causas e controle.
Pouco se sabe sobre as causas da Síndrome do Pânico, mas os sintomas são bem conhecidos. Parece haver uma tendência genética, e alguns tipos de personalidade tornam algumas pessoas mais susceptíveis do que outras. Enquanto o aspecto bioquímico é complexo e ainda está sendo investigado, um componente é bem conhecido de todos nós. Possuímos um sistema nervoso que não é sujeito ao nosso controle voluntário — é chamado de “sistema nervoso autônomo”. Todo mundo sabe o que é ficar corado quando se está envergonhado, e quanto mais tentamos controlar nossa vergonha, mais corados ficamos — a vergonha está sob o controle involuntário do nosso sistema nervoso.
É este mesmo sistema que permite a um indivíduo realizar proezas de força ou velocidade numa situação extremamente estressante e perigosa — proezas que seriam impossíveis normalmente. Este sistema responde involuntariamente àquilo que o cérebro percebe como uma ameaça. Como resultado da ativação deste sistema nervoso, uma enxurrada de substâncias químicas é lançada na corrente sanguínea, afetando a frequência cardíaca, respiração, atenção, e sensação de perigo. Um ataque de pânico é uma reação normal do organismo, numa ocasião anormal.
É muito mais difícil explicar por que estes ataques acontecem. Traumas de infância, experiências que causaram sofrimento emocional, associações estranhas que nossa mente faz entre lugares, palavras e consequências — estas e muitas outras coisas podem estar escondidas na nossa mente. Não é fácil saber por que acontecem ataques de pânico.
Em muitos casos é necessário usar medicamentos, e ninguém deve se sentir culpado por fazer uso deles. Mas é reconhecido universalmente que há atitudes que o indivíduo pode tomar para ajudá-lo no combate a este problema. Algumas das sugestões dadas por psicólogos e conselheiros encontram um paralelo com o ensino das Escrituras sobre outros problemas.
“Tudo o que é verdadeiro … nisso pensai” (Fp 4:8). Aplique isto a um ataque de pânico. Seu coração acelerou, mas isto não quer dizer que você vai ter um ataque cardíaco. Você sente a cabeça leve, mas isto não quer dizer que você vai desmaiar. Sua cabeça lateja, mas isto não significa um AVC. Não exagere os sintomas, mas avalie e entenda a verdade da sua situação.
“Apanhai-nos as raposas, as raposinhas que fazem mal às vinhas” (Ct 2:15). Tente reconhecer os primeiros sinais e sintomas de um ataque de pânico, antes que ele atinja seu máximo. No meio de um ataque, é difícil pensar racionalmente e aplicar a verdade das Escrituras à sua situação. Assim, aprender a detectar os primeiros sintomas logo no início ajuda muito. Não permita que as raposinhas cresçam e se tornem fortes. Aplicar as técnicas conhecidas de respiração abdominal lenta, distrair o pensamento, conversar consigo mesmo, pode ajudar se você for capaz de aplicá-las no início do ataque.
“Os meus tempos estão nas Tuas mãos” (Sl 31:15). Todo mundo que já passou por um ataque de pânico pode testemunhar que um dos maiores medos é a sensação que tudo está fora do seu controle; parece que a morte e o fim estão próximos. Isto pode parecer irracional para quem nunca experimentou este problema, mas é praticamente universal entre quem sofre destes ataques. O normal para quem sofre de ataques de pânico é sentir que a vida escapa do seu controle, que os acontecimentos estão desabando sobre você, e que você está completamente indefeso diante de forças avassaladoras.
Lembre-se, porém, que não há pânico diante do trono de Deus — as coisas nunca estão “fora de controle” com Ele. Ele tem plena consciência de tudo que acontece, e por que acontece. Eu reconheço que isto pode não ajudar muito quando o pensamento racional está sufocado pelo medo e pânico; mas se você puder repetir isto a você mesmo nos estágios iniciais do pânico, pode ajudar a evitar o medo de perder o controle. Lembre que Deus é a sua fortaleza (Sl 46).
A síndrome do pânico é uma das dificuldades emocionais mais aflitivas e paralisadoras, e cristãos espirituais não estão imunes a ela. Aqueles que nunca tiveram esta experiência só podem compadecer-se dos que são assim afligidos, e apoiá-los. Aqueles que sofrem com isto podem descansar na soberana e onipotente mão de Deus.
Artigo original, em inglês: http://truthandtidings.com/2017/10/counsel-for-christians-in-crisis-i-have-panic-attacks/
© 2020 W. J. Watterson
No comments:
Post a Comment